Francisco Cândido Xavier / Waldo Vieira
Dinheiro e amor
Diante do bem, não pronuncies a palavra "impossível".
Certamente, sofres a dificuldade dos que herdaram a luta por
preço das menores aquisições. Ainda assim, lembra-te de que a
virtude não reside no cofre.
Onde encontrarias ouro puro a fazer-se pão na caçarola dos infelizes?
Em que lugar surpreenderias frágil cobertor tecido de apólices
para agasalhar a criança largada ao colo da noite?
Entretanto, se o amor te faz lume no pensamento, arrebatarás à
imundície a derradeira sobra da mesa, convertendo-a no caldo
reconfortante para o enfermo esquecido, e farás do pano pobre o
abrigo providencial em favor de quem passa, relegado à intempérie.
Uma garganta de pérolas não emite pequenina frase consoladora
e um crânio esculpido de pedras raras não deixa passar leve fio
de ideação.
Todavia, se o amor te palpita na alma, podes falar a palavra renovadora
que exclui o poder das trevas e inspirar o trabalho que
expresse o apoio e a esperança de muita gente.
Respeita a moeda capaz de fazer o caminho das boas obras,
mas não esperes pelo dinheiro a fim de ajudar.
Hoje mesmo, em casa, alguém te pede entendimento e carinho
e, além do reduto doméstico, legiões de pessoas aguardam-te os
gestos de fraternidade e compreensão.
Francisco Cândido Xavier / Waldo Vieira
Recorda que a fonte da caridade tem nascedouro em ti mesmo
e não descreias da possibilidade de auxiliar.
Para transmitir-nos semelhante verdade, Jesus, a sós, sem fiança
terrestre, usou as margens de um lago simples, ofertou simpatia
aos que lhes buscavam a convivência, confortou os enfermos da
estrada, falou do Reino de Deus a alguns pescadores de vida singela
e transformou o mundo inteiro, revelando-nos, assim, que a
caridade tem o tamanho do coração.
Meimei
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