De: "ubira.costa" <ubira.costa@uol.com.br>
Data: 22/07/2016 15:20
Assunto: Obsessão Coletiva nas Sessões Mediúnicas
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Obsessão Coletiva nas Sessões Mediúnicas
A inadvertência de médiuns e de psicoterapeutas de desencarnados, embora conhecedores da Doutrina Espírita, vitimados pela presunção ou pela invigilância, responde pela ocorrência periódica de um lamentável fenômeno de obsessão coletiva nas sessões práticas, que vem ocorrendo em diversos Núcleos de atendimento espiritual.
Quase sempre o desvio de conduta geral tem lugar, quando alguém, menos afeiçoado ao cumprimento dos deveres em relação à mediunidade com Jesus, descamba na direção da leviandade, deixando-se fascinar por ambições injustificáveis em relação à produção de mensagens relevantes, de exaltação da personalidade, de exibicionismo, ou deixa-se influenciar pela hipnose dos espíritos perseguidores que passam a telecomandá-lo.
De princípio, a obsessão pode ser diluída, por estar na fase incipiente, simples, caracterizada por estertores nervosos, pelas revelações desnecessárias e sem procedência, por comunicações pomposas e vazias, por comportamentos incompatíveis com os ensinamentos do Evangelho e do Espiritismo.
À medida que se lhe fixam no perispírito as matrizes do adversário desencarnado, a sucessão das comunicações torna a psicosfera do ambiente de má qualidade, dificultando a ocorrência do intercâmbio com as entidades nobres, que não encontram receptividade nos membros do conjunto.
Surgem conflitos em torno da autenticidade das mensagens nos médiuns menos ostensivos, aparecem desconfianças a respeito da procedência das informações espirituais que são trazidas pelos Benfeitores desencarnados, têm lugar as intrigas e maledicências, apresentam-se os distúrbios de concentração... Esse médium invigilante, que se vai deixando arrastar pela sedução do seu opositor, começa a sentir-se privilegiado pelas contínuas comunicações de que se faz objeto, não raro, da mesma personagem mistificando, atravessando alinha divisória que conduz à fascinação.
Nesse período, a vaidade toma-lhe conta e sente-se o responsável pelos trabalhos mediúnicos, acreditando-se veículo das orientações que procedem dos Mentores espirituais e dando lugar a disparates e informações esdrúxulas, não compatíveis com a nobreza e a severidade da Doutrina Espírita. A seguir, na sua fatuidade, passa ao estado de subjugação e irradia a influência morbífica que é captada pelos demais, tornando-se o ambiente psíquico da reunião assinalado pelas vibrações negativas geradoras do sono, da indiferença, do desinteresse dos membros que a constituem.
As reuniões práticas do Espiritismo, na atualidade, têm caráter iluminativo em favor dos desencarnados que sofrem, sejam elas de educação da mediunidade para principiantes, sejam as de desobsessão com intermediários experientes e conhecedores dos princípios espíritas.
Devem revestir-se, por isso mesmo, de simplicidade, sendo os seus membros trabalhadores sinceros e dedicados ao Bem, de modo que se conjuguem os valores morais aos espirituais, num todo harmonioso, do qual decorrerão os resultados excelentes que se devem perseguir.
A entrega espontânea ao espírito de caridade que deverá prevalecer, abrirá portas aos Benfeitores espirituais que se encarregam de orientar as atividades, programando-as com cuidado e critério, de forma que se beneficiem todos os participes, de um como do outro lado da cortina carnal.
Não deve haver lugar para as disputas emocionais em torno das faculdades de que sejam portadores os seus diversos membros, preparando-se todos com esmero para que, no momento aprazado, as comunicações sejam bem captadas e o programa estabelecido seja cumprido.
É inevitável que espíritos perversos, igualmente sofredores, embora disso não se deem conta, tentem seduzir algum dos médiuns, aquele que seja mais fraco, sob diversos aspectos considerados, ou se comunique com o objetivo de gerar discussões infrutíferas, nas quais são hábeis para tomar o tempo útil, ou mesmo tentando enganar os menos experientes.
Dispostos a combater os excelentes recursos de socorro aos infelizes, bem como desejosos de manter a ignorância em torno do mundo espiritual, onde se encontram, em desdita, a fim de atrair mais incautos, conforme eles mesmos, tudo investem contra a mediunidade e as reuniões sérias, organizando armadilhas, forjando planos contínuos de agressão com os propósitos nefastos que os caracterizam.
Vinculados aos objetivos inferiores que os sustentam na insanidade em que se demoram, veem, nas reuniões mediúnicas, um adversário poderoso pronto a desmascará-los, a revelar aquilo que aguarda o indivíduo sem compostura durante a existência humana, depois da desencarnação, bem como aqueles que descambam para o vício e para o crime. Por consequência, tudo investem no sentido de criar embaraços a este ministério libertador de consciências e de sentimentos, tornando-se-lhe inimigos frontais e atrevidos.
Em face da ocorrência, devem todos aqueles que participam de reuniões mediúnicas, e não somente esses, permanecer vigilantes em torno das sutilezas da obsessão, procurando tomar providências imediatas, logo se apresentem os primeiros sinais, de forma que seja obstada imediatamente a sua instalação.
Pessoa alguma está livre de interferência espiritual negativa, em razão do seu estado de humanidade, das imperfeições que lhe são inerentes, das situações, às vezes, aflitivas que todos atravessam, especialmente os portadores de mediunidade, portanto, mais sensíveis, que se devem precatar com mais cuidado.
Os recursos valiosos e inquestionáveis para a eliminação de qualquer foco de obsessão — em reuniões ou em indivíduos isoladamente — serão sempre a oração e o cuidado na observação das ocorrências que tenham lugar na conduta de cada um, confrontando-as com os ensinamentos do Espiritismo.
O procedimento moral é, igualmente, um grande e poderoso antídoto às perseguições dos espíritos viciosos e impertinentes, que defrontam forte barreira vibratória, que decorre das emanações psíquicas do seu portador.
Quando ocorra incidente dessa natureza, nas reuniões mediúnicas sérias, cabe ao psicoterapeuta de desencarnados orientar a entidade obsessora, sem as discussões inoportunas, mas através dos recursos valiosos da lógica e do Evangelho de Jesus, conclamando-a ao despertamento de si mesma, a fim de ser feliz. Outrossim, é de bom alvitre que o médium seja advertido carinhosamente, de maneira que evite sintonia com essa mente infeliz, não se tornando instrumento de perturbação para o grupo.
O mal, assim que se apresente e seja percebido, deve ser enfrentado com os instrumentos da mansidão e da misericórdia, da sabedoria e do amor, valiosos recursos que são para a condução dos atormentados ao Reino de Deus.
A reunião mediúnica é campo fértil para o semear da luz libertadora da ignorância e da perversidade.
Zelar pela sua preservação é dever de todos aqueles que a constituem, responsavelmente.
Manoel Philomeno de Miranda (Espírito) - Psicografia de Divaldo Franco, in: Reencontro com a Vida
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