domingo, 21 de maio de 2017

Divaldo, 90 anos de uma vida dedicada à causa humanitária


 


Assunto: Divaldo, 90 anos de uma vida dedicada à causa humanitária
 

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Brasil
por Paulo Salerno

Ano 11 - N° 517 - 21 de Maio de 2017

Divaldo, 90 anos de uma vida dedicada à causa humanitária

No período de 29 de abril a 5 de maio de 2017, experimentamos uma jornada iluminativa e altamente gratificante, testemunhando quanto o amor é profícuo, tenaz e repa-rador. O cenário foi Salvador, a primeira Capital do Brasil, mais es-pecificamente o Centro Espírita Caminho da Redenção e a Mansão do Caminho, uma verdadeira col-meia fornecedora do amor incondi-cional.  

A Doutrina Espírita e Allan Kardec - No sába-do, 29, tivemos a felicidade de escu-tar Suely Caldas Schubert falar so-bre a Doutrina Es-pírita, o Consola-

dor prometido por Jesus, sobre os primeiros momen-tos de investiga-ção do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, a confirmação de sua missão, o método científico empregado, a inteligência e a capacidade de discernimento do mestre lionês, um missionário de primeira grandeza. Suely destacou a proposta transformadora no campo moral, espiritual e ético, pavimen-tando a estrada para que os homens possam desenvolver a mansuetude e a paz íntima. Em sendo o Espírito de natureza divina, ele traz dentro de si o Reino de Deus e na consciência a Lei Divina. Imortal, marcha para o estado de perfectibilidade, estagi-ando de quando em quando no mun-do físico, de caráter transitório, adquirindo méritos para si e partici-pando do aperfeiçoamento dos or-bes.

O Perdão - Em 2 de maio Divaldo Franco foi homenageado pela Diretoria do Centro Espírita Caminho da Redenção, que lhe outorgou uma medalha comemorativa pelo trans-curso de seu 90º aniversário. Na humildade que lhe é característica, Divaldo reconheceu não ser possui-dor de méritos para justificar a hon-raria, pois que o trabalho na seara de Jesus não é individual, mas coletivo, construído na solidarie-dade, na fraternidade, desenvolven-do o amor apoiando-se no Espiritis-mo. Recebeu a homenagem como um estímulo para seguir no trabalho que abraçou em nome de Jesus.

O Semeador de Estrelas, comparti-lhando e propagando a necessidade de o homem desenvolver o perdão como mecanismo de libertação, nar-rou a saga de Simon Wiesenthal (1908-2005) sobrevivente de cam-pos de concentração durante a Se-gunda Guerra Mundial. Com base no livro The Sunflower, de Simon Wiesenthal, Divaldo discorreu sobre o encontro dele, ainda prisioneiro dos alemães, com um moribundo soldado arrependido que suplicava ser perdoado por um judeu, reco-nhecendo os inúmeros atos de aniquilamento de judeus. Depois de ouvir o pedido de perdão Wiesenthal saiu sem responder, ou perdoar-lhe. Buscando uma resposta para a sua angústia, o caçador de nazista per-gunta: Você perdoaria?

E você, leitor, perdoaria? Jesus trou-xe a mais desafiadora proposta filo-sófica: o amor. Jesus é o símbolo perfeito do amor, é ímpar, unindo os lobos aos cordeiros. O amor reve-lado e exercido por Jesus jamais ha-via sido cogitado e menos, ainda, praticado. Ensinou o Mestre: "Um pensamento vos dou. Que vos ameis uns aos outros, como vos amei". Quem conhece o Espiritismo tem o dever de ser gentil, simpático, per-doando e se perdoando, amando sempre, adotando atitudes saudá-veis, ainda hoje, para ter saúde in-tegral.  

A Transição Planetária – O assédio - Suely Caldas Schubert, em 3 de maio, dando seu teste-munho de fidelidade e amor à Doutrina Espírita e aos seus seme-lhantes, voluntariou-se para refle-xionar sobre assédio espiritual orga-nizado aos cristãos.  A motivação para o encontro foi a informação apresentada por Divaldo Franco du-rante o workshop "Consciência e Liberdade", ministrado por ele  no dia 30 de abril de 2017.

Em linhas gerais, a informação apresentada trata do seguinte: Em 4 de abril de 2016, Espíritos muito infelizes e inimigos do bem se acercaram de Divaldo, assinalando o início de uma guerra contra a espe-rança e aqueles que se dizem servidores do Cristo. Esses servi-dores, disseram, terão que demons-trar persistência e dedicação ao tra-balho no bem. Estarão, daquela data em diante, testando os cristãos na aplicação, em si mesmos, das lições que ministram aos outros. Estare-mos, reprisam eles, em batalha; gostaríamos de vê-los chorar, deba-terem-se na vida, testando-vos to-dos os dias.

A Terra, ainda de Provas e de Expia-ção, abriga os homens em pertur-bação espiritual, muitos com parcos recursos morais, mas em processo da grande transição. Há, natural-mente, uma seleção onde estão sen-do assinalados os com propensão ao bem e os que se devotam ao mal. Essa seleção se dá através do teste-munho que cada um possa apre-sentar. Via de regra, os indivíduos se deixam impregnar pelos fatos ne-gativos, auxiliando, muitos sem saber, para o estabelecimento de formas-pensamento negativas gera-doras e mantenedoras de situações perversas, produzindo sofrimento.

Vencer as próprias limitações, esfor-çando-se para se tornar uma cria-tura melhor, é tarefa que requer determinação na busca do equilíbrio espiritual, no desenvolvimento do amor, tomando Jesus como modelo e guia. Embora cientes de que a situação negativa instalada nos dias atuais, com perspectiva de se esten-derem por mais tempo, cabe aos servidores do Mestre Galileu manter o bom ânimo e a esperança, orando vigorosamente. A vivência no bem, na caridade, na fraternidade, contri-bui para lidar com as situações afli-tivas com mais facilidade, lembran-do sempre que o bem prepondera. É importante que os espíritas ofere-çam a sua parcela, a sua cota de contribuiç&ati lde;o, dando testemunho do amor crístico, unindo esforços pelo bem comum, a felicidade, tornando-se exemplo, somando esforços em favor de um planeta melhor, mais harmônico e pacífico. 

Entrevista, homenagens e grati-dão - Quando alguém se levanta, a humanidade se levanta com ele. (Divaldo Franco)

O repórter José Raimundo, da TV Bahia, afiliada da Rede Globo, entre-vistou o médium, professor, huma-nista e pacifista Divaldo Franco na tarde do dia 4 de maio. O entre-vistado disse que se sente revita-lizado pelo Espiritismo que lhe pre-enche a vida com tanta beleza. Sente-se rejuvenescido e estimulado em viver e divulgar os postulados cristãos. O Espiritismo lhe propicia grandes alegrias, sentindo-se impe-lido a fazer mais, estendendo as suas mãos para acolher e despertar para a vida aos que se lhe acercam. Expressou, também, sua profunda gratidão às companhias espirituais que o visitam, confiante de que Jesus, como prometeu, não deixará ninguém órfão. Entre outras coloca-ções, Diva ldo, sempre otimista, dis-se que Jesus vela pelos seus irmãos e que as provações de agora, embora duras, serão dissipadas na medida em que o homem se renove moralmente, salientando a expres-são há muito cunhada por ele: Quando alguém se levanta, a humanidade se levanta com ele.

À noite, no Centro Espírita Caminho da Redenção, comemorando os 90 anos de Divaldo, a Livraria Espírita Alvorada Editora – LEAL – tendo à frente Piedade Bueno Teixeira, ho-menageou o aniversariante com a entrega do Best Seller do catálogo da LEAL, o livro Vida Feliz, em edi-ção especial e artística encaderna-ção. Foram impressos 25.000 exem-plares do Vida Feliz, com tradução para 12 idiomas. Na oportunidade foi lançado o Catálogo da Editora LEAL composto por quase 300 títulos publicados, com mais de 10 milhões de exemplares vendidos. Nele se podem pesquisar as obras que foram vertidas para 17 idiomas, divul--gando a Doutrina Espírita para 70 países nos 5 continentes.

Divaldo Franco, generoso e abnega-do, dirigindo-se ao público disse que ninguém consegue viver sem estí-mulo, incentivo e auxílio para dar continuidade às tarefas que lhe são inerentes. As homenagens, trans-fere-as para a Doutrina Espírita. Ao aceitar as manifestações de carinho e ternura, agradece ao Espiritismo por tirá-lo do anonimato, surpreen-dendo-se pelo número e alcance das atividades que exerceu, nunca ima-ginadas.

Enumerando um rol de abnegados e amorosos companheiros de jornada, de ambos os sexos, Divaldo frisou que para se obter sucesso na obra e na empresa divina é fundamental e imprescindível o concurso de mui-tos, e estes não lhe faltaram, mes-mo nas horas mais difíceis de sua existência. Inúmeros corações gene-rosos, dos dois planos da vida, se mantêm fiéis a Jesus, auxiliando e amparando-o em seus empreendi-mentos e na divulgação do Espiritis-mo, facilitando-lhe a jornada.

Humanista e pacifista, o ínclito Se-meador de Estrelas enalteceu as amizades que lhe dão um sentido à vida e que não foram em vão e sem propósitos, pois que delas necessi-tava, tanto quando necessita. Jesus é o amigo de todas as horas. É necessário abandonar tudo para segui-lo, não há necessidade de fugir do mundo, mas viver no mundo de tal forma que se possa utilizar os instrumentos do mundo sem ser mundano.

Os milênios se sucedem. Jesus ofe-receu e continua a oferecer suporte para que seus servos aprendam a viver. Seus mensageiros, de tempos em tempos, visitam os homens na Terra para instruí-los, conduzi-los pelo exemplo, suavizando a cami-nhada, ensinando-os a amar. Os benfeitores são extremamente preo-cupados com os seus tutelados, co-mo é o caso de Joanna de Ângelis, que tomou a si, há 110 anos, os cuidados para com Divaldo Franco. Esta é a hora de sermos melhores, e fazermos com o coração o que devemos fazer. Finalizando, exter-nou sua gratidão aos que o auxi-liaram nesses 90 anos de existência física. Em breve retornará ao mundo dos Espíritos, para logo em seguida preparar-se para o retorno ao plano físico.  

Aniversário na Mansão com as crianças e jovens - O esperado dia 5 de maio de 2017 finalmente chegou. As crianças e jovens das unidades de ensino da Mansão do Caminho, sob a segura direção de Clese Cerqueira, responsável pela área de ensino da Mansão do Cami-nho, se reuniram no Centro Espírita Caminho da Redenção para home-nagear e comemorar o 90º aniver-sário de Divaldo Franco. Estavam presentes as crianças e os jovens da Creche A Manjedoura; do Jardim Esperança; da Escola Infantil Alvora-da Nova; da Escola de 1º Grau Jesus Cristo; e do Centro Socioassistencial Integrado Ana Franco, tota lizando 3.100 alunos em educação integral.

Organizados e disciplinados, todos os presentes viviam as emoções de uma comemoração. Com a cobertura da Rede Bahia de Televisão, Clese se expressou, emocionada, em no-me de seus alunos e dedicados pro-fessores e auxiliares. Sentia-se mui-to feliz pela oportunidade de home-nagear e parabenizar o idealizador e construtor desse magnífico cenário atual, educando crianças e jovens para se tornarem cidadãos de bem, responsáveis e honrados.

Com votos de felicidades e muitos anos de vida digna e profícua, foi entregue ao aniversariante uma pla-ca de agradecimento e reconhe-cimento pelo excelente trabalho prestado à infância e a juventude. Assim, Divaldo Franco, aos 90 anos, observa os frutos de seu sonho de contribuir para a dignificação do ser humano, educando, desde o berço o cidadão do futuro, construindo um mundo melhor, mais fraterno e pacífico. 

Aniversário na Mansão com os amigos - À noite, os amigos de Divaldo Franco se reuniram no Ginásio de Esportes da Mansão do Caminho para homenageá-lo, para-benizando-o pelo seu 90º ani-versário. Foram mais de mil pessoas que carinhosamente reverenciaram o pacifista nascido em Feira de San-tana (BA) no recuado 5 de maio de 1927.

Em ambiente festivo e solene, as homenagens foram-se sucedendo. Após as apresentações artísticas es-meradas, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um Selo Personalizado, comemorativo dos 90 anos de Divaldo Franco. O Selo Personalizado é uma impor-tante peça filatélica comemorativa. Na ocasião foram enaltecidas as vir-tudes e ações empreendidas pelo homenageado, cuja vida foi dedi-cada à causa humanitária.

Episódios da vida do mensageiro da paz Divaldo Franco foram teatra-lizados, retratando passagens mar-cantes da vida do médium e conferencista espírita, inclusive com depoimentos evidenciando fatos que marcaram a história do homena-geado, um homem dotado de fibra inquebrantável, dedicado e incansá-vel servidor do Cristo.

Ao expressar-se, Divaldo narrou uma das histórias de Selma Lagerlöf (1858-1940), escritora sueca, ven-cedora do Prêmio Nobel de Litera-tura de 1909, traduzindo, assim, as emoções que experimentava na-quele momento especial. Com sua própria percepção e emotividade, Divaldo discorreu sobre a Lenda da Dívida de Gratidão, estampada no Livro das Lendas. A lenda se refere a um encontro psíquico com seu avô desencarnado Peter Lagerlöf, narra-da por ocasião em que Selma rece-beu o Prêmio Nobel de Literatura em 1909, em Estocolmo.

Com a narrativa, Divaldo Franco de-sejou salientar que seria insuficiente qualquer palavra para agradecer a paciência, a tolerância, as horas abençoadas que fruiu junto aos ami-gos e companheiros, sempre muito laboriosos. Como de hábito, Divaldo transferiu as homenagens a Jesus e a Allan Kardec, a Nilson de Souza Pereira e às almas gentis que lhe deram uma nova oportunidade, guardando para si a ternura, o cari-nho e a confiança que depositaram nele.

Professor habilidoso, Divaldo Franco frisou que o maior milagre da vida é o amor. Reconhecido e agradecido aos bons e belos momentos de labor no bem, que lhe permitiram tornar-se melhor ante a dor do próximo, o Paulo de Tarso dos dias atuais agradeceu pela paz e pela espe-rança, pelo ar e pela água, e aos que tornaram sua existência mais suave e alegre. O momento festivo ainda contou com a entrega de mais uma placa comemorativa ofertada pelos seus filhos adotivos, funcio-nários e auxiliares da Mansão do Caminho. Efusivamente os amigos o aplaudiram, desejando-lhe felici-dades e muitos anos de vida. Parabéns querido irmão!
 

Nota do Autor

As fotos que ilustram a reportagem são de Jorge Moehlecke.


 

sexta-feira, 5 de maio de 2017