terça-feira, 30 de junho de 2009

ERRATICIDADE E FANTASIAS ESPIRITUAIS.

ERRATICIDADE E FANTASIAS ESPIRITUAIS.
Natureza da vida depois da morte!
(Iso Jorge Teixeira)


O Espiritismo é uma Doutrina consoladora por excelência, ele demonstra por fatos patentes a imortalidade da alma, a sua individualidade após a morte e a necessidade de reencarnação para o aperfeiçoamento, pois somos perfectíveis. Todos esses princípios estão resumidos nas questões 149, 150, 152, 166, 166-a, 166-b, 166-c e 223 de O Livro dos Espíritos de ALLAN KARDEC.

DESTINO DAS ALMAS DEPOIS DA MORTE.
Que acontece com a alma após a morte? A dos bons irão para o céu e a dos maus para o inferno? Haveria um purgatório, um lugar determinado para a ascensão ao céu ou como preparativo para a reencarnação daquelas almas necessitadas de purificação?...Essas perguntas, exceto a primeira, seriam respondidas com um sim pela maioria dos religiosos brasileiros... Inclusive DANTE ALIGHIERI em sua A Divina Comédia, descreve minuciosamente INFERNO, PURGATÓRIO e CÉU, de maneira genial, embora com os ensinamentos e os conhecimentos "científicos" e míticos medievais e o não menos genial GUSTAVO DORÉ ilustrou magistralmente tal obra, a bico-de-pena.

Curiosamente, alguns confrades sincretizam tais conceitos de céu, inferno e purgatório e admitem coisas semelhantes àquelas descritas n' A Divina Comédia – do obscurantismo medieval –dizendo que após a morte seremos encaminhados para um "Pronto - Socorro Espiritual" e daí, para "colônias espirituais". No entanto, não é isso que está explícito e implícito
na Doutrina dos Espíritos; por isso, julgamos importante tratar aqui da questão básica relativa à erraticidade e dos Espíritos errantes...

• Que seremos ao desencarnarmos ? Estamos encarnados na Terra para provas e expiações, por isso somos, na esmagadora maioria, Espíritos inferiores. Ao desencarnarmos seremos, na quase totalidade, Espíritos errantes e isso está bem claro na resposta à questão 224 de O Livro dos Espíritos de ALLAN KARDEC, ou seja, nos intervalos da encarnações a alma é um "Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera".

A erraticidade não é um sinal de inferioridade entre os Espíritos, pois estes ali existem em todos os graus (cf. resposta à questão 225, op.cit.), mas somente os Espíritos Puros não são errantes, pois seu estado é definitivo (cf. resposta à questão 226, op. cit.).

Enfim, Espíritos errantes são aqueles em trânsito, que esperam uma oportunidade de reencarnação em nosso planeta ou em outro... Embora possamos evoluir no estado errante – através do estudo do nosso passado e observando os lugares que percorrermos, ouvindo os homens esclarecidos e captando os conselhos dos espíritos mais elevados (cf. resposta à questão 227, op. cit.) –, é através da existência corpórea que pomos em prática as idéias adquiridas na erraticidade (resposta à questão 230 'in fine').

Ora, há uma série de livros mediúnicos em que aparecem Espíritos, com falsa modéstia indisfarçável, que se dizem "imperfeitos" e que estariam "ajudando os irmãozinhos encarnados", durante séculos na erraticidade. Como um deles, num Centro em que freqüentamos, que dizia ser o "pai Joaquim", que – após uma troca de idéias, preparatória, para uma sessão mediúnica –, dirigiu-se diretamente a nós, dizendo:

–– Dr., o Sr. tem preconceito contra os pretos - velhos?
Ao que respondemos, então:
–– É por não ter preconceito que não entendo porque o Sr. se intitula "pai Joaquim"!
Em seguida, ele fez uma longa explanação, aliás repetida em muitos Centros, de que a encarnação preferida dele foi a de um escravo, por isso se intitulava assim. E finalmente disse:
–– Estou aqui neste plano há mais de 300 anos, tenho muitas imperfeições, mas procuro ajudar os irmãozinhos encarnados.
Retrucamos, então:
–– Se está há tanto tempo aí, e com imperfeições, por que não reencarna?...
A seguir, ele (não sei se o Espírito ou o médium) mostrou-se desconcertado, hesitante, sem graça; tropeçou nas palavras e não trouxe nenhum ensinamento novo, somente frases – feitas...
Ou seja, determinados livros mediúnicos estão afastando cada vez mais as pessoas da Doutrina dos Espíritos, pois algumas excrescências doutrinárias são tidas como verdadeira Doutrina...
• As chamadas "colônias espirituais" são de existência questionável. Há uma grande falha
em nosso movimento espírita ao admitir que fiquemos, quase enclausurados em "colônias espirituais", a receber conselhos de Espíritos, como se aí estivéssemos encarnados, como naquelas imagens de DORÉ sobre a Divina Comédia de DANTE... Até um tal "vale dos suicidas" é creditado como verdadeira Doutrina dos Espíritos!... Contudo, nas obras de KARDEC não há a menor referência nem às colônias espirituais nem ao vale dos suicidas. Seria uma omissão imperdoável da Espiritualidade Superior!

Acreditamos em que, ao desencarnarmos, a nova vida é eminentemente espiritual, nada de mundos especiais, "cópias aperfeiçoadas dos objetos da Terra", como dizem alguns confrades. O mundo da erraticidade é um mundo de reflexão em que nos preparamos para uma nova encarnação, mas essa preparação não tem nada de material.

Alguns argumentam que aqueles Espíritos mais terra-a-terra não conseguiriam viver sem a matéria !!! Ora, se não conseguirem viver sem a matéria, ao desencarnarem não sairão daqui do orbe terrestre, é o que se infere do início da resposta à questão 232 de O Livro dos Espíritos, isto é:

"(...) Quando o Espírito deixou o corpo ainda não está completamente desligado da matéria e PERTENCE ao mundo em que viveu ou um mundo do mesmo grau(...)"– o destaque é nosso.
• Espíritos superiores não podem reencarnar-se ?

Nunca devemos esquecer-nos de que estamos rodeados de espíritos desencarnados, errantes, e são eles que nos dão boas ou más inspirações. Embora aqui na Terra predominem os maus espíritos, temos também Espíritos Superiores, em menor número, é o caso dos Espíritos – Guias de cada um de nós...

A propósito, é um sofisma afirmar-se que um Espírito Superior teria dificuldade de vir à Terra e seria impossível, em determinado caso, a sua reencarnação terrena; pois, argumentam, o seu fluido é muito diáfano para suportar os fluidos terrenos. Ora, o perispírito é extraído do planeta em que o indivíduo está encarnado (cf. questão 94, op. cit.) ou situado; obviamente, há variações individuais, mas a sua constituição é sempre a mesma para cada orbe.

A Doutrina dos Espíritos é bem clara neste aspecto, ela nos diz em relação aos Espíritos
Superiores, os de segunda ordem: "Quando, por exceção, se encarnam na Terra, é para cumprir uma missão de progresso e, então, nos oferece o tipo de perfeição a que a humanidade pode aspirar neste mundo."(cf. item 111, 'in fine', de O Livro dos Espíritos). Um exemplo maravilhoso deste caso foi a encarnação de JESUS (cf. questão 625 , op. cit.) e a este respeito disse KARDEC:
"Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na Terra(...)" (cf. Comentário ab initio à questão 625, op. cit.).

Sabemos que o assunto é polêmico em relação a JESUS, pois alguns julgam-no um Espírito Puro, de primeira ordem e, por isso, não mais sujeito à encarnação. Mesmo admitindo que JESUS seja um Espírito Puro, qual a impossibilidade de sua encarnação ?... Em nosso modo de entender não há nenhuma impossibilidade, tanto assim que ele reencarnou de fato e há provas disso. Mas não entraremos nesta discussão, pois não é o escopo deste estudo.

Enfim, na erraticidade não existe céu, inferno nem purgatório, em lugares determinados; eles existem sim, na consciência individual. Muitas vezes esses Espíritos atraem-se por sintonia, mas, como Espíritos não são capazes de formar quadrilhas, como do Comando Vermelho, Terceiro Comando, aqui da Terra. São espíritos cujo "inferno" consiste – quando renitentes no mal –, em não poderem por em prática os seus maus pendores e isto está bem claro na resposta à questão 970, 'in fine', de O Livro dos Espíritos:

"Desejam todos os gozos e não podem satisfazê-los. É isso que os tortura".

Muitos confrades temem os obsessores numa reunião mediúnica, alegando até que alguns são chefes de falanges infernais!... Mais importante que doutrinar o obsessor (o que é mais fácil) é levar o obsidiado a desprender-se da sintonia que o liga ao seu algoz, pois afinal de contas ambos são algozes - vítimas.

EPÍLOGO. O Céu, o Inferno, o Purgatório, as Colônias espirituais, são fantasias espirituais sem nenhuma sustentação científico – doutrinária, são elucubrações místicas de Espíritos ainda apegados à matéria e de algumas pessoas simplórias que não conseguem conceber o mundo espiritual sem materialidade.
Ao desencarnarmos na Terra, um planeta inferior, por melhores que sejamos não atingiremos , imediatamente, a condição de Espíritos Puros e por mais obstinados que sejamos no mal, não ficaremos eternamente nessa condição de "legionários infernais", pois a Providência Divina nos dá o livre-arbítrio, propiciando-nos o arrependimento. A Lei Divina é Misericordiosa...

Iso Jorge Teixeira
CREMERJ:52-14472-7
Psiquiatra. Livre-Docente de Psicopatologia e Psiquiatria da Faculdade de
Ciências Médicas (FCM) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).


(Texto recebido de Terezinha Souza)

DESABAFO DE UM PADRE

O desabafo do Pastor Ricardo Gondim
Site do Pastor: www.ricardogondim.com.br

Este texto foi enviado a mim pelo amigo Cauci, eu achei interessante, pela sinceridade manifestada por um homem que eu não conheço mas que demonstra as características de um Cristão sincero e autêntico, que não admite se deixar enganar pelos absurdos que muitos estão fazendo em nome de JESUS$, iludindo a tantas criaturas neste mundo.
A nossa solidariedade ao ilustre Pastor Ricardo Gondim e o nosso carinho aos inúmeros pastores evangélicos que, com certeza, existe por este mundo a fora, dispostos a divulgarem o autêntico Evangelho, as propostas do Cristo, para uma melhora da humanidade e não pela exploração dos bolsos das criaturas menos racionais.
Leiamos o texto, abaixo do meu pedido de autorização para publicação, com a devida autorização do seu autor.

Alamar
De: alamar@redevisao.net

Abençoado Pastor Ricardo:

Eu gostaria de confirmar se este texto abaixo é mesmo da sua autoria e, caso positivo, gostaria de obter autorização para publicá-lo, tamanha a sua coerência e sinceridade Cristã.

abraços.
Alamar Régis Carvalho

Observação: Eu sou espírita, mas no meio espírita não é muito diferente disso não.

From: Ricardo Gondim
To: alamar@redevisao.net
Sent: Monday, October 18, 2004 11:31 AM
Subject: SOBRE O TEXTO DE DESABAFO
Prezado Alamar,
Sim, o texto é meu e o irmão pode sentir liberdade de republicá-lo.
Abraços,
Ricardo Gondim

Estou Cansado

Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensinou que Deus restaura as forças dos que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista.
Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.
Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos.
Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.
Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa.
Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.
Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.
Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento "científico" da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.
Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.
Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros! que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas "caiam sob o poder de Deus" para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.
Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar "piercing", fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.
Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.
Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.
Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja.
Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.
Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.
Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.
Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.
Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesias para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.
Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.

Soli Deo Gloria.
Pastor Ricardo Gondim

www.ricardogondim.com.br

A ARTE DE VIVER(COMPLICADA?)

A COMPLICADA ARTE DE VER.

(Rubem Alves)

Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver".


Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

(Texto Recebido de Nur@ Ferreti).

SAUDADE


Por tanto tempo sofremos a ação de um passado transformado em
ilusão... Utopias tecidas a
atrasar um caminhar de trabalhos, de realizações, de
estudos, trocas, reformas e
reencontros.

Quantos de nós não passa todo o seu dia sentindo uma saudade do
dia de "ontem"?
É comum ouvirmos: "ah! se eu pudesse retornar aos meus 20 anos
agora, com certeza eu seria
mais feliz". Mas quando tínhamos 20, sentíamos saudades de
quando crianças, sem precisar
levantar cedo para trabalhar. Ou mais ainda de lá trás,
quando não precisávamos sequer
pensar, ou melhor, nem "esquentar" a cabeça.

Quanta vida jogada fora! Quanta energia mal canalizada,
quanto sorriso apagado pela
tristeza, quantos desencontros efetuados por uma única emoção, a
saudade... Sofremos até por
uma saudade que não sabemos do quê.

Não seria mais prudente, mais criativo, mais benéfico, mais
simples, mais inteligente,
trabalhar esta saudade? Observar que depois de tudo vivido,
passado, "sofrido", estamos
inteiros, mais fortes, mais capacitados?

Se lá trás alguém nos dissesse tudo o que passaríamos até este
momento, acharíamos que não
seríamos capazes de sobreviver. Mas, para nossa surpresa, estamos
agora mais "vivos" do que
antes!

O nosso sorriso é hoje mais belo, só precisamos acreditar nisto...
Tanta coisa passou, tanta
coisa aconteceu e está acontecendo e irá acontecer... E nós
estamos participando, atuando,
neste palco da vida.

A saudade é para ser usada como um ponto de referência para
reconhecermos que o melhor
momento de nossas vidas é o atual. Olhemos por um instante e
rodemos a tela das nossas
vidas: quantas coisas boas e ruins, compreendidas e não
compreendidas, esquecidas e
lembradas... Assim deve ser a saudade, um breve instante. Pois
breves são os nossos momentos
aqui... Não os desperdicemos.



(Um irmão de luz)



Beijos da amiga Verena^Å^

PESADOS COFRES


A distância do céu à Terra, quando se fala em amor ao semelhante, não pode ser medida em anos-luz. Mas, é a própria distância que alguém coloca em relação ao seu próximo. O conceito de "próximo" é o mesmo de ser humano, aquele que habita as bordas planetárias ou o centro da nossa casa. A distância do homem ao seu cofre tem sido muito menor que o espaço que o separa de seus irmãos, obrigando-o a ser sentinela dos seus bens e descuidado para com as suas amizades e virtudes.

Que o diga sua majestade, Hajji Hassanal Bolkiah Muhizzaddin Waddaulah, sultão de um pequenino país chamado Brunei. Considerado o homem mais rico do planeta, possui um patrimônio de 40 milhes de dólares, 165 Rolls-Royces, 650 cavalos puros-sangues, 23 palácios, 1,4 bilhão em obras de arte e às vezes dá gorjetas de 170 mil dólares. Para ninar um seu sobrinho, mandou fazer uma réplica do quartel das tartarugas ninjas, lançando pelos ares a bagatela de 975 mil dólares. Ao comprar mísseis Exocet, quis disparar um deles somente para observar a fornalha que ele produzia, e o fez, queimando com isso 200 mil dólares. Seu carro predileto dentre as centenas que coleciona, leva uma placa de ouro no capô, citando que a construção do mesmo foi especial para sua majestade. Para homenagear a memória do seu pai, mandou construir uma mesquita e a decorou com azulejos venezianos, e por fora, com placas de ouro com 22 quilates. Mansões na Inglaterra, em Paris, aviões, iates, ouro, muito ouro...

Por que um único homem possui tanto e tantos nada possuem? E mais. Por que um homem é capaz de gastar milhões de dólares em atos improdutivos e deixa morrer a míngua irmãos seus que moram alhures? Se um gole de água mata a sede, por que o homem quer o rio somente para si? Sua majestade só consegue montar um cavalo de cada vez. Habitar um único quarto por dia. Dirigir um único carro... Então, porque 650 cavalos, 1788 cômodos no palácio real, dezenas de Rolls Royces, Mercedes Ferraris...?

Na verdade sua majestade é um homem comum, que só possui de seu aquilo que pode levar deste mundo. E o que é então que ele possui, pergunta Pascal em "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Nada do que se destina ao uso do corpo, e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais.

Seria legítima a fortuna de sua majestade? "Uma propriedade só legitimamente adquirida quando para conquistá-la não se prejudicou a ninguém".

O sultão, governando como dono e senhor, país tão pequeno, apropriando-se de toda renda de seu petróleo, estará promovendo o bem-estar físico, social e mental de seus súditos?

Qual seria então o melhor emprego de sua fortuna? Amai-vos uns aos outros, esse é o melhor roteiro para filmes assim. Aquele que ama Deus recebe Dele as diretrizes para empregar com sabedoria a sua fortuna, fazendo frutificar cada centavo que aplica, pois o faz a beneficio do progresso geral. Aplicações exageradas em si próprio costumam produzir pesados débitos no banco da vida. A fortuna deve correr como a água que a tudo irriga em sua passagem. Ao mesmo tempo, deve ser empregada com lucidez e previdência, pois Deus não ordena atirar fora o que se possui, tornando-se em seguida um peso para a sociedade.

Mas, saiamos um pouco da luz evangélica e adentremos a sabedoria de "O Livro dos Espíritos", em suas perguntas 814 e 815.

- Por que Deus deu a uns a riqueza e o poder, e a outros a miséria?

- Para provar, cada um, de maneira diferente. Aliás, sabeis que os próprios Espíritos escolhem essa prova e, freqüentemente, nela sucumbem.

- Qual das duas provas é a mais terrível para o homem, a da infelicidade ou a da fortuna?

- Tanto uma como a outra o são. A miséria provoca o murmúrio contra a Providência e a riqueza leva a todos os excessos.

Como se vê, sua majestade traz sobre os ombros uma imensa responsabilidade frente a fortuna que detém. Olhos acostumados ao brilho, parece nunca ter visto a fome na África, a miséria no Brasil, a tragédia do mundo. Trinta milhões de dólares gastos nababescamente em uma única festa, quantas escolas ou hospitais construiriam? Quanto alimento cobriria a mesa vazia ou quantas famílias abrigaria, um tiro no nada que queimou duzentos mil dólares?

O câncer, a hanseníase, a paralisia, esperam por mãos de amparo que parecem nunca chegar. A mensagem de Jesus segundo "não se pode servir a Deus e a mamon" nunca foi tão especial. O exemplo de Francisco de Assis diante de tanta tragédia bordada a ouro, brilha mais que o próprio ouro. O Espiritismo, com seu lema "Fora da caridade não há salvação" é o luminoso farol nessa selva de brilhantes.

O homem vale pelo que traz no seu coração. A cobiça o torna surdo e cego e a bondade o liberta da aflição. O Evangelho de Jesus é um código para livrar o Espírito da dor e fazê-lo chegar mais depressa ao seu destino. Mas o homem, insensato que é, escolhe na maioria das vezes o terreno mais áspero, o roteiro mais difícil, o tempo mais longo. Em seus desejos egoístas, recusa o ouro do sol, a luz das estrelas, a liberdade do pós-morte, preferindo pedaços de metal e pedrarias, que sequer pode alimentá-lo.

Quando sua majestade desencarnar, irá em um único caixão. Será levado por um único carro para uma única cova. Aos milhões serão apenas as bactérias que se alegrarão com seus depojos.

E o que acontecerá depois? Bem, para sabermos, voltemos ao Evangelho: "Ao viajante que chega a uma estalagem, se ele pode pagar é dado um bom alojamento; ao que pode menos, é dado um pior; e ao que nada tem, é deixado ao relento. Assim acontece com o homem, quando chega ao mundo dos Espíritos: sua posição depende de suas posses, com a diferença de que não pode pagar em ouro".

Esse penoso instante o faz lamentar ter tido tanto, quando rico, e não ter sabido converter suas moedas ao câmbio divino. Esse momento amargo, essa inversão brusca de bilionário para mendigo, tira-lhe o chão dos pés e nada mais resta fazer senão adaptar-se às condições miseráveis as quais se condenou. Se na Terra o ouro fascina, no céu ele faz cina, a depender de como é usado.

A única passagem evangélica em que Jesus foi visto com uma moeda na mão, refere-se a ocasião em que Ele indagava à multidão de quem era a efígie nela esculpida. Lembrando o desapego dos bens terrenos que caracterizou Jesus, não estou endossando a pobreza, a miséria nem a mendicância. Mas, apelando ao bom-senso para que cada um viva com o necessário evitando que o seu supérfluo fomente a miséria de outros.

Vivamos modestamente para morrermos honradamente. O ouro para reluzir precisa da luz que o toque. Busquemos antes a luz, pois sem ela nenhum brilho iluminará nossas vidas, nem antes nem depois da morte.

(Do Livro "Espiritismo e Justiça Social" - Luiz Gonzaga Pinheiro).

PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS,ALCOOLISMO E ACEITAÇÃO DO OUTRO - VISÃO ESPÍRITA

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

Fundamentos:

Ao trazer à luz esclarecimentos sobre a pluralidade das existências corpóreas, os Espíritos Superiores resgatam uma doutrina que teve inicio nos primeiros tempos da humanidade. Mas, algumas correntes doutrinárias deixaram de lado em seus fundamentos o princípio evolutivo da reencarnação, preferindo, antes, consagrar a teoria da unicidade das existências. Desta forma, rejeitaram princípios que poderiam auxiliar o homem em seus questionamentos existenciais. Porém, cedo ou tarde, ao atingir sua maturidade espiritual, a humanidade não poderá conciliar as diversidades da evolução e as conseqüentes divergências sociais, em face da inverossímil possibilidade de a alma encarnar uma só vez.

Ao tecer algumas considerações sobre a pluralidade das existências, Allan Kardec formulou as seguintes questões:

1 – Por que a alma revela aptidões tão diversas e tão independentes das idéias adquiridas pela educação?

2 – De onde vem a aptidão extranormal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida?

3 – De onde vêm, para uns, as idéias inatas ou intuitivas, que não existem para outros?

4 – Por que alguns homens, independentemente da educação são mais adiantados que outros?

5 – Se a existência presente deve ser decisiva para a sorte futura, qual é, na vida futura, respectivamente, a posição do selvagem e a do homem civilizado? Estarão no mesmo nível ou estarão distanciados no tocante à felicidade eterna?

6 – O homem que trabalhou toda a vida para melhorar-se estará o mesmo plano daquele que permaneceu inferior, não por sua culpa, mas porque não teve o tempo nem a possibilidade de melhorar?

Há uma doutrina que possa resolver essas questões? Admiti as existências sucessivas, e tudo estará explicado de acordo com a justiça de Deus. Aquilo que não pudemos fazer numa existência, faremos em outra. É assim que ninguém escapa à lei do progresso. Cada um será recompensado segundo o seu verdadeiro merecimento, ninguém é excluído da felicidade suprema a que se pode aspirar, sejam quais forem os obstáculos que encontre no seu caminho (LE, perg. 222).

Portanto, as discrepâncias ocorrem em função dos desvios cometidos e que exigem reajuste perante Deus. Deve-se, pois, reconhecer que a pluralidade das existências é a única capaz de explicar aquilo que, sem ela, seria inexplicável, pois representa para o homem a resposta aos seus anseios, na medida em que explica o presente e lhe possibilita novas oportunidades corpóreas de aprimoramento espiritual.

(Do Livro "Iniciaçao ao Espiritismo" - Therezinha Oliveira).

O QUE É UM ALCOÓLATRA

Alcoólatra é todo aquele sujeito que bebe freqüentemente qualquer espécie de bebida alcoólica, e que com a mesma freqüência, afirma que pára quando quiser.

Muitos viciados, desculpando a própria conduta, afirmam que o que têm não é vício, e sim um hábito, o que é diferente.

Para esclarecer melhor, recorro a um trecho do livro "Drogas, Opção de Perdedor", do respeitado psiquiatra Flávio Gikovate: "Estou sempre utilizando a palavra vício. Mas já pode ter passado pela sua cabeça a pergunta Será que vício e hábito são a mesma coisa? Eu respondo que não. E que é importante distinguir um do outro. É disso que trataremos a seguir.

Em primeiro lugar, costuma-se dar um valor profundamente negativo ao vício, enquanto o hábito é aceitável. A maior parte dos viciados, por exemplo, gosta de pensar - e dizer - que não são viciados. Dizem que apenas têm o hábito de tomar um ou dois uisquinhos no fim do dia, ou de puxar um fuminho à noite para relaxar, enquanto ouvem música. Quer dizer: os defensores do uso das drogas dizem que elas não viciam - que são apenas um hábito. Para escapar daquele valor fortemente negativo que vem junto com o termo vício.

Acho uma bobagem nos preocuparmos tanto com a palavra vício. O problema maior das drogas não é que elas viciam, é que elas fazem mal."

Vou complementar as palavras do médico Gikovate. Não que seu texto mereça reparos, mas esta é uma obra espírita e o escritor citado observou apenas o aspecto material.

Tanto o consumidor de bebida alcoólica como o de outras drogas, viciados ou habituais, não podem se esquecer de que tal comportamento é acompanhado de perto por espíritos desencarnados que se afinam com tais práticas e, com certeza, não se encontram em um estágio de evolução elevado, de modo que, se não trouxerem prejuízos voluntários, o farão involuntariamente, pelo seu vício - ou hábito - às custas do amigo encarnado, que encontrará cada vez mais, incentivos para continuar o consumo e, por outro lado, uma dificuldade enorme para mudar de comportamento.

Alguns poderão falar: uma cervejinha de vez em quando não faz mal, ou melhor, é até saudável. Falso! Como disse Joanna de Ângelis no livro "Após a Tempestade" , referindo-se ao alcoolismo: "o oceano é feito de gotículas e as praias imensuráveis, de grãos.

Não quero rotular ninguém, muito menos julgar. Muitas faces do comportamento humano não se apresentam de forma ideal, mas não é por isso que vamos deixar de analisar racionalmente e compreender que não há como encontrar uma justificativa plausível para o consumo de bebida alcoólica.

Ninguém é pior ou melhor porque bebe ou deixa de beber, mas se puder ficar longe, fique; até porque, no plano espiritual elevado, para onde todos nós almejamos ir após a desencarnação não tem botequim, e quem está acostumado, sofrerá com a falta.

(Do Livro "Adolescer-Verbo Transitório" - Edson de Jesus Sardano).

OS MALEFÍCIOS DO ÁLCOOL

"O meio em que certos homens se encontram não é para eles o motivo principal de muitos vícios e crimes?

- Sim, mas ainda nisso há uma prova escolhida pelo Espírito, no estado de liberdade; ele quis se expor à tentação, para ter o mérito da resistência".

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro, cap. I - A Lei Divina ou Natural, perg. 644).

"A alteração das faculdades intelectuais pela embriaguez desculpa os atos repreensíveis?

- Não, pois o ébrio voluntariamente se priva da razão para satisfazer paixões brutais: em lugar de uma falta, comete duas":

(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. cap. X. Lei da Liberdade. perg, 848).

O álcool (palavra de origem árabe: al = a, cohol = coisa sutil) não é alimento nem remédio. É tóxico. Chegando ao seio da substância nervosa, excita-a e diminui sua energia e resistência, e deprime os centros nervosos fazendo surgir lesões mais graves: paralisias, delírios (delirium tremens). Como tóxico, atinge de preferência o aparelho digestivo: o indivíduo perde o apetite, o estômago se inflama e a ulceração da sua mucosa logo se manifesta. A isto se juntam as afecções dos órgãos vizinhos, quase sempre incuráveis. Uma delas (terrível) é a cirrose hepática, que se alastra progressivamente no fígado, onde as células vão morrendo por inatividade, até atingir completamente esse órgão, de funções tão importantes e delicadas no aparelho digestivo.

O que se vê nos hospitais durante a autópsia de um cadáver de um alcoólatra crônico é algo horripilante. O panorama interno do cadáver pode ser comparado ao de uma cidade destruída por um bombardeio atômico.

Além das catástrofes provocadas no organismo físico, quantos males e acidentes desastrosos são ocasionados pela embriaguez! Os jornais, todos os dias, enchem as suas páginas com tristes casos de crimes e desatinos ocorridos com indivíduos e mesmo famílias inteiras, provocados por criaturas alcoolizadas.

A embriaguez é hábito que se observa difundido em todas as camadas sociais. Mudam-se os tipos de bebidas: das mais populares, ao alcance do trabalhador braçal, às mais sofisticadas, para os homens de "status". No entanto, o costume é o mesmo, os prejuízos, iguais. Em geral, a tendência para beber vem de uma perturbação da afetividade que pode ser originada na infância. Os problemas infantis gerados nos desequilíbrios familiares, pela falta de carinho dos pais ou por outros conflitos - são comumente as raízes desse estado íntimo propício ao alcoolismo.

O alcoolismo deve ser encarado, nos casos profundos, como uma doença orgânica, como o é, por exemplo, o diabetes. Deve ser evitado radicalmente, sob pena de se sofrer amargamente as suas conseqüências nos processos de recuperação em clínicas especializadas.

Há indivíduos que buscam na bebida um estado e liberação das suas tensões recônditas, ou então o esquecimento momentâneo de suas mágoas ou aflições, o que denota uma necessidade de refletir corajosamente sobre essas causas, buscando novos rumos para o seu próprio esclarecimento. A bebida só leva à autodestruição, e nada de construtivo oferece às suas vítimas.

As alterações das faculdades intelectuais causadas pela embriaguez, principalmente da autocensura, que priva a criatura da razão, tem levado homens probos a cometer desatinos, crimes passionais e tragédias.

Na embriaguez, o domínio sobre a nossa vontade é facilmente realizado pelas entidades tenebrosas, conduzindo-nos aos atos de brutalidade.

O viciado em álcool quase sempre tem ao seu lado entidades inferiores que o induzem à bebida, nele exercendo grande domínio e dele usufruindo as mesmas sensações etílicas. Cria-se, desse modo dupla dependência: uma por parte da bebida propriamente dita, com toda a carga psicológica que a motivou; outra por parte das entidades invisíveis que hipnoticamente exercem sua influência, conduzindo, por sugestão, o indivíduo à ingestão de álcool.

O processo que se recomenda para a libertação da bebida é ter em mente, sempre que o desejo se apresentar, a idéia dolorosa das conseqüências funestas do álcool. Nessas horas, devem ser reprimidos os impulsos com a lembrança de tudo aquilo de repugnante e desagradável que o álcool provoca. Em particular, os espíritas conhecem - e são fortalecidos com as idéias relativas às conseqüências espirituais, principalmente no sofrimento dos suicidas após o desencarne. O álcool reduz a resistência física, diminui o tempo de vida e, por isso, o seu praticante é considerado um suicida.

Nesses momentos de tentação à bebida, quando estamos imbuídos do desejo de libertação, o auxílio do Plano Espiritual vem a nosso favor, mas necessário se faz o apoio da nossa própria vontade para surtirem os efeitos esperados.

É freqüente a alegação, por parte dos viciados, de que a bebida para eles é necessária, e que a sua vontade nada pode conter. Quando alguém assim afirma, demonstra que não tem nenhuma vontade de deixar de beber, e nesses casos pouco se pode fazer. O importante, mesmo, é que primeiro seja despertada a vontade de largar o álcool e, a partir disso, seja assumido voluntariamente o propósito de não mais se deixar levar pela imaginação, pelas idéias induzidas às vezes obsessivamente, ou mesmo pelos convites de "amigos" que façam companhias nas bebericagens.

A sede, o sabor, a oportunidade social, as comemorações, a obrigatoriedade em aceitar um drinque oferecido por alguém visitado são as muitas desculpas que temos para ingerir as doses de álcool. Precisamos, porém, estar atentos para não cometer exageros, abusos, e não resvalar por esse hábito social, que pode terminar por nos condicionar a ele.
Extraído do setor de perguntas e respostas do site: www.espirito.org.br

As cirurgias espirituais são realmente feitas por Espíritos? Nesse caso, como pode um Espírito elevado ser antiético, exercendo ilegalmente a medicina?
Sim, as cirurgias espirituais são feitas por Espíritos de médicos que atuam no corpo perispiritual, utilizando de técnicas ligadas à ciência médica, usando fluidos humanos e espirituais, nada fazendo nesse campo que fira as leis humanas. Um Espírito elevado jamais transgride qualquer lei. As curas realizadas em nome do Espiritismo praticado com seriedade, são feitas utilizando apenas a fluidoterapia. As cirurgias mediúnicas feitas com instrumentos cortantes, podem ser feitas por Espíritos superiores, mas não são consideradas trabalhos espíritas. Em alguns casos de cirurgias de corte, como os de José Pedro de Freitas (Arigó) e Edson Queiroz, existia uma missão a ser cumprida e visava chamar a atenção da comunidade científica para a realidade da vida espiritual. E parece que conseguiu, porém sem maiores conseqüências pelo próprio atraso do homem para a compreensão das coisas do Espírito. Pelo lado prático, no entanto, as cirurgias mediúnicas com instrumentos cortantes não devem ser praticadas em centros espíritas orientados pela doutrina de Allan Kardec, justamente por ferir a legislação vigente e não tratar-se de uma prática que possa ser exercitada por qualquer pessoa. As curas no Espiritismo são feitas exclusivamente com a imposição de mãos.

AS EXPIAÇÕES COLETIVAS

Todas as leis que regem o Universo, sejam físicas ou morais, materiais ou intelectuais, foram descobertas, estudadas, compreendidas, partindo-se do estudo da individualidade e do da família para o de todo o conjunto, generalizando-se gradualmente e comprovando-se-lhes a universalidade dos resultados.
Outro tanto se verifica hoje com relação às leis do estudo que o Espiritismo dá a conhecer. Podem aplicar-se, sem medo de errar, as leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer indo a encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em contato com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até à reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias, o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais.
Salvo alguma exceção, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que numa existência vêm a estar reunidos por uma tarefa comum já viveram juntos para trabalhar com o mesmo objetivo e ainda reunidos se acharão no futuro, até que hajam atingido a meta, isto é, expiado o passado, ou desempenhado a missão que aceitaram.
Graças ao Espiritismo, compreendeis agora a justiça das provações que não decorrem dos atos da vida presente, porque reconheceis que elas são o resgate das dívidas do passado. Por que não haveria de ser assim com relação às provas coletivas? Dizeis que os infortúnios de ordem geral alcançam assim os inocentes, como o culpado; mas não sabeis que o inocente de hoje pode ser o culpado de ontem? Quer ele seja atingido individualmente, quer coletivamente, é que o mereceu. Depois, como já o dissemos, há as faltas do indivíduo e as do cidadão; a expiação de umas não isenta da expiação das outras, pois que toda dívida tem que ser paga até a última moeda. As virtudes da vida privada diferem das da vida pública. Um, que é excelente cidadão, pode ser péssimo pai de família; outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade. Essas faltas coletivas é que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se encontram de novo reunidos, para sofrerem juntos a pena de talião, ou para terem ensejo de reparar o mal que praticaram, demonstrando devotamento à causa pública, socorrendo e assistindo aqueles à quem outrora maltrataram. Assim, o que é incompreensível, inconciliável com a justiça de Deus, se torna claro e lógico mediante o conhecimento dessa lei.
A solidariedade, portanto, que é o verdadeiro laço social, não é apenas para o presente; estende-se ao passado e ao futuro, pois que as mesmas individualidades se reuniram, reúnem e reunirão, para subir juntas a escala do progresso, auxiliando-se mutuamente. Eis aí o que o Espiritismo faz compreensível, por meio da eqüitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres.

Obras Póstumas - Allan Kardec

ACEITAR AS PESSOAS

Ouvi dois amigos conversando e um deles se queixava da incompreensão das pessoas, das agressões verbais, dos desentendimentos. Isto o revoltava e ele dizia invejar a serenidade e o equilíbrio do interlocutor.

- Qual é o segredo? perguntou.

- Não existe segredo, mas somente paixão pela vida e esforços contínuos para aprender, respondeu o outro.

- Aprender o que?

- A aceitar as pessoas, mesmo que ela nos desapontem, quando não aceitam os ideais que escolhemos. Quando nos agridem e nos ferem com palavras e atitudes impensadas.

- Mas é muito difícil aceitar pessoas assim.

- É verdade. É difícil aceitá-las como elas são e não como gostaríamos que elas fossem. Mas qual é o nosso direito de mudá-las?

- E como você consegue?

- Estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a escutar, mas não apenas com os ouvidos, também com os olhos, com o coração, com a alma, com todos os sentidos. Muitas vezes as pessoas não falam com palavras, mas com a postura. Fique atento para os que falam com os ombros caídos, os olhos e as mãos irrequietas.

Assim como você pode ler as entrelinhas de um texto, pode ouvir coisas entre as frases de uma conversa corriqueira, banal, que somente o coração pode ouvir. Não raro, há angústia e desespero disfarçados, insegurança escondida em palavras ásperas, solidão fantasiada na tagarelice. Aos poucos estou aprendendo a amar, e amando estou aprendendo a perdoar. Perdoando, apago as mágoas e curo as feridas, sem deixar cicatrizes nos corações magoados e tristes. Aprendo com a vida o valor de cada vida e procuro entender os rejeitados, os incompreendidos. Nem sempre consigo, mas estou tentando.

Quanto a nós, vamos tentar construir a paz, sem desânimo, com muito amor, muito amor no coração.

(Do Livro "A Minha Paz Vos Dou..." - Amilcar Del Chiaro Filho).



Convite para Palestra - Regressão de Memória na Cura do Espírito

Convido para a palestra que estarei proferindo e que será realizada neste feriado de 2 de Julho, às 20h00 com o tema: Regressão de Memória na Cura do Espírito.
A palestra será no Centro Espírita Deus, Luz e Verdade, na Rua Laura Costa, 198, ao lado da Clínica da Família, próximo ao Shopping Vila Verde - Bairro da Vila Laura de Brotas - Salvador-BA
Tel.: (71) 3389-2959 / 3381-8536

Serão abordados os seguintes sub-temas:

- Conceito de Consciente e Inconsciente
- O cuidado na literatura bíblica e espírita.
- Cérebro / Mente
- Memória Biológica e Espiritual.
- Carma e Darma – A Justiça Divina / A Lei de Retorno.
- Tipos de Regressão / Para que serve/ Técnicas / Indicações e Contra Indicações
- Diagnósticos da TVP
- Mitos (hipnose, inconsciente, controle, prisão temporal)
- Pequena Auto-Prática

Grande abraço,

Jordan van der Zeijden Campos
Terapeuta de Regressão e Transpessoal - OTHB 381
Consultório: (71) 3247.6711 / Pessoal: (71) 9935.0700
Blog para Palestras e Treinamentos: www.palestraseworkshops.blogspot.com
Site: http://www.intercessio.com.br
Blog Pessoal: www.jordancampos.blogspot.com

Para facilitar segue link do Mapa:

R. Laura Costa, 198 - Matatu, Salvador - BA, 40270-620
Link:

segunda-feira, 29 de junho de 2009

MENSAGENS DE CHICO XAVIER(COM ANDRÉ LUIZ E EMMANUEL)

ORAÇÃO PARA NÃO INCOMODAR
Senhor! Concede-me, por misericórdia, o dom de contentar-me com o que tenho, a fim de fazer o melhor que posso. Ensina-me a executar uma tarefa de cada vez, no campo de minhas obrigações, para que eu não venha a estragar o valor do tempo. Livra-me da precipitação e da insegurança, de modo a que não busque aflições desnecessárias ante o futuro, nem me entregue à inutilidade do presente. Dá-me a força de esperar com paciência a solução dos problemas que me digam respeito sem tumultuar o caminho dos que me cercam. Ajuda-me a praticar o esquecimento de mim mesmo, auxiliando-me a fazer pelo menos um benefício aos outros, cada dia, sem contar isso a ninguém. Se esse ou aquele companheiro me aborrece, induze-me a olvidar o que se passou, sem dar conhecimento do assunto aos que me rodeiam. Ensina-me a não condenar seja a quem for e quando algum apontamento injurioso ou alguma nota de crítica malévola vierem-me à cabeça, ampara-me a fim de que eu tenha recursos de dissipá-los em silêncio, no plano de meus esforços imanifestos. Impele-me a calar toda a queixa, em torno das provas e impecilhos da vida, para que eu não perturbe os que me compartilham a estrada. Auxilia-me a conservar a boa aparência tanto quanto o espírito isento de culpa, a falar com voz calma, a sustentar bons modos e a perder o hábito de impor minhas idéias ou de contradizer as dos outros sem necessidade. E ajuda-me, Senhor, a viver na obediência aos meus deveres e compromissos, trabalhando e servindo, para não incomodar a ninguém. Assim seja!
André Luiz / Chico Xavier - Livro: "Diálogo dos Vivos"
RELACIONAMENTO
Emmanuel Se dificuldades e provações te visitam, no relacionamento com o próximo, não te permitasrequentar mágoas no coração.Deixa que a confiança na Sabedoria Divina te dissipe qualquer sombra do pensamento, lembrando o Sol a desfazer nuvens diariamente para vitalizar e revitalizar os processos da vida.Para isso, é imperioso que a compreensão te presida os impulsos. E a compreensão te fará saber que os outros são criaturas autônomas, gravitando sempre na direção de objetivos diferentes dos teus.A certeza disso te livrará da solidão negativa, capaz de induzir-te a desânimo e desespero.A verdade nos ensina que ninguém realiza o bem e nem caminha para o bem, sem os outros, mas porque isso aconteça, ninguém pode exigir que os outros lhe carreguem a existência, nas sendas a percorrer.Os outros serão nossos cooperadores, intérpretes, associados e companheiros, enquantoisso se lhes faça possível, ocorrendo o mesmo conosco, em relação a eles.À vista disso, ama aos amigos sem prendê-los.Esse terá sido o sustentáculo de tuas esperanças, por muito tempo; entretanto, é possívelsurja um dia em que não consiga permanecer inteiramente ao teu lado, em face de novas tarefas que lhe despontam na senda.Outro te entendia os propósitos, até ontem; no entanto, experiências, que se lhe fizeramnecessárias, alteraram-lhe provisoriamente os raciocínios. Aceita-os quais se mostram, continuando a agir no exercício do bem e seguindo adiantena construção da vida melhor em ti mesmo.Ninguém aprende algo de bom e nem melhora a si mesmo, sem os outros, mas ninguém pode depender totalmente dos outros nas realizações que demande.Nos momentos de mudanças e renovação para aqueles a quem mais amas, afasta de ti a idéia de separação e não te lastimes.Prossegue trabalhando, porque, pelos Desígnios da Vida Superior, outros virão ao teuencontro para a execução das tarefas que o mundo te conferiu e os que se afastam de ti voltarão depois, com mais força de amor, a fim de te auxiliarem ou serem auxiliados.A verdade não se deteriora.Somente perde os seres queridos aquele que possessivamente os procura, quando se fazemdistantes, porquanto quem ama, ama sempre, e de tal modo que, ainda mesmo quando os corações amados se distanciam, o coração que ama prossegue amando-os e abençoando-os, sabendo conscientemente que, pelas forças do espírito, jamais deles se afastará.
CALMA - FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (EMMANUEL)

CONDUTA ESPÍRITA (ALGUMAS PARTES)


CONDUTA ESPÍRITA

PERANTE O FENÔMENO

No desenvolvimento das tarefas doutrinárias, colocar o fenômeno mediúnico em sua verdadeira
posição de coadjuvante natural da convicção, considerando-o, porém, dispensável, na construção
moral a que nos propomos.
A Doutrina Espírita é luz inalterável.
Conduzir as possibilidades de divulgação do Espiritismo, em qualquer setor, no trabalho da
evangelização, conferindo-lhe preferência sobre a ação fenomenológica.
Ante os imperativos da responsabilidade moral, todo fenômeno é secundário.
Atingir outros estados de compreensão das verdades que nos enriquecem a fé, acatando as
aspirações dos metapsiquistas, dos parapsicólogos e dos estudiosos acadêmicos em geral, sem,
contudo, comprometer-se, demasiado, com os empreendimentos que lhes digam respeito.
Viver segundo o Evangelho — eis a nossa necessidade fundamental.
Jamais partilhar de assembléias espíritas visando unicamente a sucesso espetaculares.
As manifestações mediúnicas não são a base essencial do Espiritismo.
Descentralizar a atenção das manifestações fenomênicas havidas em reuniões de que participe,
para deter-se no sentido moral dos fatos e das lições.
Na mediunidade, o fenômeno constitui o envoltório externo que reveste o fruto do ensinamento.
"Irmãos, não sejais meninos no entendimento..." — Paulo. (CORÍNTIOS, 14:20.)
1 - DA MULHER
Compenetrar-se do apostolado de guardiã do instituto da família e da sua elevada tarefa na condução das almas trazidas ao renascimento físico.
Todo compromisso no bem é de suma importância no mundo espiritual.
Afastar-se de aparências e fantasias, consagrando-se às conquistas morais que falam de perto à vida imperecível, sem prender-se ao convencionalismo absorvente.
O retorno à condição de desencarnado significa retorno à consciência profunda.
Afinar-se com os ensinamentos cristãos que lhe situam a alma nos serviços da maternidade e da educação, nos deveres da assistência e nas bênçãos da mediunidade santificante.
Quem foge à oportunidade de ser útil engana a si mesmo.
Sentir e compreender as obrigações relacionadas com as uniões matrimoniais do ponto de vista da vida multimilenária do Espírito, reconhecendo a necessidade das provações regenerativas que assinalam a maioria dos consórcios terrestres.
O sacrifício representa o preço da alegria real.
Opor-se a qualquer artificialismo que vise transformar o casamento numa simples ligação sexual, sem as belezas da maternidade.
Junto dos filhos apagam-se ódios, sublima-se o amor e harmonizam-se as almas para a eternidade.
Reconhecer grave delito no aborto que arroja o coração feminino à vala do infortúnio.
Sexo desvirtuado, caminho de expiação.
Preservar os valores íntimos, sopesando as próprias deliberações com prudência e realismo, em seus deveres de irmã, filha, companheira e mãe.
O trabalho da mulher é sempre a missão do amor, estendendo-se ao infinito.
"E, respondendo, disse-lhe Jesus: — Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." (LUCAS, 10:41 e 42).

(Livro: Conduta Espírita - Espírito: André Luiz. Médium : Waldo Vieira. FEB)

2 - DO JOVEM
Moderar as manifestações de excessivo entusiasmo, exercitando-se na ponderação
quanto às lutas de cada dia, sem, contudo, deixar-se intoxicar pela circunspecção
sistemática ou pela sombra do pessimismo.
O culto da temperança afasta o desequilíbrio.
Anotar a extensão das suas forças, consultando sempre os corações mais
amadurecidos no aprendizado terrestre, sobre as diretrizes e os passos
fundamentais da própria existência, prevenindo-se contra prováveis desvios.
Invigilância conservada, desastre certo.
Guardar persistência e uniformidade nas atitudes, sem dispersar possibilidades em
múltiplas tarefas simultâneas, para que não fiquem apenas parcialmente
executadas.
Inconstância e indisciplina são portas de frustração.
Abster-se do mergulho inconsciente nas atividades de caráter festivo, evitando,
outrossim, o egoísmo doméstico que inspire a deserção do trabalho de ordem geral.
A imprudência constrói o desajuste, o desajuste cria o extremismo e o extremismo
gera a perturbação.
Apagar intenções estranhas aos deveres de humanidade e ao aperfeiçoamento
moral de si mesmo.
A insinceridade ilude, primeiramente, aquele que a promove.
Buscar infatigavelmente equilíbrio e discernimento na sublimação das próprias
tendências, consolidando maturidade e observação no veículo físico, desde os
primeiros
dias da mocidade, com vistas à vida perene da alma.
Os compromissos assumidos pelo Espírito reencarnante têm começo no momento
da concepção.
"Foge também aos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com
os que, de coração puro, invocam o Senhor". — Paulo. (II TIMÓTEO, 2:22)

(Livro: Conduta Espírita - Espírito: André Luiz. Médium : Waldo Vieira. FEB)
3 - DO DIRIGENTE DE REUNIÕES DOUTRINÁRIAS
Ser atencioso, sereno e compreensivo no trato com os enfermos encarnados e desencarnados, aliando humildade e energia, tanto quanto respeito e disciplina na consecução das próprias tarefas.
Somente a forja do bom exemplo plasma a autoridade moral.
Observar rigorosamente o horário das sessões, com atenção e assiduidade, fugindo de realizar sessões mediúnicas inopinadamente, por simples curiosidade ou ainda para atender a solicitação sem objetivo justo.
Ordem mantida, rendimento avançado.
Em favor de si mesmo e dos corações que se lhe associam à experiência, não se deixar conduzir por excessiva credulidade no trabalho direcional, nem alimentar, igualmente, qualquer prevenção contra pessoas ou assuntos.
Quem se demora na margem, sofre atraso em caminho.
Interdizer a participação de portadores de mediunidade em desequilíbrio nas tarefas sistematizadas de assistência mediúnica, ajudando-os discretamente no reajuste.
Um doente-médium não pode ser um médium-sadio.
Colaborar para que se não criem situações constrangedoras para qualquer assistente, seja ele médium, enfermo ou acompanhante, procurando a paz de todos em todas as circunstâncias.
O proveito de uma sessão é fruto da paz Impedir, sem alarde, a presença de pessoas alcoolizadas ou excessivamente agitadas nas assembléias doutrinárias, excetuando-se nas tarefas programadas para tais casos.
A caridade não dispensa a prudência.
Esclarecer com bondade quantos se apresentem sob exaltação religiosa ou com excessivo zelo pela própria Doutrina Espírita, à feição de fronteiriços do fanatismo.
O conselho fraterno existe como necessidade mútua.
Desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza nas sessões, assegurando a pureza e a simplicidade da prática do Espiritismo.
Mais vale um sentimento puro que centenas de manifestações exteriores.
Rejeitar sempre a condição simultânea de dirigente e médium psicofônico, por não poder, desse modo, atender condignamente nem a um nem a outro encargo.
Em qualquer atividade, a disciplina sedimenta o êxito.
Fugir de julgar-se superior somente por estar na cabina de comando.
Não é a posição que exalta o trabalhador, mas sim o comportamento moral com que se conduz dentro dela.
"Como, pois, recebestes o Senhor Jesus -Cristo, assim também andai nele." — Paulo. (COLOSSENSES, 2:4.)

(Livro: Conduta Espírita - Espírito: André Luiz. Médium : Waldo Vieira. FEB)

4 - DO MÉDIUM

Esquivar-se à suposição de que detém responsabilidades ou missões de avultada transcendência, reconhecendo-se humilde portador de tarefas comuns, conquanto graves e importantes como as de qualquer outra pessoa.
O seareiro do Cristo é sempre servo, e servo do amor.
No horário disponível entre as obrigações familiares e o trabalho que lhe garante a subsistência, vencer os imprevistos que lhe possam impedir o comparecimento às sessões, tais como visitas inesperadas, fenômenos climatéricos e outros motivos, sustentando lealdade ao próprio dever.
Sem euforia íntima não há exercício mediúnico produtivo.
Preparar a própria alma em prece e meditação, antes da atividade mediúnica, evitando, porém, concentrar-se mentalmente para semelhante mister durante as explanações doutrinárias, salvo quando lhe caibam tarefas especiais concomitantes, a fim de que não se prive do ensinamento.
A oração é luz na alma refletindo a Luz Divina.
Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimentos de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos.
O medianeiro será sempre o responsável direto pela mensagem de que se faz portador.
Silenciar qualquer prurido de evidência pessoal na produção desse ou daquele fenômeno.
A espontaneidade é o selo de crédito em nossas comunicações com o Reino do Espírito.
Mesmo indiretamente, não retirar proveito material das produções que obtenha.
Não há serviço santificante na mediunidade vinculada a interesses inferiores.
Extinguir obstáculos, preocupações e impressões negativas que se relacionem com o intercâmbio mediúnico, quais sejam, a questão da consciência vigilante ou da inconsciência sonambúlica durante o transe, os temores inúteis e as suscetibilidades doentias, guiando-se pela fé raciocinada e pelo devotamento aos semelhantes.
Quem se propõe avançar no bem, deve olvidar toda causa de perturbação.
Ainda quando provenha de círculos bem-intencionados, recusar o tóxico da lisonja.
No rastro do orgulho, segue a ruína.
Fugir aos perigos que ameaçam a mediunidade, como sejam a ambição, a ausência de autocrítica, a falta de perseverança no bem e a vaidade com que se julga invulnerável.
O medianeiro carrega consigo os maiores inimigos de si próprio.
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil." — Paulo. (ICORÍNTIOS, 12:7.)

5 - NO LAR

Começar na intimidade do templo doméstico a exemplificação dos princípios que esposa, com sinceridade e firmeza, uniformizando o próprio procedimento, dentro e fora dele.
Fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social.
Calar todo impulso de cólera ou violência, amoldando-se ao Evangelho de modo a estabelecer a harmonia em si mesmo, perante os outros.
A humildade constrói para a Vida Eterna.
Proporcionar às crianças os fundamentos de uma educação sólida e bem orientada, sem infundir- -lhes medo ou fantasias, começando por dar-lhes nomes simples e naturais, evitando a pompa dos nomes famosos, suscetíveis de lhes criar embaraços futuros.
O lar é a escola primeira.
Sempre que possível, converter o santuário familiar em dispensário de socorro aos menos felizes, pela aplicação daquilo que seja menos necessário à mantença doméstica.
A Seara do Cristo não tem fronteira.
Se está sozinho com a sua fé, no recesso do próprio lar, deve o espírita atender fielmente ao testemunho de amor que lhe cabe, lembrando-se de que responderá, em qualquer tempo, pelos princípios que abraça.
A ribalta humana situa-nos sempre no papel que devamos desempenhar.
Ao menos uma vez por semana, formar o culto do Evangelho com todos aqueles que lhe co-participam da fé, estudando a verdade e irradiando o bem, através de preces e comentários em torno da experiência diária à luz dos postulados espíritas.
Quem cultiva o Evangelho em casa, faz da própria casa um templo do Cristo.
Evitar o luxo supérfluo nos aposentos, objetos e costumes, imprimindo em tudo características de naturalidade, desde os hábitos mais singelos até os pormenores arquitetônicos da própria moradia.
Não há verdadeiro clima espírita cristão, sem a presença da simplicidade conosco.
"Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus." — Paulo. (I TIMÓTEO, 5:4.)

7 - EM VIAGEM

Distribuir, por onde viajar, exortações de alegria e esperança, com quantos lhe partilhem o itinerário.
O verdadeiro espírita jamais perde oportunidade de fazer o bem.
Tratar generosamente os companheiros do caminho.
A qualidade da fé que alimentamos transparece de toda ação.
Ceder, dentro das possibilidades naturais, as melhores posições nas viaturas aos companheiros mais necessitados.
Um gesto simples define uma causa.
Sem esquecer os próprios objetivos, prever com estudo judicioso e minudente os percalços e as metas da viagem.
A previdência exprime vigilância.
Nas aproximações afetivas, comuns àqueles que viajam, fixar demonstrações de otimismo para que a tristeza não prejudique a obra da confiança.
O otimismo gera paz e simpatia.
Na atenção devida aos companheiros, cuidar com estima e apreço de todas as encomendas, recados e notícias de que seja portador.
O intercâmbio amigo destrói o insulamento.
Não se esquecer do respeito, da gentileza e da cordialidade com que se devem tratar indistintamente funcionários e servidores em veículos, hotéis, repartições e lugares públicos.
Aquele que anda, imprime sinais por onde passa.
"Andai como filhos da luz." — Paulo. (EFÉSIOS, 5:8.)

9 - NA SOCIEDADE

Desistir de somente aparentar propósitos de evangelização, mas reformar-se efetivamente no campo moral, não se submetendo a qualquer hábito menos digno, ainda mesmo quando consagrado por outrem.
A evolução requer da criatura a necessária dominação sobre o meio em que nasceu.
Perdoar sempre as possíveis e improcedentes desaprovações sociais à sua fé, confessando, quando preciso for, a sua qualidade religiosa, principalmente através da boa reputação e da honradez que lhe exornam o caráter.
Cada Espírito responde por si mesmo.
Libertar-se das injunções sociais que funcionem em detrimento da fé que professa e desapegar-se do "desculpismo" sistemático com que possa acomodar-se a qualquer atitude menos feliz.
A negligência provoca desperdícios irreparáveis.
Afastar-se dos lugares viciosos com discrição e prudência, sem crítica, nem desdém, somente relacionando-se com eles para emprestar-lhes colaboração fraterna a favor dos necessitados.
O cristão sabe descer à furna do mal, socorrendo-lhe as vítimas.
Em injunção alguma, considerar ultrapassadas ou ridículas as práticas religiosas naturais do Espiritismo, como meditar, orar ou pregar.
A Doutrina Espírita é uma só em todas as circunstâncias.
Tributar respeito aos companheiros que fracassaram em tarefas do coração.
Há lutas e dores que só o Juiz Supremo pode julgar em sã consciência.
Atender aos supostos felizes ou infelizes, cultos e incultos, com respeito e bondade, distinção e cortesia.
A condição social é apenas apresentação passageira e todos os papéis são permutáveis na sucessão das existências.
"Sigamos, pois, as coisas que contribuem para a paz e para a edificação de uns para com os outros." — Paulo. (ROMANOS, 14:19.)

10 - NOS EMBATES POLÍTICOS
Situar em posição clara e definida as aspirações sociais e os ideais espíritas
cristãos, sem confundir os interesses de César com os deveres para com o Senhor.
Só o Espírito possui eternidade.
Distanciar-se do partidarismo extremado.
Paixão em campo, sombra em torno.
Em nenhuma oportunidade, transformar a tribuna espírita em palanque de
propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade.
O despistamento favorece a dominação do mal.
Cumprir os deveres de cidadão e eleitor, escolhendo os candidatos aos postos
eletivos, segundo os ditames da própria consciência, sem, contudo, enlear-se nas malhas
do fanatismo de grei.
O discernimento é caminho para o acerto.
Repelir acordos políticos que, com o empenho da consciência individual, pretextem
defender os princípios doutrinários ou aliciar prestígio social para a Doutrina, em troca de
votos ou solidariedade a partidos e candidatos.
O Espiritismo não pactua com interesses puramente terrenos.
Não comerciar com o voto dos companheiros de Ideal, sobre quem a sua palavra ou
cooperação possam exercer alguma influência.
A fé nunca será produto para o mercado humano.
Por nenhum pretexto, condenar aqueles que se acham investidos com
responsabilidades administrativas de interesse público, mas sim orar em favor deles, a fim
de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.
Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego
da crítica.
Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições
doutrinárias, não olvidando que o serviço de evangelização é tarefa essencial.
A rigor, não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política
humana.
"Nenhum servo pode servir a dois senhores." — Jesus. (LUCAS, 16:13.)

11 - NO TEMPLO

Entrar pontualmente no templo espírita para tomar parte das reuniões, sem provocar alarido ou perturbações.
O templo é local previamente escolhido para encontro com as Forças Superiores.
Dedicar a melhor atenção aos doutrinadores, sem conversação, bocejo ou tosse bulhenta, para que seja mantido o justo respeito ao lar da oração.
Os atos da criatura revelam-lhe os propósitos.
Evitar aplausos e manifestações outras, as quais, apesar de interpretarem atitudes sinceras, por vezes geram desentendimentos e desequilíbrios vários.
O silêncio favorece a ordem.
Com espontaneidade, privar-se dos primeiros lugares no auditório, reservando-os para visitantes e pessoas fisicamente menos capazes.
O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos.
Coibir-se de evocar a presença de determinada entidade, no curso das sessões, aceitando, sem exigência, os ditames da Esfera Superior no que tange ao bem geral.
A harmonia dos pensamentos condiciona a paz e o progresso de todos.
Acostumar-se a não confundir preguiça ou timidez com humildade, abraçando os encargos que lhe couberem, com desassombro e valor.
A disposição de servir, por si só, já simplifica os obstáculos.
Desaprovar a conservação de retratos, quadros, legendas ou quaisquer objetos que possam ser tidos na conta de apetrechos para ritual, tão usados em diversos meios religiosos.
Os aparatos exteriores têm cristalizado a fé em todas as civilizações terrenas.
Oferecer a tribuna doutrinária apenas a pessoas conhecidas dos irmãos dirigentes da Casa, para não acumpliciar-se, inadvertidamente, com pregações de princípios estranhos aos postulados espíritas.
Quem se ilumina, recebe a responsabilidade de preservar a luz.
Nas reuniões doutrinárias, jamais angariar donativos por meio de coletas, peditórios ou vendas de tômbolas, à vista dos inconvenientes que apresentam, de vez que tais expedientes podem ser tomados à conta de pagamento por benefícios.
A pureza da prática da Doutrina Espírita deve ser preservada a todo custo.
"Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." — Jesus. (MATEUS, 18:20.)

13 - NA PROPAGANDA
Escudar-se na humildade constante, ao desenvolver qualquer atividade de propaganda doutrinária, evitando alarde, sensacionalismo, demonstrações publicitárias pretensiosas ou métodos de ação suscetíveis de perturbar a tranqüilidade pública. Sem orientação segura, não há propaganda produtiva. Com critério e temperança, estender a propaganda libertadora dos postulados espíritas até ao recesso das penitenciárias e das colônias de isolamento sanitário, sem depreciar crenças ou sentimentos. Os mais doentes requerem maior ajuda. Incentivar o intercâmbio fraterno entre as pessoas e as organizações doutrinárias, através de cartas e publicações, livros e mensagens, visitas e certames especializados, buscando a unificação das tarefas e o esclarecimento comum. A permuta de experiências equilibra o progresso geral. Pelo rádio ou pela imprensa leiga, não se estender demasiadamente, a fim de não afastar o aprendiz incipiente. A Doutrina deve ser ministrada em pequenas porções. Para não se desviar das finalidades espíritas, selecionar, com ponderação e bom senso, os meios usados na propaganda, mormente aqueles que se relacionem com atividades comerciais ou mundanas. Torna-se inútil a elevação dos objetivos, sempre que haja rebaixamento moral nos meios. Usar com prudência ou substituir toda expressão verbal que indique costumes, práticas, idéias políticas, sociais ou religiosas, contrárias ao pensamento espírita, quais sejam sorte, acaso, sobrenatural, milagre e outras, preferindo-se, em qualquer circunstância, o uso da terminologia doutrinária pura. Uma palavra inadequada pode macular a bandeira mais nobre. Arredar de si qualquer ansiedade, no tocante à modificação rápida do ponto de vista dos companheiros. A fé significa um prêmio da experiência. Conquanto precisemos batalhar incansavelmente no esclarecimento geral, usando processos justos e honestos, não esquecer que a propaganda principal é sempre aquela desenvolvida pelos próprios atos da criatura, através da exemplificação eloqüente de nossa reforma íntima, nos padrões do Evangelho. A Doutrina Espírita prescinde do proselitismo de ocasião."É necessário que Ele cresça e que eu diminua." — João Batista. (JOÃO, 3:30.)

15 - NA IMPRENSA
Escrever com simplicidade e clareza, concisão e objetividade, esforçando-se pela revisão severa e incessante, quanto ao fundo e à forma, de originais que devam ser entregues ao público.
O patrimônio inestimável dos postulados espíritas está empenhado em nossas mãos.
Empregar com parcimônia e discernimento a força da imprensa, não atacando pessoas e instituições, para que o escândalo e o estardalhaço não encontrem pasto em nossas fileiras.
O comentário desairoso desencadeia a perturbação.
Selecionar atentamente os originais recebidos para publicação, em prosa e verso, de autores encarnados ou de origem mediúnica, segundo a correção que apresentarem quanto à essência doutrinária e à nobreza da linguagem.
Sem o culto da pureza possível, não chegaremos à perfeição.
Sistematicamente, despersonalizar, ao máximo, os conceitos e as colaborações, convergindo para Jesus e para o Espiritismo o interesse dos leitores.
O personalismo estreito ensombra o serviço.
Purificar, quando não se puder abolir, o teor dos anúncios comerciais e das notícias de caráter mundano.
A imprensa espírita cristã representa um veículo de disseminação da verdade e do bem.
"Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa..." — Paulo. (II TIMÓTEO, 3:16.)

17 - NOS CONCLAVES DOUTRINÁRIOS
Somente empreender conclaves doutrinários como iniciativas de aproximação e planejamento de trabalho, a serem naturalmente entrosadas com as organizações centrais e regionais, responsáveis pela marcha evolutiva do Espiritismo. Não há ordem sem disciplina. Escolher como representantes de entidades e instituições, nos certames, os companheiros de boa-vontade que seja, de fato, competentes quanto aos objetivos doutrinários visados. A aptidão de servir é metade do êxito. Participar com seriedade dos conclaves espíritas, sem procurar diletantismo ou passatempo, sentido-os como deveres, em vez de tê-los simplesmente à conta de divertimento e excursão turística. O tempo não volta. Dignificar a hospitalidade de companheiros que oferecem ao conclavista a intimidade do próprio lar, mantendo-se com firmeza no trabalho a que foi chamado. A fidelidade ao dever expressa nobreza de consciência. Abster-se de subvenções governamentais de qualquer procedência para serem aplicadas em movimentos exclusivamente doutrinários que não apresentem características de assistência social. Quem sabe suportar as próprias responsabilidades, dá testemunho de fé. Respeitar os atos religiosos dos adeptos de outras crenças, evitando querelas e desentendimentos na execução dos programas traçados para os conclaves doutrinários. Com Jesus, só encontramos motivos para ajudar. Fixar não somente as lembranças afetivas ou alegres, mas, sobretudo, as resoluções, experiências e avisos do certame de que participe. Quem guarda o ensinamento, aprende a lição. Difundir, entre os núcleos interessados, as resoluções práticas das concentrações doutrinárias, de modo a não deixá-las em reduzido círculo de companheiros ou na poeira do esquecimento. A continuidade do bem garante o melhor.
"Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas." — Paulo. (FILIPENSES, 2:14.)

19 - PERANTE OS PARENTES
Desempenhar todos os justos deveres para com aqueles que lhe comungam as teias da consangüinidade.
Os parentes são os marcos vivos das primeiras grandes responsabilidades do Espírito encarnado.
Intensificar os recursos de afeto, compreensão e boa-vontade para os afins mais próximos que não lhe compreendam os ideais.
O lar constitui cadinho redentor das almas endividadas.
Dilatar os laços da estima além do círculo da parentela.
A humanidade é a nossa grande família.
Acima de todas as injunções e contingências de cada dia, conservar a fidelidade aos preceitos espíritas cristãos, sendo cônjuge generoso e melhor pai, filho dedicado e companheiro benevolente.
Cada semelhante nosso é degrau de acesso à Vida Superior, se soubermos recebêlo por verdadeiro irmão.
Melhorar, sem desânimo, os contactos diretos e indiretos com os pais, irmãos, tios, primos e demais parentes, nas lides do mundo, para que a Lei não venha a cobrar-lhe novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas.
O cumprimento do dever, criado por nós mesmos, é lei do mundo interior a que não poderemos fugir.
Imprimir em cada tarefa diária os sinais indeléveis da fé que nutre a vida, iniciando todas as boas obras no âmbito estreito da parentela corpórea.
Temos, na família consangüínea, o teste permanente de nossas relações com a Humanidade.
"Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel." — Paulo. (I TIMÓTEO, 5:8.)
21 - PERANTE A CRIANÇA
Ver no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções.Orientação da infância, profilaxia do futuro.Solidarizar-se com os movimentos que digam respeito à assistência à criança, melhorando métodos e ampliando tarefas.Educar os pequeninos é sublimar a Humanidade.Colaborar decididamente na recuperação das crianças desajustadas e enfermas, pugnando pela diminuição da mortalidade infantil.Na meninice corpórea, o Espírito encontra ensejo de renovar as bases da própria vida.Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena.Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que ressurgem no educandário da carne.Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita, de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna.O livro edificante vacina a mente infantil contra o mal.Observar quando se deve ou não conduzir as crianças a reuniões doutrinárias.A ordem significa artigo de lei para toda idade.Eximir-se de prometer, às crianças que estudam, quaisquer prêmios ou dádivas como recompensa ou (falso) estímulo pelo êxito que venham a atingir no aproveitamento escolar, para não viciar-lhes a mente.A noção de responsabilidade nos deveres mínimos é o ponto de partida para o cumprimento das grandes obrigações.Não permitir que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos, e, em nenhuma oportunidade, oferecer-lhes presentes suscetíveis de incentivar-lhes qualquer atitude agressiva ou belicosa, tanto em brinquedos quanto em publicações.A criança sofre de maneira profunda a influência do meio.Furtar-se de incrementar o desenvolvimento de faculdades mediúnicas em crianças, nem lhes permitir a presença em atividades de assistência a desencarnados, ainda mesmo quando elas apresentem perturbações de origem mediúnica, circunstância esta em que devem receber auxílio através da oração e do passe magnético.Somente pouco a pouco o Espírito se vai inteirando das realidades da encarnação.Em toda a divulgação, certame ou empreendimento doutrinário, não esquecer a posição singular da educação da infância na Seara do Espiritismo, criando seções e programas dedicados à criança em particular.Sem boa semente, não há boa colheita."Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque deles é o reino de Deus." — Jesus.(LUCAS, 18:16.)
22 - PERANTE OS DOENTES
Criar em torno dos doentes uma atmosfera de positiva confiança, através de preces, vibrações e palavras de carinho, fortaleza e bom ânimo.O trabalho de recuperação do corpo fundamenta-se na reabilitação do Espírito.Mesmo quando sejam ligados estreitamente ao coração, não se deixar abater à face dos enfermos, mas sim apresentar-lhes elevação de sentimento e fé, fugindo a exclamações de pena ou tristeza.O desespero é fogo invisível.Discorrer sempre que necessário sobre o papel relevante da dor em nosso caminho, sem quaisquer lamentações infelizes.A resignação nasce da confiança.Em nenhuma circunstância, garantir a cura ou marcar o prazo para o restabelecimento completo dos doentes, em particular dos obsidiados, sob pena de cair em leviandade.Antes de tudo vige a Vontade Sábia do Pai Excelso.Dar atenção e carinho aos corações angustiados e sofredores, sem falar ou agir de modo a humilhá-los em suas posições e convicções, buscando atender-lhes às necessidades físicas e morais dentro dos recursos ao nosso alcance.A melhoria eficaz das almas deita raízes na solidariedade perfeita.Procurar com alegria, ao serviço da própria regeneração, o convívio prolongado com parentes ou companheiros atacados pela invalidez, pelo desequilíbrio ou pelas enfermidades pertinazes.O antídoto do mal é a perseverança no bem."Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim mesmo o fizestes." — Jesus. (MATEUS, 25:40.)

23 - PERANTE OS PROFITENTES DE OUTRAS
RELIGIÕES
Estimar e reverenciar os irmãos de outros credos religiosos.
O sarcasmo não edifica.
Não exasperar-se em oportunidade alguma, ainda mesmo pretextando defesa dos postulados religiosos que lhe alimentam o coração, a fim de evitar o vírus da cólera e as incursões das forças inferiores no próprio íntimo.
A exasperação leva ao desequilíbrio e à queda.
Aproveitar o tempo e as energias, fugindo às discussões estéreis em torno das origens da Vida e do Universo ou sobre tópicos fundamentais do Espiritismo.
Espíritos existem que se esforçam para não crer em sua própria existência.
Em nenhuma circunstância, pretender conduzir alguém ou alguma instituição, dessa ou daquela prática religiosa, à humilhação e ao ridículo.
O Sol, em nome de Deus, ilumina o passo de todas as criaturas.
Suportar construtivamente as manifestações constantes de cultos exóticos e estranhos à simplicidade e pureza do Espiritismo, oferecendo, tanto quanto possível, auxílio e cooperação, sem pretensiosas exigências aos companheiros que a tais cultos se prendem.
Muitos irmãos distantes serão, em futuro próximo, excelentes cultores da Doutrina Espírita.
A título de preservar o corpo doutrinário do Espiritismo, ou de defender a Verdade,
não faltar com a compreensão espírita cristã nem agarrar-se a conceituações radicais e inamovíveis.
Quando apaixonado e desmedido, o zelo obscurece a razão.
Sistematicamente, não impor ou forçar a transformação religiosa dos irmãos alheios à fé que lhe consola o coração.
Toda imposição, em matéria religiosa, revela fanatismo.
Silenciar todo impulso a polêmicas com irmãos aprisionados a caprichos de natureza religiosa.
Discussão, em bases de ironia e azedume, é pancadaria mental.
"Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados." (TIAGO, 5:9.)

24 - PERANTE OS ESPÍRITOS SOFREDORES
Abster-se da realização de sessões públicas para assistência desencarnados sofredores, de vez que semelhante procedimento é falta de caridade para com os próprios Espíritos socorridos, que sentem, torturados, o comentário crescente e malsão em torno de seu próprio infortúnio.
Ainda mesmo nas aparências do bem, o mal é sempre mal.
Evitar, quanto possível, sessões sistematizadas de desobsessão, sem a presença de dirigentes que reúnam, em si, moral evangélica e suficiente conhecimento doutrinário.
Quanto mais luz, mais possibilidade de iluminação.
Falar aos comunicantes perturbados e infelizes, com dignidade e carinho, entre a energia e a doçura, detendo-se exclusivamente no caso em pauta.
Sabedoria no falar, ciência de ensinar.
Sustar múltiplas manifestações psicofônicas ao mesmo tempo, no sentido de preservar a harmonia da sessão, atendendo a cada caso por sua vez, em ambiente de concórdia e serenidade.
A ordem prepara o aperfeiçoamento.
Em oportunidade alguma, polemizar, condenar ou ironizar, no contacto com os irmãos infelizes da Espiritualidade.
A azedia não cura o desespero.
Oferecer a intimidade fraterna aos comunicantes, aplicando o carinho da palavra e o fervor da prece, na execução da enfermagem moral que lhes é necessária.
A familiaridade estende os valores da confiança.
Suprimir indagações no trato com as entidades infortunadas, nem sempre em dia com própria memória, como acontece a qualquer doente grave encarnado.
A enfermagem imediata dispensa interrogatório.
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento." — Paulo. ( I TIMÓTEO, 6:6.)
29 - PERANTE O FENÔMENO
No desenvolvimento das tarefas doutrinárias, colocar o fenômeno mediúnico em sua verdadeira posição de coadjuvante natural da convicção, considerando-o, porém, dispensável, na construção moral a que nos propomos. A Doutrina Espírita é luz inalterável. Conduzir as possibilidades de divulgação do Espiritismo, em qualquer setor, no trabalho da evangelização, conferindo-lhe preferência sobre a ação fenomenológica. Ante os imperativos da responsabilidade moral, todo fenômeno é secundário. Atingir outros estados de compreensão das verdades que nos enriquecem a fé, acatando as aspirações dos metapsiquistas, dos parapsicólogos e dos estudiosos acadêmicos em geral, sem, contudo, comprometer-se, demasiado, com os empreendimentos que lhes digam respeito. Viver segundo o Evangelho — eis a nossa necessidade fundamental. Jamais partilhar de assembléias espíritas visando unicamente a sucesso espetaculares. As manifestações mediúnicas não são a base essencial do Espiritismo. Descentralizar a atenção das manifestações fenomênicas havidas em reuniões de que participe, para deter-se no sentido moral dos fatos e das lições. Na mediunidade, o fenômeno constitui o envoltório externo que reveste o fruto do ensinamento. "Irmãos, não sejais meninos no entendimento..." — Paulo. (CORÍNTIOS, 14:20.)

30 - PERANTE OS SONHOS
Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou idéias que se reportem a eles.
Há mais sonhos em vigília que no sono natural.
Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho.
Em tudo há sempre uma lição.
Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil.
Objetivos elevados, tempo aproveitado.
Acautelar-se quanto às comunicações inter vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara.
O Espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua.
Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância.
A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio.
Preparar um sono tranqüilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal.
A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão.
Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico.
O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações.
"E rejeita as questões loucas..." — Paulo. (II TIMÓTEO, 2:23.)

36 - PERANTE A DESENCARNAÇÃO
Resignar-se ante a desencarnação inesperada do parente ou do amigo, vendo nisso a manifestação da Sábia Vontade que nos comanda os destinos.
Maior resignação, maior prova de confiança e entendimento.
Dispensar aparatos, pompas e encenações nos funerais de pessoas pelas quais se responsabilize, abolir o uso de velas e coroas, crepes e imagens, e conferir ao cadáver o tempo preciso de preparação para o enterramento ou a cremação.
Nem todo Espírito se desliga prontamente do corpo.
Emitir para os companheiros desencarnados, sem exceção, pensamentos de respeito, paz e carinho, seja qual for a sua condição.
A caridade é dever para todo clima.
Proceder corretamente nos velórios, calando anedotário e galhofa em torno da pessoa desencarnada, tanto quanto cochichos impróprios ao pé do corpo inerte.
O companheiro recém-desencarnado pede, sem palavras, a caridade da prece ou do silêncio que o ajudem a refazer-se.
Desterrar de si quaisquer conversações ociosas, tratos comerciais ou comentários impróprios nos enterros a que comparecer.
A solenidade mortuária é ato de respeito e dignidade humana.
Transformar o culto da saudade, comumente expresso no oferecimento de coroas e flores, em donativos às instituições assistenciais, sem espírito sectário, fazendo o mesmo nas comemorações e homenagens a desencarnados, sejam elas pessoais ou gerais.
A saudade somente constrói quando associada ao labor do bem.
Ajuizar detidamente as questões referentes a testamentos, resoluções e votos, antes da desencarnação, para não experimentar choques prováveis, ante inesperadas incompreensões de parentes e companheiros.
O corpo que morre não se refaz.
Aproveitar a oportunidade do sepultamento para orar, ou discorrer sem afetação, quando chamado a isso, sobre a imortalidade da alma e sobre o valor da existência humana.
A morte exprime realidade quase totalmente incompreendida na Terra.
"Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte." — Jesus. (JOÃO, 8:51.)

38 - PERANTE O TEMPO
Em nenhuma condição, malbaratar o tempo com polêmicas e conversações estéreis, ocupações fantasistas e demasiado divertimento.
Desperdiçar tempo é esbanjar patrimônio divino.
Autodisciplinar-se em todos os cometimentos a que se proponha, revestindo-se do necessário discernimento.
"Fazer muito" nem sempre traduz "fazer bem".
Fugir de chorar o passado, esforçando-se por reparar toda ação menos correta.
O passado é a raiz do presente, mas o presente é a raiz do futuro.
Afastar aflições descabidas com referência ao porvir, executando honestamente os deveres que o mundo lhe designa no minuto que passa.
O "amanhã" germinará das sementes do "hoje".
Quanto possível, plasmar as resoluções do bem no momento em que surjam, de vez que, posteriormente, o campo da experiência pode modificar-se inteiramente.
Ajuda menos, quem tarde serve.
Ainda que assoberbado de realizações e tarefas, jamais descurar o bem que possa fazer em favor dos outros.
Quando procuramos o bem, o próprio bem nos ensina a encontrar o "tempo de auxiliar".
"Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto." — Jesus. (JOÃO, 7:6.)

40 - PERANTE AS REVELAÇÕES DO PASSADO E DO FUTURO
Observar o maior critério em tudo o que se refira a revelações do pretérito, fugindo ao reerguimento infrutífero de cadáveres que devem prosseguir sepultados na cinza do tempo.
O passado é a causa viva, mas não soluciona o presente.
Convencer-se de que, por enquanto, ninguém se inteirará de acontecimentos anteriores à encarnação atual, por motivos banais ou frívolos.
A Sabedoria Superior, em revelando o passado de alguém, cogita do bem de todos.
Afugentar preocupações com existências transcorridas, de vez que qualquer informação nesse sentido deve ser espontânea por parte do Plano Superior, que julga acertadamente quanto ao que mais convém à responsabilidade.
O que passou está gravado.
Tranqüilizar-se quanto a sucessos porvindouros, analisando com lógica rigorosa todos os estudos referentes a predições.
A profecia real tem sinais divinos.
Jamais impressionar-se com prognósticos astrológicos desfavoráveis, na certeza de que, se as influências inclinam, a nossa vontade é força determinante.
Temos conosco a vida que procuramos.
Guardar em mente que muitas almas regressam à Vida Maior carregando consigo enormes frustrações pelos equívocos a que se afeiçoaram, por terem aceitado revelações destituídas de crédito.
Somos herdeiros de nossos próprios atos.
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm." — Paulo. (I CORÍNTIOS, 6:12.)

42 - PERANTE A INSTRUÇÃO
Em todas as circunstâncias, lembrar-se de que o Espiritismo expressa, antes de tudo, obra de educação, integrando a alma humana nos padrões do Divino Mestre.
Cultura atendida, progresso mais fácil.
Solidarizar-se com os empreendimentos que visem a alfabetização de crianças, jovens e adultos.
O alfabeto é o primeiro degrau de ascensão à cultura.
Pugnar pela laicidade absoluta do ensino mantido oficialmente, esclarecendo os estudantes, sejam crianças ou jovens, sempre que necessário, quanto à conveniência de se absterem, cordialmente, quando possível, das aulas e solenidades de ensino religioso nos institutos de instrução que veiculem noções religiosas contrárias à Doutrina do Espiritismo.
O lar e o templo são as escolas da fé.
Aperfeiçoar os métodos de ministração do ensino doutrinário à mente infantil, buscando nesse particular os recursos didáticos suscetíveis de reafirmarem a seriedade e o critério seguro de aproveitamento na elaboração de programas.
Na academia do Evangelho, todos somos alunos.
Renovar as matérias tratadas nos programas de evangelização, segundo orientações atualizadas.
O Espiritismo progride sempre.
Dedicar atenção constante à melhoria dos processos pedagógicos, no sentido de oferecer aos pequeninos viajores recém-chegados da Espiritualidade a rememoração necessária daquilo que aprenderam e dos compromissos que assumiram antes do processo reencarnatório.
Quem aprende pode ensinar e quem ensina aperfeiçoa o aprendizado.
Dispor o problema da educação com Jesus, acima dos interesses de sociedades e núcleos, unificando, sempre que possível, os trabalhos esparsos, imprimindo maior relevo às obras de evangelização, no preparo essencial do futuro.
A educação da alma é a alma da educação.
"Portanto, ide e ensinai..." — Jesus. (MATEUS, 28:19.)

44 - PERANTE A ARTE
Colaborar na cristianização da arte, sempre que se lhe apresentar ocasião.
A arte deve ser o Belo criando o Bom.
Repelir, sem crítica azeda, as expressões artísticas torturadas que exaltem a animalidade ou a extravagância.
O trabalho artístico que trai a Natureza nega a si próprio.
Burilar incansavelmente as obras artísticas de qualquer gênero.
Melhoria buscada, perfeição entrevista.
Preferir as composições artísticas de feitura espírita integral, preservando-se a pureza doutrinária.
A arte enobrecida estende o poder do amor.
Examinar com antecedência as apresentações artísticas para as reuniões festivas nos arraiais espíritas, dosando-as e localizando-as segundo as condições das assembléias a que se destinem.
A apresentação artística é como o ensinamento: deve observar condições e lugar.
"E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus." — Paulo. (FILIPENSES, 4:7.)