sábado, 16 de agosto de 2008

BALA PERDIDA


Temos acompanhado nos noticiários, através de relatos,vídeos e fotos como anda nosso mundo atual, repleto de toda forma de violência e desrespeito a integridade física e moral de nosso semelhante e a nós mesmos, pelas atitude irrefletidas e incontidas. A principio ficam indignados, tristes, revoltados perante àquela cena de barbárie que ficamos chocados e ficamos num estado de empatia,sentindo a dor do outro a uma certa distancia, até que uma certa feita esta violência explode próxima de nós de um familiar, de um amigo, de um conhecido e a nossa indignação,tristeza e revolta se torna em algo mais prático,com uma vontade incondicional de eliminar aquilo que a maioria de nós chama de lado podre e irreversível da humanidade, a escória, “ esse não tem jeito”, resocializar o que nunca foi socializado soa no mínimo estranho. Espíritas, espiritualistas (aqueles ditos não espíritas ,católicos,crentes se unem pela dor de formas diferentes e dão suas razoes para algo sem explicação prática mas rica de teoria, com base na educação, sistema penitenciário, desemprego, tendências do ser e outras explicações que nos deixam atados e inertes sem que ninguém assuma nada nem governos nem sociedade.
A Bala Perdida é a ponta do iceberg de algo bem profundo enraizado em um passado sem precedentes que se mistura com toda esta ordem teórica e mais aquela individual do ser, coletiva cuja expressão física vinda de um revolver ignorado ou desconhecido cujo alvo não era aquele que foi a vitima, é o reflexo de uma violência geral e banalizada que começou em manchetes de jornal,se reduziu a meia página e hoje é alarmante, reduzindo-se a pequenas notas, repetidas nos telejornais massivamente e emocionalmente. A Bala Perdida mas do que física é uma metáfora hoje para todas as formas de violência em que o civil é a maior vítima, como foi o caso do menino João Hélio e de tantos outros meninos iguais a ele que não saem no jornal e morrem todos os dias igualmente ou de forma pior,ele é o símbolo do limite que chegamos e da omissão de toda uma sociedade não só governo mas também os próprios civis. A Bala Perdida expressada na violência de uma guerra estúpida,interesseira no petróleo,política,genocida e anti-islamismo praticada pelo imperialismo americano sob o pretexto de democracia é tão estúpida como a chamada “Guerra Santa” infindável entre Judeus e Palestinos,fora as milhares de guerras civis acontecendo neste momento na África, na América Latina, nos Morros do Rio e periferia das grandes metrópoles, das guerras nos trânsitos que chega ao ponto do homicídio entre os condutores e quando não, na fiscalização. Bala perdida existe nos estádios pela briga de torcidas (ou marginais disfarçados) de São Paulo principalmente( e raramente no Rio e em outros Estados). Precisamos acordar e sair do meio virtual e partir para o Real, publicando,conversando,expressando através do Voluntariado nossa necessidade de mudança.
A violência sempre existiu na humanidade,em todos os lugares e tempos, das piores formas que podemos e não podemos imaginar e ela volta através de espíritos que tem uma oportunidade de reencarnação de se resgatar, não sucumbir as tendências de que outrora foi “ vítima” e agora vira o algoz num ciclo sem fim de retaliação que ele não se lembre pelo véu do esquecimento. Nada é por acaso e sabemos que uma folha não cai sem o consentimento do Pai. Hoje quem pratica e é o passivo da ação da escalada da violência por um motivo e permitido pelo Pai teve que passar por aquilo,sendo uma expiação para eles e para os que vivem ao redor, o que não nos isenta de modo algum de sermos coletivos, solidários e mobilizadores pela luta pela PAZ,pois faz parte da nossa evolução e contribuição espiritual. Não estamos aqui nesta vida, neste local,com as pessoas do nosso convívio por acaso. Não adianta se revoltar e se indignar, temos que fazer a nossa parte,pois aqueles que la estão eleitos por nós ao poder,com as mordomias,luxo e passividade burocrática,política e inércia não tem idéia da dívida que estão contraindo para o futuro face a responsabilidade do coletivo,assim como nós temos a nossa.
A Bala Perdida é a expressão do descaso de como deixamos chegar a este ponto a violência no bolso do policial mal aparelhado e de baixo salário, a violência dos filhinhos de papai que compram as drogas nas ruas e subsidiam o narcotráfico e as armas que geram tragédias como a da Estudante de Enfermagem, atingida pela bala física dentro da Estácio de Sá no Rio,tetraplégica numa cama. Drogas que se transformam em balas sejam perdidas ou não que deixam paralítica a menina de 13 anos de uma bala que veio de dentro do banco. Balas que não são perdidas que são ordenadas de dentro do presídio e mata o juiz que negou regalias a “estrelas” como Fernandinho Beira Mar e outros tantos. Há carmas coletivos e individuais, nós sabemos e os absurdos se repetem ao longo de varias vidas ate atingirmos a plenitude, mas para isso melhorar é preciso atitudes de base(educação,saúde,emprego,moradia,bem-estar,justiça que não seja impune nem imune,etc.) e emergenciais socializadoras (trabalho produtivo que retornem a sociedade e so liberem o individuo quando tiver condições emocionais e psicologicas restabelecidas,pois pagamos em média 1000,00 por detento por mês e não adianta prisão perpétua nem também semi-aberto). Pena de morte também não vai resolver, a não ser nos endividar mais espiritualmente como coletivo e individual. A Bala perdida está em nossa alma, sangrando como uma hemorragia dolorosa e difícil de cicatrizar,é necessário sairmos do computador e dos papeis e dar um Basta nisso,ou pelo menos reduzirmos ao mínimo possível, aqui, no Brasil e no mundo.
Estamos presos atrás de nossas grades,alarmes e vidros em casa e na rua. A coisa ta piorando e precisamos acordar para a vida através da Caridade, da Oração, do Voluntariado, da Ação. Não podemos esperar mais. O mundo pede socorro. A bala perdida se reflete através das balas intensionais,das facas, dos seqüestros,do estelionato e tudo que sempre vemos é a ponta do iceberg.

Manoel Trajano
18/03/07 – 14:50 – 15:20

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