segunda-feira, 8 de setembro de 2008

CRIANÇA INTERIOR


O nosso crescimento em meio a vida que escolhemos para nós mesmos ou pela vida nos foi imposta dentro da nossa escala evolutiva faz com que nos deparemos sempre com os obstáculos que fazem parte do longo caminho a percorrer em busca da nossa reforma íntima e melhoria espiritual, tentando nos depurar de um passado encoberto pelo véu do esquecimento de outras vidas.
Criamos em nós uma casca protetora que vai ficando cada vez mais densa e difícil de ser quebrada até mesmo quando tentamos mudar atitudes, hábitos, costumes e formas de encarar situações que teoricamente sabemos que devem ser focadas de maneira diferente. Perdemos o encanto, a transparência, a autenticidade, a alegria inocente e verdadeira sem censura e contagiante que tínhamos na nossa infância e por algum motivo se perdeu no caminho porque ficou com medo na nossa criança interior, amedrontada e escondida sob a casca protetora. Ficamos mais sérios, mais céticos, mais desconfiados, mais incrédulos. O medo da pergunta boba, de cair no ridículo e de agir espontaneamente sob o receio da reação alheia deu lugar ao comportamento adolescente e depois adulto, da postura correta e exemplar no meio em que vivemos. Queremos reencontrar novamente aquela criança perdida que conquistava, cativava e fazia sorrir. Nos deixamos esconder pela nossa máscara protetora, nossa capa poderosa que aprendemos na infância e fica hoje não mais no consciente e sim no inconsciente dominador e monopolizante. Queremos voltar a ser feliz e a sorrir espontaneamente, a não levar tão a sério as pequenas coisas que geram grandes brigas e discussões, queremos voltar a ser autênticos e não precisar do refugio do álcool, das drogas e dos esportes radicais e arriscados em nome do prazer efêmero e liberador de hormônios relaxantes. É necessário encontrar de novo a euforia e a inocência perdida neste mundo de malícia e exploração. Como dizia Cartola: “Se alguém por mim perguntar,diga que eu só vou voltar quando eu me encontrar ”,pois de fato não sabemos onde nos separamos da nossa criança interior que nos ilumina e nos governa, pois assim que a encontrarmos aí sim poderemos dizer que somos felizes. A busca desta paz interior encontrada na criança que existe em nós é o caminho do equilíbrio e da felicidade.



Manoel Trajano, 12/11/06 – 22:40 – 22:50 h

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