quinta-feira, 27 de agosto de 2009

DOS COMPONENTES DE REUNIÕES MEDIÚNICAS




Para maior segurança no exercício da mediunidade e no trato
com os médiuns e com os desencarnados que se comunicam nas
reuniões mediúnicas, é importante que não só ao dirigente mas
a todos os seus integrantes, conhecer, em linhas gerais, o que
a Doutrina Espírita nos ensina acerca da prática mediúnica.
Assim procedendo seremos mais úteis aos que nos procuram em
busca de socorro espiritual, aos desencarnados envolvidos em
processos obsessivos, bem como a nós mesmos, em virtude de
nossas necessidades de aprimoramento e edificação espiritual.


De todos os componentes das reuniões mediúnicas pede-se um
mínimo de requisitos indispensáveis ao êxito da tarefa.


O dirigente, particularmente, é objeto de assistência especial
dos amigos espirituais, assistência essa que cresce na
proporção de seu preparo, dedicação, boa vontade e empenho em
reformar-se interiormente.


Responsável pelos esclarecimentos aos Espíritos tendo
forçosamente que lhe ocorrerem em determinados momentos da
tarefa, pormenores desconhecidos, quanto às necessidades dos
comunicantes.


Requisitos essenciais dos componentes de Reuniões Mediúnicas


a) Morais: Vivência evangélico-doutriná ria, esforçando-se por
exemplificar a mensagem cristã.


b) Doutrinários: Estudo evangélico e doutrinário; conhecendo
pelo menos, os princípios básicos e gerais da Doutrina, as
obras da Codificação e subsidiárias, bem como ter conhecimento
das questões mediúnicas, do plano espiritual e de suas
relações com o mundo físico.


c) Qualidades: Autoridade fundamentada no exemplo. Hábito de
estudo e oração. Dignidade e respeito para com todos. Afeição
sem privilégios. Brandura e firmeza. Sinceridade e
entendimento. Conversação construtiva. Discrição e
discernimento. Bondade e energia. Preparação constante.
Assiduidade e pontualidade. Fé raciocinada.


d) Preparo: Estudo permanente para saber sempre mais.
Desenvolvimento da intuição. Cultivo do tato psicológico,
evitando atitudes e palavras violentas. Aliar raciocínio,
sentimento, compaixão e lógica.


e) Segurança: A Espiritualidade Superior espera do dirigente o
apoio fundamental da obra. Não lhe serão exigidas qualidades
superiores às do homem comum, mas, diante dos desencarnados,
dos médiuns e dos freqüentadores, as funções do dirigente são
semelhantes às de um pai de família, devendo dispensar a todos
os integrantes do conjunto a orientação e o amparo que um
professor reto e nobre cultiva perante os alunos.


Do trato com os espíritos comunicantes


Na direção das reuniões, cultivar a humildade e vigilância no
trato com os médiuns, com os espíritos comunicantes e com os
freqüentadores em geral, encarnados e desencarnados,
observando sempre:
Não forçar a comunicação do espírito, através deste ou
daquele médium.
Deduzir, se possível, o sexo a que pertenceu a entidade
em sua última existência, visando uma elucidação
psicológica ideal.
Analisar, sem censura, os problemas de animismo (do
médium) ou de mistificação (por parte dos espíritos)
agindo criteriosamente.
Evitar, discutir, criticar, desprezar, desafiar, impor,
ridicularizar, magoar ou alongar-se demais no diálogo
com as entidades manifestantes.
Reconhecer que nem sempre pode ser desfeito o processo
obsessivo, de imediato, sem prejuízos para encarnados e
desencarnados.
Quando necessário e sob a assistência dos dirigentes
espirituais usar a hipnose construtiva, visando a
sonoterapia ou a projeção de quadros mentais para
esclarecimento do comunicante.
Embora respeitando a necessidade do espírito de
desinibição e desabafo, preservar sempre, a integridade
do médium e a dignidade do recinto.
Frente a idéias fixas, buscar atingir o centro de
interesses efetivos do espírito para que se lhe
descongestione o campo mental.
Generalizar o esclarecimento que se proporciona às
entidades, evitando, no entanto, dramatizar o problema
de qualquer um.
Em casos excepcionais, recorrer à retrospecção mental,
para auxiliar o esclarecimento da entidade sempre,
porém, sob a supervisão dos amigos espirituais e sob a
proteção de prece.
Vazar a conversação em termos claros, lógicos e
edificantes, com paciência e apreço, evitando gírias,
pilhérias,ironia ou irreverência.
Solicitar a cooperação íntima de todos, zelando pela boa
ordem, harmonia e disciplina na reunião.
Atentar para a condição dos comunicantes, a fim de
auxiliá-los mais eficientemente (Espíritos sofredores,
que se comunicam pela primeira vez, reincidentes
sistemáticos, companheiros de nosso próprio passado
espiritual, recém-desencarnados, suicidas, malfeitores,
sarcásticos, vampirizadores conscientes ou
inconscientes, religiosos, inconformados, etc.).
Ao usar termos como: espírito, perispírito,
desencarnado, evolução, livre-arbítrio, causa e efeito,
reencarnação, plano espiritual, médium, mediunidade e
outros, explicá-los, porque, comumente, os comunicantes
não sendo espíritas, podem ignorar o seu real
significado.
Evitar expressões como: "você já morreu" e outras, pois
isso pode traumatizar e dificultar os esclarecimentos ao
comunicante. Este pode chegar à mesma conclusão, por si
mesmo, se o levarmos a analisar que os tempos são
outros. Os costumes mudaram, por exemplo, eles conversam
com determinadas pessoas e esses não os respondem.
Entraram no recinto sem se utilizarem de portas ou
janelas. Notam a presença de outras pessoas
desencarnadas e de cuja "morte" tinham conhecimento,
etc.
Quando o espírito se expressar por outro idioma,
lembrar-lhe de que basta emitir as imagens de seu
pensamento para comunicar as suas idéias. Se ainda assim
encontrar dificuldades para isto, pedir a sua
aproximação, através de outro médium, para facilitar a
sua expressão de modo que todos possam entendê-lo.
Usar sempre a primeira pessoa do plural (nós). De fato,
nunca estamos sós na tarefa de esclarecimento
doutrinário.
Jesus falou com autoridade aos espíritos imundos. Nós
não o podemos fazer. Assim, sejamos humildes,
aconselhando a exemplificação das virtudes que ainda
estamos nos esforçando por conquistar.
Respeitando sempre o livre arbítrio, lembremo-nos de que
Deus, Jesus e os espíritos superiores, aguardam
pacientemente a nossa renovação. Como impô-la aos
outros? Respeito sem compactuar com práticas exóticas ou
conceitos errôneos.
É de pouca importância o nome que hoje ostentam os
espíritos comunicantes. Tratá-los sinceramente de
irmãos.
Cultivando ainda reflexos dos padecimentos que
culminaram com a sua desencarnação, supliquemos em prece
a redução dos seus sofrimentos, com a intervenção de
cooperadores espirituais e sua condução a locais de
recuperação.
Quando necessário, solicitar a outros médiuns descrever
o que percebem, colhendo assim, subsídios para maior
aproveitamento do Grupo, podendo, excepcionalmente, um
guia se manifestar para oferecer a sua ajuda mais direta
no caso.
Evitar passes indiscriminados ou mãos estendidas sobre o
médium na hora da comunicação.
Evitar comentários do que se passa nas reuniões,
encarando com discrição os problemas de encarnados e
desencarnados.
Cada comunicante deve receber o tratamento que
corresponda aos seus sentimentos.
Conceder ao espírito o tempo necessário para que ele
exponha seus problemas e dificuldades a fim de que,
sentindo-lhe a necessidade, possa usar palavras e
conceitos adequados.
Oferecer a intimidade fraterna aos comunicantes,
aplicando o carinho da palavra e o fervor da prece na
execução da enfermagem moral que lhe é necessária. A
familiaridade estende os valores da confiança. (Conduta
Espírita - André Luiz - cap. 24).
Falar aos comunicantes perturbados e infelizes, com
dignidade e carinho, entre a energia e a doçura,
detendo-se exclusivamente no caso em pauta. Sabedoria no
falar, ciência de ensinar. (Conduta Espírita - André
Luiz - cap. 24).
Em oportunidade alguma, polemizar, condenar ou ironizar,
no contato com os irmãos infelizes da espiritualidade. A
azedia não cura o desespero. (Conduta Espírita - André
Luiz - cap. 24).
Suprimir indagações no trato com entidades infortunadas,
nem sempre em dia com a própria memória, como acontece a
qualquer doente grave encarnado. A enfermagem imediata
dispensa interrogatório. (Conduta Espírita - André Luiz
- cap. 24).
Há grande diversidade entre a tarefa de doutrinar e
evangelizar. Para doutrinar, basta o conhecimento
intelectual dos postulados do Espiritismo; para
evangelizar é necessário a luz do amor no íntimo. Na
primeira, bastarão a leitura e o conhecimento: na
segunda é preciso vibrar e sentir com o Cristo.
(O Consolador - perg. 237 - Emmanuel).

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