GUILLON RIBEIRO FALSIFICOU A TRADUÇÃO DE "A GÊNESE"?
Está havendo um debate no meio espírita sobre as diferenças de tradução de "A Gênese", principalmente entre a terceira, quarta e quinta edições.
Está havendo um debate no meio espírita sobre as diferenças de tradução de "A Gênese", principalmente entre a terceira, quarta e quinta edições.
Carlos de Brito Imbassahy descobriu durante um programa que há diferenças entre a 5a. edição publicada pela FEB e a 3a. edição, que ele tem no original francês. Isto é fato, não há como negar. As explicações de Imbassahy podem ser lidas em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/movimento/traducoes-falsas.html.
O que não me parece correto é a inferência (isto mesmo, inferência) que ele faz, de que Guillon Ribeiro teria modificado intencionalmente a obra de Kardec possivelmente motivado pela sua simpatia com as ideias de Roustaing.
Obtive na internet o original da Revista Espírita de 15 de março de 1885. Qualquer um pode acessar o site da Encyclopédie Spirite http://www.spiritisme.net/, cadastrar-se e baixar o texto publicado pelos espíritas franceses contemporâneos, que nenhuma relação guardam com as diferenças do movimento espírita no Brasil Imperial e da República Velha.
Àquela época, Pierre Leymarie (possivelmente, pelo que se entende da leitura do texto), foi acusado de ter modificado os textos de "A Gênese" após a desencarnação de Kardec, por Henri Sausse, hoje conhecido como biógrafo de Kardec. Esta acusação, considerada infundada por Desliens, secretário de Kardec e um dos diretores da Sociedade Científica do Espiritismo, responsável pela publicação da Revue, denota que já havia uma confusão sobre que texto utilizar, quando Guillon Ribeiro nem espírita era.
Irei publicar a tradução do texto, realizada gentilmente por amigos, um deles francês e a outra amiga de Carlos Imbassahy (pai), que a conheceu na tenra infância e autografou um de seus livros com uma sensível poesia.
As decisões sobre o texto a ser publicado por "A Gênese", foram tomadas àquela época, e posso dizer que tive acesso ao texto de uma edição francesa posterior às polêmicas, que traz o texto semelhante à primeira edição e muito fiel à tradução de Guillon.
Publico este e publicarei outras informações sobre a situação, nada preocupado com a questão, qual seria a edição definitiva do livro de Kardec, mas discordando veementemente da acusação de fraude feita a Guillon Ribeiro.
Agradeço aos amigos do Espiritismo Comentado se conseguirem os originais das edições francesas (a primeira eu já tenho, graças à gentileza de Washington Fernandes) e tenho também a tradução do original de Carlos de Brito Imbassahy, feito por ele próprio, que saíram por duas editoras diferentes, como veremos na explicação de A. Desliens.
OBS:Veja a capa do livro e edição no link acima
Um comentário:
Prezado Manoel Trajano
Sinto imensa alegria em lhe enviar esta, pelo fato de ser neto de Guillon Ribeiro, filho de seu filho caçula Aloizio Guillon Ribeiro, já desencarnado.
Muito nos constrangia as acusações feitas ao meu avô, e apesar de várias tentativas só agora encontro alguem que venha defender a memória de Guillon Ribeiro. Ele ainda tem uma filha viva, com 93 anos, Marianna Portella Guillon Ribeiro que ficou imensamente magoada com as declaraçôes do Sr Carlos.
Todos nós podemos discordar de idéias e pontos de vista pois isto faz parte da natureza humana e através do diálogo e da discussão podemos avançar no conhecimento e elucidar dúvidas e até mesmo erros, contribuindo para nosso aprimoramento e evolução. Porem, atacar a memória de um homem como meu avô chamando-o de falsário não me parece atitude de um verdadeiro Espírita. Por que tanta agressividade com alguem que, inclusive, foi amigo do pai dele?
Será que a ansia de reconhecimento no nosso meio, precisa ser feita denegrindo a memória de outrem? Fico pasmo.
Talvez tenha sido a mão de meu avô, que tenha me direcionado para este site e encontrar uma voz que se levanta contra tamanha injúria.
Sendo o de momento
Um grande e afetuoso abraço deste amigo
Luiz Fernando Guillon Ribeiro
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