terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Viver em profundidade

É surpreendente observar com que freqüência as pessoas deixam de perceber que seus valores profundos são tão únicos quanto as suas digitais.

Quando não temos consciência disso, sacrificamos determinadas coisas para obter o que os outros consideram mais importante.

Um administrador de uma grande companhia de seguros descobriu, um dia, que tinha câncer de cólon.

Ele foi o primeiro de uma família de agricultores a freqüentar uma faculdade. Por isso, foi aluno excepcional.

No seu meio, era conhecido como um homem ambicioso, politicamente esperto, que fazia da carreira a sua própria vida.

Seu câncer foi descoberto bem cedo e o prognóstico era excelente. Findo o tratamento, seus colegas esperavam que ele retornasse ao trabalho bem depressa, reassumindo suas funções.

Entretanto, dois dias depois de recomeçar, ele abandonou seu cargo. A empresa imaginou que ele tivesse recebido uma proposta melhor de outra empresa. Mas não era isso. Ele parou de trabalhar durante um ano.

Depois, comprou um belo pedaço de terra e mudou-se com a família para a propriedade. Tornou-se agricultor.

Disse ele: desde o instante em que acordei da cirurgia, tive certeza de que estava vivendo uma vida que não era a minha. Sofri muitas pressões dos meus pais para alcançar o sucesso.

Eles estavam muito orgulhosos por eu ter escapado da vida dura que levavam há tantas gerações.

Deixei-me envolver pelo desafio, querendo vencer. Mais tarde, simplesmente continuei a me esforçar. Até que, em algum momento, deixei de ouvir a mim mesmo.

Meu pai era um agricultor, como tinha sido seu pai e o pai de seu pai. Ele detestava o trabalho que fazia, mas eu sou diferente. Eu compreendo a terra. Ela é importante para mim.

Conheço este trabalho como conheço a mim mesmo. Sinto que pertenço a este lugar.

Quando me sento na varanda de minha casa, admirando o imenso mar verde da plantação, que dança gentilmente ao vento, sinto-me feliz.

As rosas que plantei, contornando a casa, me trazem o perfume do final da tarde. E o mundo dos negócios está a anos-luz de distância.

Eu me sentia muito orgulhoso de estar vivendo, pessoal e profissionalmente, de acordo com os meus desejos. Foi difícil enxergar que eu tinha me vendido de uma maneira tão completa que nem conseguia perceber.

Agora eu sei que não importa o que se faça, mas sim como se faça. É isto que nos alegra o viver e nos permite oferecer ao mundo o que há de melhor em nós.

Isto se chama integridade. Já encontrei a minha.

***

Nossa vida é o negócio mais importante que devemos atender. Fazer as contas de quando em quando é saudável e necessário.

E se descobrirmos que estamos operando no vermelho, que nosso capital não tem crescido, que as nossas perdas são maiores do que nossos ganhos, não temamos reajustar, mudar.

Não concluamos nossa vida em completa bancarrota. Invistamos na felicidade, fazendo aquilo que gostamos de fazer. Assim, o mundo receberá de nós a nossa melhor cota, a nossa maior contribuição.





Autor:
Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Preservando a integridade, do livro As bênçãos do meu avô de autoria de Rachel Naomi Remen, editora sextante e do cap. A contabilidade pessoal, do livro Um presente especial de Roger Patrón Lujan, ed. Aquariana.




Enviado por Marluce Faustino/RJ

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