domingo, 3 de janeiro de 2010

AMAR DEVERIA SER PARA TODOS(MAS NEM SEMPRE É ASSIM...)

Por Manoel Trajano

Amar deveria ser o objetivo de cada ser humano aqui na Terra,mas na prática não é bem assim que acontece pois o amor não tem sido passado de pais para filhos na essência e no seu verdadeiro signficado,que leva consigo estar preparado para as desiluções que possa trazer. Confunde-se o amar com um sentimento que só se acontecem as coisas do jeito que queremos,mesmo que machuquemos o outro sem saber.É nas relações que se aprende a amar,desde pequenos no contato materno,depois paterno,dos irmãozinhos e dos coleguinhas e consequentemente,dos amiguinhos.

Falar de amor é algo tão extenso e grandioso que não tenho a pretensão aqui de mais uma vez tentar explicar o que se sente e tão bem colocado por Camões no texto "Os Lusíadadas" que ha pouco tempo foi tão bem cantada por Renato Russo como "Monte Castelo" e tão divinamente cantada por Djavan em tantas canções inesquecíveis. O que vivemos hoje em nossa sociedade tão quanto a banalização do sexo e da violência,é a banalização do "te amo" carregado de ilusões,idealizações,sofrimento,frustrações e julgamentos.


Pessoas que transformam 2 meses como se fossem 2 anos ou 20,que me fazem lembrar uma grande amiga do passado que dizia"nem deu o tempo da garantia de 3 meses...",ou seja,dever-se-ia procurar o PROCON do coração e analisar-se se teve propaganda enganosa ou quem sabe no TRE em relaçâo a propaganda eleitoral que enganou ou será que como ha muito o cliente entende errado a mensagem?Não leu as instruções de uso?Muito fácil colocar a culpa no produto! E o que é pior,sai falando mal do ex-parceiro como consequencia de sua propria imaturidade sem dar chance de defesa. O " Vírus do amor" de Rita Lee(http://letrasquemarcam.blogspot.com/) é bem aplicável nessas horas em que o mundo gira e nos deixa tontos com tanta indignação. Pessoas sem amor próprio que não conseguem levantar sua autoestima a ponto de assumir suas expectativas frustradas levam a dor e sofrimento e levam consigo a destruição de relações familiares até então estáveis,pelo sua condiçao de vítima eterna.


Todos querem amar sim,mas a maioria projeta,sufoca,esquearteja psicologicamente o outro com seus vicios,manias,culturas equivocadas enraizadas e pífias destruindo o que o amor tem de mais sublime:a sua simplicidade. Relaçôes que se perdem na falta de perdão,começando por si próprio levam a um estado de desequilíbrio e ressentimentos que envenena a si esperando que o outro morra(se é que estamos em condição de julgar o merecimento deste destino do outro).

Como num conto de fadas deve haver sempre mocinhos e bandidos,princesas e sapos,canalhas e sedutores,e claro sempre preferimos ficar na condição puritana,correta,santa,isentos de qualquer responsabilidade para com nossos amigos que vêem em nós,os coitadinhos,quando na verdade no aspecto de tentar amar,estamos sendo lobos em pele de cordeiro.Se assim não fosse 60% dos relacionamentos não seriam provacionais e para aqueles que ainda ficam esperando a "alma gêmea" lamenta-se informar mas são apenas 5% de nosso planeta.Eu,particularmente penso como Arnaldo Jabor,"procure a pessoa errada" para amar,pois é nela que você cresce,amadurece e sai desse cantinho onde se encontra sempre chorando.

A vida é para provar,expiar e agora estamos para regenerar. Graças a Deus ela não é cor de rosa,nada contra essa cor linda,mas devemos sempre buscar o arco-íris no meio das nuvens e dos espinhos,arranhar e sujar as mãos e as unhas,sem vaidade. Descer do salto e colocar os pés no chão,sentir o contato terra a terra e experimentar tudo de bom que a vida oferece de forma equilibrada,moderada e respeitosa e não perder tempo com futilidades pois na contabilidade divina,ao retornarmos ao nosso Verdadeiro Lar,quando nos perguntarem sobre o amor,o que levamos daqui nesta oportunidade reecarnatória tão disputada em que poucos conseguem no contingente 4 vezes maior que la se encontra,ficaremos acanhados de não ter tido nada para contar,de quantas vezes caímos e levantamos,de quantas mãos ajudamos a conduzir os passos e não quanto tempo perdemos com nossa conta bancária,nossas posses,as bolsas que deixamos de comprar,os cabelos que fugiam do controle,os cargos que disputamos.

Não,Deus não vai olhar nada disso,Ele vai nos perguntar quantas bocas alimentamos e quantas almas curamos,quantos doentes ajudamos a curar pela solidariedade,pela palavra amiga,pelo sopro da motivaçâo. Claro que sabemos que cada um tem seu tempo e aprendemos uns com os outros sempre,mas tá na hora de revermos nossas atitudes e aplicarmos de verdade o que é amar,que vai muito alem do sonho obsessivo do parceiro ideal,do casamento sonhado e os apelos a Santo Antônio que na sua sabedoria só atenderá se for para o bem de ambos e daquele que pede,quando tiver maturidade suficiente para saber ceder,abster-se,renegar,ser capaz de amar se um dia o parceiro ser mutilado,ser abatido por uma doença grave,ficar impotente,enfim amar incondicionalmente seja um saudoso Tião Macalé ou um Brad Pitt, seja seja uma Sofia Loren ou uma Zezé Macedo,ilustres artistas que tanto observamos as aparencias opostas do físico efêmero,e sim com os olhos da alma.

O Virus do Amor se espalha e leva consigo efeitos colaterais caso não estejamos recepctivos.Distorcemos seu significado.Sonhamos em ter um Amor Puro que não existe em nosso nível massivo populacional,daí somos juízes do outro,criticamos,condenamos quando não temos nossas vontades satisfeitas.Tossimos como consequencia de nossos proprios desajustes e temos que deixar de usar o nome do Pai em vão sempre que achamos que determinado fato é instrumento para justificar nossas vontades.Submetei-vos ao crivo do bom senso,tá la no Livro dos Espíritos quando perguntado por Allan Kardec sobre as informações dos espíritos nas manifestações.

Somos vilões para os olhos cataráticos,embassados pela imaturidade e infancia espiritual,retraídos em miopia pelas peneiras e viseiras colocadas pelos pais e amigos equivocados.


Mas antes de partir para amar,olhe,escute,sinta,perceba-se e pergunte sinceramente: você se ama?



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