sexta-feira, 9 de abril de 2010

Espiritismo, o que é na verdade?








Em momento oportuno o movimento preocupa-se em dirimir algumas dúvidas correntes e realinhar procedimentos, buscando esclarecer aos interessados e posicionar-se para melhor cumprir sua função basilar, auxiliar e educar.




ESPIRITISMO, O QUE É NA VERDADE?
Senhores jornalistas,
Partindo do princípio que o objetivo de todo jornalísta ético e
sensato é o de informar bem, com coerência, honestidade, dignidade e
imparcialidade, preocupando-se sempre com o indispensável conhecimento da
causa que leva a reportar, venho apresentar-lhes uma contribuição em cima
de um assunto que muitos profissionais do jornalismo, embora bem
intencionados, terminam cometendo equívocos lamentáveis, por uma
inexplicável ignorância que compromete os seus nomes bem como o dos
veículos por onde vinculam as suas matérias ou reportagens.
Falo com respeito ao assunto Espiritismo, tema este que invariavelmente é
visto apenas no campo religioso, o que na verdade não é, e sobretudo, o
que é mais lamentável, sempre enfocado com afirmativas de conceitos
absurdos, oriundos do "achismo" e também de uma cultura criada na cabeça
das pessoas, pela intolerância e a desonestidade religiosa.
Não objetivo aqui defender crença ou fé nenhuma, porque não é isto
que está em questão. Só quero mesmo prestar contribuição ao gigantesco
segmento honesto do jornalismo acerca de uma coisa, como ela realmente é,
para que ele esteja melhor informado, sem a menor pretensão de querer
fazer com que nenhum profissional o aceite, concorde com os seus postulados
e, muito menos, se converta.
Vamos aos assuntos:
Espiritismo não é igreja
Em princípio corrijam a conceituação inicial: Espiritismo não é
simplesmente religião. Ele não veio ao mundo com objetivo nenhum de ser
religião. Trata-se de uma doutrina filosófica, com base calcada na
racionalidade, na lógica e na razão, apenas com conseqüências
religiosas, haja vista que os seus adeptos ficam livres da submissão a
qualquer religião, por não serem obrigados a coisa nenhuma e nem serem
proibidos de nada. Há centros espíritas que se portam como se fossem
igrejas, mas isto é produto da concepção equivocada dos seus dirigentes,
que ainda sentem a necessidade da rezação, em que pese o Espiritismo ser
algo muito acima disto.
Não existe "Kardecismo", existe "Espiritismo"
O jornalista equivocado costuma utilizar-se da expressão "kardecismo",
para identificar algo que ele imagina ser uma "ramificação" do
Espiritismo, achando que Espiritismo é um "montão de coisas" que existe
por aí, quando na realidade não é.
A palavra "Espiritismo" foi criada, ou inventada, como queiram, pelo
senhor Allan Kardec, exclusivamente, para denominar a doutrina nova que foi
trazida ao mundo, por iniciativa de Espíritos, e que tem os seus
postulados próprios.
Portanto, qualquer crença ou prática religiosa que utiliza-se da
denominação "Espiritismo", fora desta que se enquadre nos seus
postulados, está utilizando-se indevidamente de uma denominação,
mergulhando no campo da fraude. Daí a verdade que o nome disto que vocês
chamam de "kardecismo", verdadeiramente é "Espiritismo".
Apenas para clarear o campo de conhecimento dos que ainda têm dúvidas,
em achar que Candomblé, Cartomancia, Necromancia, Umbanda e outras
práticas espiritualistas é Espiritismo, vai aqui uma pequena tabela,
exemplificando algumas práticas de alguns segmentos, para apreciação
daqueles que consideram relevante o uso da inteligência e do bom senso, a
fim de um discernimento mais coerente e responsável. Veja quem adota e
quem não adota o quê.
Procedimento, prática ou ritual Umbanda Catolicismo Espiritismo
1. Uso de altares Sim Sim Não
2. Uso de imagens Sim Sim Não
3. Uso de velas Sim Sim Não
4. Uso de incensos e defumações Sim Sim Não
5. Vestimentas e paramentos especiais Sim Sim Não
6. Obrigações aos seus praticantes Sim Sim Não
7. Proibições aos seus praticantes Sim Sim Não
8. Ajoelhar-se, sentar-se e levantar-se em seus cultos Sim Sim Não
9. Bebidas alcoólicas em seus cultos Sim Sim Não
10. Sacerdócio organizado Sim Sim Não
11. Sacramentos Sim Sim Não
12. Casamento religioso e batizados Sim Sim Não
13. Amuletos, patuás, escapulários e penduricalhos Sim Sim Não
14. Hinos e cantarolas nos cultos Sim Sim Não
15. Crença na existência de satanás Sim Sim Não
Como pode, então, um profissional que tem a obrigação de estar bem
informado, afirmar que Espiritismo e Umbanda são a mesma coisa? Não
seria mais coerente dizer que tem mais semelhanças com o Catolicismo,
embora não seja também a mesma coisa?
O espírita não tem a menor pretensão de diminuir ou desvalorizar o
adepto da Umbanda que, por sua vez, tem também a sua denominação
própria que é Umbanda, e não Espiritismo, apenas quer deixar claro que
Espiritismo é Espiritismo e Umbanda é Umbanda, assim como Catolicismo é
Catolicismo, Protestantismo é Protestantismo.
A afirmativa que alguns fazem, em dizer que tudo é a mesma coisa, com a
diferença de que na Umbanda se reúnem negros e pobres e no tal
"Kardecismo" se reúnem o que chamam de elites, é extremamente leviana,
desonesta e irresponsável. O Espiritismo não faz qualquer discriminação
de raças, cor ou padrão social, já que em seu movimento existem
inúmeros negros, mulatos, brancos e de todas as etnias.
Allan Kardec não inventou o Espiritismo
Allan Kardec não inventou, ou criou, Espiritismo nenhum. A proposta veio
de Espíritos, através de manifestações espontâneas, consideradas como
fenômenos, na época, e ele, que nada tinha a ver com aquilo, foi
convidado por alguns amigos para examinar e analisar os tais fenômenos, em
suas casas, oportunidade em que foi convidado, pelos Espíritos, pela sua
condição de pedagogo e educador criterioso, a organizar aqueles
ensinamentos em livros e disponibilizar para a humanidade.
Ele foi tão honesto e consciente de que a obra não era de sua autoria,
que evitou colocar o seu nome famoso na Europa antiga (Denizard Rivail)
como autor dos livros e preferiu utilizar-se de um pseudônimo. É bom que
se saiba que o tal professor Rivail era autor famoso de livros didáticos e
que tudo o que aparecia com seu nome vendia muito, não apenas na França
como em toda a Europa.
Atentem para o detalhe: Os Espíritos optaram por um pedagogo, um
professor, e não por um padre, um religioso, o que nos convida a entender
que o Espiritismo é escola e não igreja.
Sobre a reencarnação
Não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e não foi inventada pelo
Espiritismo, posto que é algo conhecido pela maior parte da humanidade,
por milênios, muito antes do Espiritismo, que tem apenas 151 anos de
idade.
O espírita, depois de estudar a reencarnação, não crê na
reencarnação, ele passa a SABER a reencarnação, o que é diferente.
Exemplificando: Você crê que a Lua existe ou você sabe que ela existe?
Afinal, você pode vê-la e comprovar, inclusive cientificamente? É isto
aí.
Portanto a afirmativa de que os espíritas crêem na reencarnação é
infantil e sem sentido.
Sobre a mediunidade
Também não é patrimônio exclusivo e nem foi inventada pelo
Espiritismo. É uma faculdade humana normal e independe de crença
religiosa, já que a pessoa pode possuí-la, com maior ou menor
intensidade, acredite ou não. O Espiritismo apenas se dispõe a
estudá-la, educar e disciplinar as pessoas que a possuem, para que o seu
uso possa ser benéfico a elas e aos outros, absolutamente dentro dos
elementares padrões de moralidade. Segundo os postulados espíritas ela
não deve ser comercializada, nunca, e deve ser utilizada gratuitamente;
todavia é praticada comercialmente em alguns lugares do mundo, por pessoas
que são médiuns, inclusive honestas, mas nada sabem sobre Espiritismo,
numa comprovação de que ela existe fora do meio espírita.
Qualquer afirmativa do tipo que "alguém tem mediunidade e precisa
desenvolver" é vinda de pessoas inconseqüentes, mesmo algumas que se auto
rotulam espíritas, posto que o Espiritismo propõe que a faculdade deve
ser educada e não desenvolvi da.
Sobre o caráter do centro espírita
É um local que deve atuar como escola e não como igreja. A sua proposta
é de estudos, sobretudo da matéria que trata da reforma íntima das
pessoas, dando ciência do papel de cada um de nós na terra, da nossa
razão de existir enquanto criaturas úteis ao nosso próximo,
esclarecimento da nossa condição espiritual no presente e no futuro e,
principalmente, a nossa conduta moral.
Recomenda a prática da Caridade, sim, mas de forma ampla no sentido de
orientar e informar aos outros sobre os meios de libertações dos
conflitos, das amarguras, das incompreensões e do sofrimento em si e não
esse entendimento estreito de que Caridade se resume apenas a dar prato de
sopa ou roupas usadas para pobres, para qualificar o doador como bonzinho.
Adota Jesus, sim, inclusive como o maior modelo e guia que temos para
seguir, concebendo o seu Evangelho como a bula coerente a nos conduzir, e
não como sendo ele o próprio Deus.
Enfim. O centro espírita é um local de estudo e não de rezação.
Sobre quem é reencarnação de quem
Recentemente vimos um jornalista afirmar, nas páginas da VEJA, que os
espíritas juram que Fulano é reencarnação de Ciclano, o que se
constitui em um absurdo. Em princípio espírita não adota jura nenhuma.
Segundo, que não consta da atividade espírita a preocupação de quem é
reencarnação de quem, uma vez que esta discussão é irrelevante, não
tem razão nenhuma, não acrescenta absolutamente nada na proposta
espírita para a criatura humana, em que pese alguns espíritas, apenas
alguns, (nem todos entendem bem a proposta da doutrina) se ocuparem com
esse tipo de discussão.
Falar em quem é ou talvez possa ser reencarnação de quem, é conversa
amena de momentos de descontração de espíritas, apenas em nível de
curiosidade ou especulação, jamais tema de estudo sério da casa
espírita.
Ainda que possa existir, em alguns locais de estudos mais profundos e
pesquisas espíritas, interesses em trabalhar as questões da
reencarnação, os estudiosos apenas sugerem que fulano possa ser a
reencarnação de alguém, mas nunca afirmam, apesar de evidências
marcantes e inquestionáveis, quando a condução da pesquisa é séria e
criteriosa.
Quem anda dizendo que é a reencarnação de reis, de rainhas e de
personagens poderosas do passado não são os espíritas, são apenas
alguns bobos que estão no Espiritismo sem consciência do seu papel.
Apologia ao sofrimento
Matérias de revistas e jornais, dentro deste equívoco que nos referimos,
chegaram a afirmar, diversas vezes, que o Espiritismo ensina as pessoas a
serem acomodadas em relação ao sofrimento e até chegarem a dizer que o
sofrimento é bom.
Não condiz com o coerente ensinamento do Espiritismo. Se algum espírita
chega a dizer isto, certamente é vítima do masoquismo e, provavelmente,
deve praticar um ritual em sua casa, quando, talvez uma vez por semana,
colocar a mão sobre uma mesa e dar uma martelada em seu dedo.
Sofrimento não é condição fundamental para a evolução de ninguém,
embora entendemos que, ao passar por ele, muitas pessoas terminam acordando
para a realidade da vida e mudando de conduta, sobretudo no campo do
orgulho, do egoísmo e da presunção.
Mesa branca
Não existe espiritismo mesa branca, alto espiritismo, baixo espiritismo
ou qualquer ramificação do Espiritismo, que é um só.
O hábito de forrar mesas com toalhas de cor branca, na maioria dos
centros espíritas, nada mais é que um hábito de alguns espíritas, de
certa forma até equivocados também, uns talvez achando que a cor branca
da toalha ou das roupas das pessoas tem algum significado virtuoso, quando
na verdade não existe esta orientação no Espiritismo.
Muito pelo contrário, seria preferível utilizar toalhas (por que tem
sempre que ter toalhas nas mesas?) de outras cores, posto que tecidos em
cor branca tem maior facilidade de sujar.
Portanto a citação de "espiritismo mesa branca" é mais uma expressão
da ignorância popular, o que não se admite nos jornalistas.
Terapia de vidas passadas
Não é procedimento espírita, em que pese ser recomendável em alguns
casos, porém em consultórios de profissionais especializados, geralmente
psicólogos ou médicos. É fato, existe, é comprovado, tem resultados
cientificamente respaldados, mas não é prática espírita.
Cromoterapia, piramidologia, etc...
Se alguém usa uma dessas práticas no espaço físico de uma casa
espírita, é por pura deliberação da direção da casa, que se considera
livre para fazer o que quiser, até mesmo dar aulas de arte culinária,
corte e costura, curso de inglês, informática ou o que quiser, que são
atividades úteis, sem dúvidas. Mas não tem a ver diretamente com o
Espiritismo.
Sucessor de Chico Xavier
Isto nunca existiu no Espiritismo, em que pese vários jornalistas terem
colocado em matérias diversas, quando o Chico Xavier "morreu", e ainda
repetem, talvez querendo estabelecer alguma comparação do Espiritismo
(que vêem apenas como religião) com a Igreja Católica, que tem
sucessores dos papas, quando morrem. Chico Xavier nunca foi uma espécie de
papa, de cardeal ou de qualquer autoridade eclesiástica dentro do
movimento espírita.
Divaldo Pereira Franco nunca foi sucessor do Chico, nunca teve essa
pretensão, ninguém no movimento espírita fala nisto, que é coisa apenas
de páginas de revistas desinformadas sobre o que verdadeiramente é o
Espiritismo.
A sua relação com a Ciência
Faz parte da formação espírita a seguinte recomendação:
"Se algum dia a Ciência comprovar que o Espiritismo está errado em
algum ponto, cumpre aos espíritas abandonarem imediatamente o ponto
equivocado e seguirem a orientação da Ciência".
Mas isto não quer dizer que o que afirma determinadas criaturas, como o
padre Quevedo, que se apresenta presunçosamente como cientista, deva ser
entendido como Ciência, já que ele não é unanimidade e nem ao menos
aceito pela maioria dos cientistas coisa nenhuma. Ele é padre, nada mais
do que padre, com um tipo de postura que não é aceita nem pela maioria
do seio católico, quanto mais pelo científico. Não é à
pseudo-ciência ou a opiniões pessoais de um ou outro elemento, que se diz
de Ciência, que o Espiritismo se submete, com esta recomendação, é a
Ciência, como um todo, em descobertas inquestionáveis.
Até agora a Ciência não conseguiu apontar e muito menos comprovar erro
em um ensinamento espírita, sequer. Se alguém exige, por exemplo, querer
provas por parte dos que afirmam que existe vida fora da Terra, por
questão de bom senso deve ter também provas de que não existe. Será que
tem?
Medicina e Espiritualidade
Alguns médicos, tradicionalmente, sempre afirmaram que os problemas de
saúde das pessoas nada tem a ver com problemas espirituais, porque estes
se resumem a crendices. Hoje existe um curso de "Medicina e
Espiritualidade", oficial, dentro da USP (Universidade de São Paulo), a
maior Universidade do País, onde são estudados estes questionamentos que
alguns continuam a dizer que são crendices.
Como informação, sugerimos que os jornalistas se interessem em reportar
sobre este assunto, sem que vá aqui a menor intenção de querer converter
ninguém. Não se trata de questão religiosa, trata-se de questão
científica. Para melhor informação, as aulas deste curso podem ser
vistas no site: http://www.redevisao.net/. O telefone da Pineal Mind, onde
são ministradas as aulas, é (11) 3209-5531 / e o e-mail é
faleconosco@uniespirito.com.br onde poderão ser obtidas maiores
informações sobre o curso. Toda sexta-feira, às 19 horas, tem aula ao
vivo, pelo site, numa webtv.
Diante de todo o exposto sugerimos que os grandes veículos de
comunicação de massa, obviamente comprometidos com a credibilidade dos
seus nomes, repassem estes esclarecimentos aos seus profissionais de
jornalismo, não necessariamente para que eles sejam simpáticos à idéia
espírita, já que ninguém é obrigado a aceitar coisa nenhuma, mas para,
pelo menos, não comprometerem as suas honorabilidades dizendo mentiras,
leviandades e até se expondo ao ridículo reportando sobre um assunto que
não entendem.
Enviado por Marcelo Barreira/BA


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