terça-feira, 19 de outubro de 2010

AMAR TRAIR


AMAR TRAIR
Quase uma Apologia da Traição

Aldo Carotenuto

"Podemos não nos trair e não trair? É essa a pergunta à qual esta obra tenta responder. A traição repugna à nossa consciência de 'puros', mas, afirma o Autor, ela é uma experiência inelutável. Depois de percorrer os dramas da solidão do amor em Eros e Pathos, também publicada pela Paulus, Aldo Carotenuto aborda o delicado tema da traição, entendida como ato necessário para que a psique, ainda fechada em uma virgindade inconsciente e irrefletida, seja iniciada no mistério da vida e do amor. Com efeito, trair e ser traído significa 'ser entregue' a um destino de procura, pontilhado de quedas e derrotas; significa reconhecer-se como um daqueles seres separados que, para reconstituir-se como sujeitos, devem libertar-se de ditames e modelos coletivos; devem, portanto, 'trair'. Todo indivíduo está sob o imperativo, inscrito na dinâmica evolutiva da psique, de emancipar-se de tudo o que o mantém fiel a uma imagem de si que não lhe corresponde, mas corresponde às exigências do ambiente social ou ao desejo de seus interlocutores. É por isso que no processo de individuação aparecem freqüentemente situações ruptura, de fraturas inevitáveis, destinadas a marcar a história humana de cada um: da traição cometida pelos pais contra o filho ainda não nascido, mas já 'imaginado', à que se dá na relação de casal, passando por outras formas, por outros rostos que ela pode assumir, menos habituais."

ALDO CAROTENUTO, psicólogo, um dos maiores estudiosas, em nível internacional, do pensamento de Jung, é membro da Associação Americana de Psicologia e presidente da Associação Italiana de Psicologia e Literatura. Professor de psicologia da personalidade e das diferenças individuais na Universidade de Roma, escreveu mais de vinte livros, alguns traduzidos nas línguas européias mais importantes e em japonês. Entre suas últimas obras, Paulus publicou Eros e Pathos.

ÍNDICE

Nota à nova edição
Introdução
1. Ainda antes de nascer
2. Um "alegre acontecimento" funesto
3. Parábola do filho que não quis ser amado
4. Papéis e confiança
5. "Inimici hominis domestici eius"
6. Círculo familiar e círculo hermético
7. A nostalgia desorientada
8. União de duas solidões
9. O silêncio como tortura
10. Euforia contra alegria
11. Coação do sedutor e vantagem do traído
12. Área de incesto
13. Um templo pouco freqüentado
14. O sexo negado
15.O corpo desagradável
16.O corpo traído
17. O corpo doente
18. A morte procurada
19. A morte encontrada
20. A morte desejada
21. Traição e liberdade
Epílogo - Experiência e Perda
Bibliografia

Fonte: http://www.rubedo.psc.br/Revista/paulus/textos/amatrai.htm

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