segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mensagem recebida na Mediúnica de 18/10/2010-FEIS-Salvador-Bahia


Mediunidade e disciplina

 

A mediunidade aparece como força motriz para o automelhoramento da criatura, todavia ela só poderá prestar esse grande contributo ao medianeiro se este usá-la de forma responsável e disciplinada.

Para encontrar o ouro o homem deve escavar a terra, garimpando pelo tesouro escondido no solo. Da mesma forma deve o médium garimpar no próprio âmago, "desenterrando" os talentos que lhe foram confiados para o trabalho digno, retirando da profundidade do eu a pepita dourada das suas aptidões mediúnicas.

A mediunidade existe além desse plano, é condição evolutiva para o espírito, que a usa como ponte de ligação a experiências de importante monta. Mediunidade perfeita, bem sabemos, não pertence a este mundo, no entanto, a mediunidade bem educada e disciplinada é uma responsabilidade real do serviço junto ao Cristo, independendo do plano onde exercida.

Mediunidade cristã consciente é aquela que se esforça para seguir as leis do amor e da caridade através da instrução e educação, na observância dos preceitos e normas na boa direção da aptidão mediúnica. Quem prossegue invigilante a isto, sem suspeitar, se torna mais fácil instrumento das mentes que pugnam pelo atraso moral da humanidade.

Uma peça desajustada, mesmo que ainda posta ao serviço, não poderá exercer função otimizada junto às exigências da engrenagem, devendo antes ser reparada, para só então alcançar seu máximo desempenho. Também o médium deve buscar o equilíbrio e a disciplina, reparando-se moralmente para melhor desempenhar suas funções. Deve se disciplinar as exigências do serviço mediúnico, atento para não passar aos outros uma imagem distorcida da mediunidade e do Espiritismo, libertando-se dos pensamentos escravizados e preconceitos de toda espécie.

Quando Orientadores abalizados trazem orientações baseadas em ocorrências já vivenciadas e comprovadas através de inúmeras experiências similares, cabe aos que desejam o sucesso na empreitada refletir melhor sobre o discorrido, em prol da melhoria das próprias aptidões e dos trabalhos. Convém reflexionarmos quanto a validade de certos procedimentos e certas reações que tomam corpo resistente junto aos médiuns.   

Percebe-se como para os médiuns encarnados a divisão da vida material versus o contato com o mundo espiritual cria muitas vezes um sem número de conflitos, aflições e dúvidas, contudo, muitas destas perturbações se dão por uma má educação das próprias faculdades mediúnicas. Médium que não está em total equilíbrio, torna-se presa fácil para aqueles que abusam dos seus dons.

Todo instrumento tem uma finalidade de uso, se subutilizamo-lo, ele deixa de ser explorado ao nível esperado, se o impomos exigências além das possibilidades, o desgastamos trazendo prejuízos. A diferença entre as extremidades e o equilíbrio do centro, está tantas vezes apenas na canalização correta da força.

Instrumento bem afinado é aquele que reproduz as melhores notas, nunca dissonantes à harmonia da música orquestrada.

Se para alguns uma comunicação possa ser considerada algo trivial, para ser útil de fato, ela deve ser considerada proveitosa a melhoria do ser, afastando-se dos caracteres esotéricos e místicos que os médiuns teimam em evidenciá-la.

Enquanto o medianeiro não perceber as responsabilidades e o dever ínsito nas suas manifestações, se encontrará sempre entre as dúvidas e perturbações da mediunidade transitória.

No momento que deixar todo tipo de curiosidade e personalismo de lado, assumindo sua posição de co-patrocinador de toda e qualquer comunicação, ciente da franca e honesta condição imperfeita sem querer parecer o que ainda não é, controlando seu senso espetaculoso, suas exigências ilusórias de ultrapassar as barreiras do tangível para mostrar-se capaz, o médium entenderá por fim que, mediunidade não significa outra palavra, mas: sacrifício e renúncia.

Mediunidade é o grande sacrifício de vencer a si mesmo, conquistar-se moralmente, ascendendo a um patamar de maior respeito e simpatia espiritual através das mudanças de conduta, para só assim descobrir-se verdadeiro médium de Jesus.

Médium bom não é aquele que traz as melhores comunicações, mas aquele que não carrega no coração qualquer sentimento de animosidade, raiva ou ódio contra qualquer semelhante.

Médium sereno não é aquele que demonstra um silêncio frustrado, é aquele que pode trafegar entre os espíritos da algazarra e da balburdia sem se deixar dominar na sua condição pacífica de se expressar.

Médium justo e integro a mediunidade, será aquele que não necessite demonstrar através de gestos empolados e interpretações desnecessárias toda a singeleza de uma simples comunicação.

Médium consciente do seu papel será aquele que, ciente da importância da harmonização do ambiente e de todos, consiga refrear o timbre da própria comunicação exaltada, modulando o som ao nível entendível apenas do doutrinador que o assiste.

Médium devotado será aquele que obre sem qualquer espera de reconhecimento, sabendo ser instrumento imperfeito e cabível de falhas, por isso, jamais se aferrando as "próprias verdades", reconhecendo ser ainda um iniciante no patamar da longa busca pela excelência nos serviços do bem, dentro dos matizes do Amor Maior.

Médium colaborador é aquele que serve onde seja convocado, sem ensimesmar-se e sem trazer prejuízos ao trabalho de outrem. Estimulador das vontades nobres e do devotamento dos demais, jamais coloca entraves à dedicação alheia.

E, médium tenaz, será aquele que aprenda com os próprios erros, caindo e levantando, lutando consigo para encontrar o prumo da disciplina, sem nunca se entregar a desarmonia e a desistência da tarefa, perseverando na vontade de servir, acertar e vencer a si mesmo.

 

Alberto Fonseca

Mensagem recebida na reunião mediúnica da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla em 18 de outubro de 2010

 








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