sábado, 26 de fevereiro de 2011

<> Sobre o Carnaval (Emmanuel - Francisco C Xavier) <>(com comentários)



Pessoal,

Em tudo na vida,exercido pelo nosso livre arbítrio o que vale é o bom senso. Diante do texto abaixo e ciente do nivel de consciencia de cada um, não nos devemos castrar o direito de como quiser,curtir seu momento dançar,brincar e ser feliz na festa momesca. Da boca sai o que o coração está cheio e isso vale para as atitudes daqueles que querem ter momentos de prazer e cientes ainda do tanto que fazem durante o ano praticando a caridade e ajudando o próximo.Carnaval é uma festa complexa e completa onde vemos de tudo,das maiores aberrações a momentos de emoção. Quer curtir? Vá,ciente dos cuidados necessários,por onde passa,o que leva e seja feliz.Quem quiser viajar,viaje. Mas deixemos enquanto espíritas de pregar o que o Espiritismo não cita,não proibe,não cerceia,não condena.Carnaval não é festa proibida,não é festa "do diabo" nem muito menos herege.Nosso catolicismo cego ficou no passado,somos cristãos da nova era,de mente aberta e democrática. Muita gente critica Medrado porque sai no Trio e brinca carnaval...Quem somos nós com várias traves no olho para julgar? Eu mesmo vou olhar o movimento,danço,canto as vezes saio no bloco,as vezes bebo um pouquinho,extravazo mas nem por isso sou menos espírita do que ninguém,não comprometo meus compromissos durante o ano e nem deixo de auxiliar durante a festa se eu ver alguma necessidade. Recentemente numa palestra quando comentei sobre obsessão em que a despeito do fenomeno ser negativo,nao quer dizer que todos os obsessores são ruins.Que dirá de uma mãe,um pai,um filho que fica preso numa casa por saudade e apego,"obseidando"? Ele é um espirito mau? De maneira alguma.Está apenas no lugar errado e na hora errada,precisando seguir para os educandários e colonias espirituais.Aí um cidadão disse"mas Kardec disse no LE que os espiritos são maus", ao que eu respondi a ele "cuidado com a tradução do original francês para o português". Até o termo incorporaçao caiu em desuso por sua ausencia de coerencia pois um espirito nao pode dividir o espaço com outro no mesmo lugar.Ele ficou sem argumento. O mesmo vale para os aplausos ao final das palestras, tem centro que condena,proibe alegando que perturba a mediunica ou envaidece o palestrante! Pelo amor de Deus...Com todo respeito aos nossos professores Kardec,Chico e Divaldo,etc temos o dicernimento de reinterpretar os textos e inseri-los em nossa realidade para melhor,sem aterrorizar espiritas e simpatizantes com termos que deveriam ser usados para estimular,construir e não desanimar.E viva a liberdade!

Abraço,

Trajano




 

 

 

                     Sobre o Carnaval

    Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer apologia da loucura generalizada que adormece as consciências nas festas carnavalescas.  É lamentável que na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhes a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhes as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com os títulos da civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

    Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e às vezes toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

    É estranho que as administrações e elementos de governos colaborem para que se intensifique a longa série de lastimáveis desvios de espíritos fracos, cujo caráter ainda aguarda o toque miraculoso da dor para aprender as grandes verdades da vida.

    Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifique o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

    Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.  Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem?  Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro de suas possibilidades, para que possamos reconstituir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

    É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloquente atestado de sua miséria moral.

                                                                                                  Emmanuel/ Chico Xavier

                                         

                                                                Abraços de Vera Vicente

  





 

 



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