sábado, 27 de agosto de 2011

LICANTROPIA


LICANTROPIA
BIBLIOGRAFIA
01- Antologiado perispírito- ref. 106502 - Da alma humana - pág. 231
03 - Diálogo com as sombras - pág. 11604 - Estudando a mediunidade - pág. 182
05 - Gestação sublime intercâmbio - pág. 16906 - Guia do Espiritismo - pág. 215
07 - Libertação - 7208 - Estudando a Mediunidade - pág. 182
09 - O Livro dos Espíritos - introd. xv10 - Resumo da Doutrina Espírita - pág. 178
11 - Saúde e espiritismo - pág. 18412 - Reflexões Doutrinárias - pág. 60

LEMBRETE: O NÚMERO DA PÁGINA PODE VARIAR DE ACORDO COM A EDIÇÃO DA OBRA CITADA.

LICANTROPIA – COMPILAÇÃO

 

08 - Estudando a Mediunidade - Martins Peralva - pág. 182

XXXV - Licantropia
Servir-nos-emos de algumas referências do capítulo «Fascinação» para, aceitando a tese da sua progressividade, chegarmos à Licantropia, fenômeno a que se referiu Bozzano e que foi, igualmente, objeto de menção pelo Assistente Aulus. Ao estudarmos o capítulo XXIII de «Nos Domínios da Mediunidade», organizamos, no quadro negro, o seguinte gráfico:

FASCINAÇÃO
SUBJETIVA OU PSICOLÓGICAFENÔMENOS ALUCINATÓRIOS
ATITUDES EXCÊNTRICAS
FANATISMO RELIGIOSO
  
OBJETIVA OU ORGÂNCIALICANTROPIA DEFORMANTE
LICANTROPIA AGRESSIVA
ANOMALIAS PATOLÓGICAS


Esse mesmo gráfico será, neste livro, o ponto de partida para o escorço que tencionamos fazer em torno da Licantropia.
Comecemos por defini-la: é o fenômeno pelo qual Espíritos «pervertidos no crime» atuam sobre antigos comparsas, encarnados ou desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos animais.

A fim de favorecer o desenvolvimento de nossas insiderações, iniciemos esta página com um trecho da arrativa de André Luiz: «A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança de loba ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio.

Goleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a guarda generosa de sentinelas da casa.»Sublinhamos, intencionalmente, as expressões «à semelhança de loba ferida» e «coleando pelo chão». Atitudes realmente animalescas. Mais adiante, explicando o fenômeno, temos a palavra esclarecedora do Assistente:

«Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental dos manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.»
A simples fascinação de hoje — caracterizada por fenômenos alucinatórios, atitudes ridículas ou absurdas mesmo, pelo fanatismo religioso — pode agravar-se e rogredir de tal maneira que se converta na Licantropia e amanhã.

Comprometidos com o passado, através de débitos do nosso acumpliciamento no mal, com entidades infeorizadas, com as quais estamos sintonizados no Tempo no Espaço, poderemos ter a nossa vontade submetida » império hipnotizante dessas entidades.
Enquanto a fascinação tem sentido mais psicológico, a licantropia vai mais além. Reveste-se de aspecto mais objetivo, exteriorizando-se na própria organização somática, ou perispirítica, se a vítima for encarnada ou desencarnada .

Há casos extremos de licantropia deformante, em que a pessoa imita «costumes, posições e atitudes de animais diversos», bem assim de licantropia agressiva, que se expressa através da violência, da alucinação e, até, do crime. A imprensa sensacionalista relacioná-los-á como fruto de «taras», sem maiores explicações; os estudiosos do Espiritismo verão nesses casos apenas manifestações de licantropia agressiva, com poderosa e cruel atuação do elemento invisível.
Quando a Medicina e o Direito estenderem as mãos ao Espiritismo, os seus mais graves problemas serão me-Ihormente equacionados.

Anomalias patológicas, modificadoras da configuração anatômica dos pacientes, observadas especialmente em hospitais de indigentes, via de regra expressam a influência terrível de entidades vingativas junto a antigos desafetos. O Espiritismo — anjo tutelar dos infortunados —, analisando a causa de tais sofrimentos, ajuda as vítimas das grandes obsessões a se recuperarem. Três condições principais podem ser indicadas como favorecedoras da cura de pessoas que sofrem a atuação dessas pobres entidades, a saber:
a) — Estudo (Evangelho e Doutrina);
b) — Trabalho (atividade incessante no Bem);
c) — Amor no coração (converter a própria vida em expressão de fraternidade).

Solucionará o Espiritismo, através dos seus milhares de grupos mediúnicos e das dezenas de suas Casas de Saúde, todos os casos de Licantropia? Responder afirmativamente seria rematada leviandade. Todavia, além de lhe ser possível equacionar alguns casos, menos entranhados no passado, levará ao coração de perseguidos e perseguidores a semente de luz do perdão, para germinação, crescimento, florescimento e frutificação oportunos.

No Grande Porvir, verdugos e vítimas de hoje estarão, redimidos e irmanados, cultivando nos Planos Superiores o Sublime Ideal da Fraternidade Legítima. E não podia deixar de ser assim, a fim de que, agora e por toda a Eternidade, se confirmem, integralmente, as palavras de Nosso Senhor Jesus-Cristo: «Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá.»

09 - O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - introd. xv

XV—A LOUCURA E SUAS CAUSAS
Há ainda criaturas que vêem perigo por toda parte, em tudo aquilo que não conhecem, não faltando as que tiram conclusões desfavoráveis ao Espiritismo do fato de terem algumas pessoas, que se entregaram a estes estudos, perdido a razão. Como podem os homens sensatos aceitar essa objeção? Não acontece o mesmo com todas as preocupações intelectuais, quando o cérebro é fraco? 

Conhece-se o número de loucos e maníacos produzidos pelos estudos matemáticos, médicos, musicais, filosóficos e outros? E devemos, por isso, banir tais estudos? O que provam esses fatos? Nos trabalhos físicos, estropiam-se os braços e as pernas que são os instrumentos da ação material; nos trabalhos intelectuais estropia-se o cérebro que é o instrumento do pensamento. Mas se o instrumento se quebrou, o mesmo não acontece com o Espírito: ele continua intacto e quando se libertar da matéria não desfrutará menos da plenitude de suas faculdades. Foi no seu setor, como homem, um mártir do trabalho.

Todas as grandes preocupações intelectuais podem ocasionar a loucura: as Ciências, as Artes e a Religião fornecem os seus contingentes. A loucura tem por causa primária uma predisposição orgânica do cérebro, que o torna mais ou menos suscetível a determinadas impressões. Havendo essa predisposição à loucura, ela se manifestará com o caráter da preocupação principal do indivíduo, que se tornará uma idéia fixa. Essa idéia poderá ser a dos Espíritos, naquele que se ocupa do assunto, ou a de Deus, dos anjos, do diabo, da fortuna, do poder, de uma arte, de uma ciência, da materialidade ou de um sistema político ou social.

E provável que o louco religioso se apresente como louco espírita, se o Espiritismo foi a sua preocupação dominante, como o louco espírita se apresentaria de outra forma, segundo as circunstâncias. Digo, portanto, que o Espiritismo não tem nenhum privilégio neste assunto. E vou mais longe: digo que o Espiritismo bem compreendido é um preservativo da loucura. Entre as causas mais frequentes de superexcitação cerebral devemos contar as decepções, as desgraças, as afeições contrariadas, que são também as causas mais frequentes do suicídio.

Ora, o verdadeiro espírita olha as coisas deste mundo de um ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas, tão mesquinhas, em face do futuro que o aguarda; a vida é para ele tão curta, tão fugitiva, que as tribulações não lhe parecem mais do que incidentes desagradáveis de uma viagem. Aquilo que para qualquer outro produziria violenta emoção, pouco o afeta, pois sabe que as amarguras da vida são provas para o seu adiantamento, desde que as sofra sem murmurar, porque será recompensado de acordo com a coragem demonstrada ao suportá-las.

Suas convicções lhe dão uma resignação que o preserva do desespero e conseqüentemente de uma causa constante de loucura e suicídio. Além disso, conhece, pelo exemplo das comunicações dos Espíritos, a sorte daqueles que abreviam voluntariamente os seus dias, e esse quadro é suficiente para o fazer meditar. As­sim, o número dos que têm sido detidos à beira desse funesto despenhadeiro é considerável. Este é um dos resultados do Espiritismo. Que os incrédulos se riam quanto quiserem: eu lhes desejo as consolações que ele proporciona a todos os que se dão ao trabalho de lhe sondar as misteriosas profundidades.

Entre as causas da loucura devemos ainda incluir o pavor, sendo que o medo do Diabo já desequilibrou alguns cérebros. Sabe-se o número de vítimas que ele tem feito ao abalar imaginações fracas com essa ameaça, que cada vez se procura tornar mais terrível por meio de hediondos pormenores? O diabo, dizem, só assusta as crianças, é um meio de torná-las mais ajuizadas. Sim, como o bicho-papão e o lobisomem.

Mas quando elas deixam de temê-lo ficam piores do que antes. E para conseguir tão belo resultado não se levam em conta as epilepsias causadas pelo abalo de cérebros delicados. A religião seria bem fraca se, por não usar o medo, seu poder ficasse comprometido. Felizmente assim não acontece. Ela dispõe de outros meios para agir sobre as almas, e o Espiritismo lhe fornece os mais eficazes e mais sérios, desde que os saiba aproveitar. Mostra as coisas na sua realidade e com isso neutraliza os efeitos funestos de um temor exagerado.

11 - Saúde e espiritismo -A.M.E.Brasil - pág. 184

ALTERAÇÕES E DEFORMAÇÕES DO CORPO ESPIRITUAL
Ao lado de espíritos que já conquistaram belas vestes de apresentação, encontramos outros cujos psicossomas revestem-se de verdadeiras deformidades. No livro Libertação, André Luiz teve oportunidade de constatar, de forma inesperada, um caso com essas alterações. 

A senhora de um médico revelava extremo cuidado com a aparência externa, apresentando-se sempre muito bem penteada e maquiada, no entanto, o médico desencarnado teve oportunidade de vê-la como autêntica bruxa, igual à dos contos infantis, quando, pela ação do sono, o seu Perispírito desprendeu-se do corpo físico. As aparências enganam.

Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz utiliza a nomenclatura corrente no mundo espiritual para designar as diversas alterações do psicossoma, consequentes a patologias mentais diferentes. Adinamia seria a queda mental no remorso; Hiperdinamia a patologia consequente aos delírios da imaginação, provocando hipo ou hipertensão no movimento circulatório das forças que o mantêm. 

Utiliza também a denominação Miopraxia do Centro Genésico Atonizado para designar a patologia do organismo sutil no caso do aborto provocado, que seria a arritmia do chacra responsável pela organização das energias sexuais. 

Em Ação e Reação, nos trabalhos de socorro da Mansão Paz, estabelecimento situado nas regiões inferiores, mas que permanece sob a jurisdição da cidade Nosso Lar, foi recolhido um desencarnado, cujo rosto era disforme, todos os traços se confundiam, qual se fosse uma esfera estranha e, além disso, seus braços e pernas eram hipertrofiados, enormes. Depois de consultá-lo, o instrutor Druso afirmou que o desencarnado em questão encontrava-se sob terrível hipnose, tendo sido conduzido a essa posição por adversários temíveis, que, decerto para torturá-lo, fixaram-lhe a mente em alguma penosa recordação.

Era Antonio Olímpio, o fazendeiro que assassinara os dois irmãos e cujo crime passou despercebido da justiça humana. Sua história está também no estudo dafixação mental.Em Libertação, porém, os relatos reportam-se a zonas muitíssimo inferiores, as regiões infernais. Lá estão presentes a velhice, a moléstia, o desencanto, o aleijão, as deformidades de toda a sorte e os ovóides. O Perispírito de todos os habitantes dessas regiões é opaco, como o corpo físico, e pode sofrer ainda alterações mais profundas, deixando sua forma humana, para apresentar-se como a de um animal.

É o fenômeno conhecido, genericamente, como Zoantropia, mas que tem na Licantropia - transformação em lobo - o processo mais conhecido. Nas regiões inferiores, uma mulher é julgada por um tribunal constituído de entidades inteligentes e perversas. Diante dos juizes, confessou que matou quatro filhinhos, e contratou o assassinato do próprio marido, entregando-se depois às "bebidas de prazer", mas nunca pôde fugir da própria consciência.

Através de olhar temível, o juiz sentenciou-a, dizendo que ela não passava de uma loba. A mulher desencarnada passou a modificar-se, paulatinamente, diante da sentença repetida várias vezes, chegando ao resultado final da licantropia. Segundo explicações espirituais, ela não passaria por essa humilhação se não a merecesse. A renovação mental, porém, depende dela. Deus mantém a senda redentora sempre aberta a seus filhos.

Tornou-se clássica na literatura espiritualista o caso de Nabucodonosor, rei cruel e despótico, que viveu, sentindo-se como animal, durante sete anos. Diz a Bíblia (Dn 4.33) que "o seu corpo foi molhado de orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo como as penas da
águia e suas unhas como as das aves".

12 - Reflexões Doutrinárias - Antonio Fernandes Rodrigues - pág. 60

Licantropia
Os casos de Licantropia, embora sejam raros, são os mais difíceis de serem resolvidos; alguns levam centenas de anos, devido à intransigência dos vingadores, como também pode levar ao desenlace do encarnado, nos casos mais graves. Áulus esclarece que: "Não basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro." Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz.

No citado livro, consta a origem de uma fascinação que iniciara no século X, na velha Toscana. O obsessor era um legionário de Ugo, o Duque da Provença. Esse legionário foi induzido por uma mulher a se tornar um estrangulador, saqueando populações, matando, inclusive, os próprios pais, a pedido dessa terrível mulher que, depois, por não corresponder ao seu devotamento, resultou nessa corretiva obsessão. Para punir o mau, existe o mau! Cumpre lembrar que, além de ser obsediada pelo ex-legionário, era envolvida também por outras vítimas.

Quando influenciada pelo obsessor, é derrubada e coleia pelo solo, como se fora um irracional, quase uivando à maneira de uma loba ferida. Diante dessa situação lamentável, a solução foi preparar o obsessor para reencarnar como filho da obsediada. Bendita maternidade!...

É evidente que, somente no corpo perispiritual é que a forma se modifica numa loba, como consta do livro "Libertação", de André Luiz. "Entortou-se-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para a frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o rosto". É natural que no corpo físico também transpareça o que lhe vai no Espírito.

No livro "Diálogos com as Sombras", de Hermínio C. de Miranda, págs. 115/116, o obsediado foi transformado num fauno, por implacável hipnose. Não falava. Esse Espírito havia centenas de anos estava preso num tenebroso antro, em situações subumanas, com outros de iguais condições, pois havia sido um homem poderoso no século XV, na Alemanha, praticando muitas injustiças.

Quem muito prejudica, causando gravíssimos males a uma coletividade, seja como mau administrador de um país, ou sendo injusto em decisões judiciais e semelhantes, é natural que seja envolvido por terríveis legiões de injustiçados, espoliados e vítimas das fraudes da administração de uma nação.

No mundo espiritual, existem legiões de espíritos vingadores, que dão apoio aos que desejam vingar-se. Para isso firmam contratos, acordos, pactos e arranjos de toda sorte... São ajudados, mas terão que ajudar outras vítimas por sua vez, embora saibamos que nada acontece por acaso. O obsediado de hoje foi o malfeitor de ontem. Enquanto não houver o perdão incondicional, a vingança recíproca não terminará. Para termos paz, somente o arrependimento e o esquecimento sinceros poderão libertar as pessoas do constante atritar.

Quem se vinga está atraindo idêntico sofrimento; é como uma bola que bate na parede e retorna ao arremessador. Quem perdoa recebe proteção, quem se vinga não terá sossego, pois o inimigo poderá atacar a qualquer momento. Qual é a melhor escolha? A resposta é óbvia?

LICANTROPIA: do grego Lykanthropia (lykos, lobo; anthropus, homem) Zoantropia - Zoologia: estudo dos animais. Lobisomem - superstição que se encontra em todas as literaturas.


Nenhum comentário: