quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Evangelho No Lar: Grandeza da renúncia



Grandeza da renúncia

Alberto Dürer, o excelente pintor alemão, antes de notabilizar-se,
necessitando estudar, combinou com um jovem amigo, igualmente artista,
sobre a necessidade de procurarem um núcleo de maior cultura.
Mudariam de cidade para que ambos pudessem aprimorar seu estilo.
Porque não dispusessem de um mecenas, ou seja, um financiador ou
padrinho que os ajudasse, estabeleceram um plano: um trabalharia como
lavador de pratos, enquanto o outro iria estudar pintura.
Assim, com a venda dos primeiros quadros, o que trabalhava passaria
também a estudar.
Chegando ao local pretendido, Alberto afirmou: Eu me dedicarei ao
trabalho de lavar pratos.Contudo, o companheiro respondeu: Não. Eu sou
mais velho e já tenho emprego no restaurante.
Dessa forma, graças à disposição do amigo, Dürer começou a estudar e a pintar.
Depois de um tempo, Alberto reunira uma soma que permitiria que o
companheiro estudasse. Ele deixou o trabalho no restaurante e se
dirigiu à escola.
Percebeu, porém, que a atividade rude lhe destruíra a sensibilidade
táctil, desequilibrara o ritmo motor. Deu-se conta de que nunca
atingiria a genialidade, ainda mais, descobrindo a qualidade superior
de Dürer.
Dotado de sentimentos nobres, renunciou à carreira e retornou ao
trabalho de lavador de pratos.
Numa noite em que Dürer voltou ao estúdio, ao abrir silenciosamente a
porta, estacou na sombra, vendo pela claraboia do teto o reflexo do
luar que adentrava pelo cômodo.
A luz alumiava duas mãos postas em atitude de prece.
Era o amigo, ajoelhado, que rogava bênçãos para o companheiro triunfar
na pintura.
O artista, comovido ante a cena, imortalizou-a numa pequena tela, que
passou à posteridade como Estudo para as mãos de um Apóstolo, para o
altar de Heller, hoje na galeria Albertina, em Viena.
* * *
Será que somos capazes de viver tal grau de renúncia?
Em dias em que a competição nos desespera e afoga, exigindo que
sejamos sempre melhores do que os outros, senão não somos ninguém -
será que já descobrimos o caminho seguro da renúncia?
A renúncia é a emoção dos Espíritos superiores transformada em bênçãos
pelo caminho dos homens.
Quem renuncia estabelece, para o próximo, a diretriz do futuro em clima de paz.
A renúncia é melhor para quem a oferta.
Poder ceder, quando é fácil disputar; reconhecer o valor de outrem,
quando se lhe está ao lado, ensejando-lhe oportunidade de crescimento;
ajudar sem competir, são expressões elevadas da renúncia que dá à vida
um sentido de significativa grandeza.
Felizes aqueles que hoje cedem para amanhã receber; os que agora doam
para mais tarde enriquecer-se; os que compreendem que a verdadeira
felicidade consiste em ajudar e passar, sem impor nem tomar.
Quem renuncia, enfloresce a alma de paz, granjeando a gratidão da vida
pelo que recebe.
Redação do Momento Espírita com base no cap.
8, do livro Receitas de paz, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 11.9.2012.

   
   
         
     
           
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