sexta-feira, 13 de março de 2009

FORUM DE DEBATE: ESPIRITISMO / JOSÉ MEDRADO

Espiritismo à deriva
(Coluna Religião - Jornal A Tarde)
Ainda que pesem as teorias polyanas, dos colecionadores metafóricos depretensos argumentos sem qualquer base real, dizendo emcontrário, oque vemos, no entanto, é um movimento espírita totalmentedesarticulado, perdido em seu caminho, sem qualquer ação decoordenação ou direcionamento sistematizado.
A Federação Espírita do Estado da Bahia, há muito sabido,virou um grande, fisicamente falando, centro espírita vazio, excludente dosquepensam de forma contrária. Burocrática na realização,cumprimento deagenda, de um desgarrado evento aqui e outro ali, sem compromissocoma força do conjunto, mas preocupada com a "grandeza" pessoaldos seuscoligados. Não existe um compromisso com a maioria atuante, mas,sim,com uma ação improdutiva, nascida da arrogância, inveja,ciúme,vaidade de alguns que por lá andam.
Qualquer opinião em contrário dos seus "arrazoados" cheios deblá,blá,blá é tida como de quem fala mal, ou está sobprocessoobsessivo, mas vejamos: os Centros espíritas se tornaram ilhasisoladas, onde seus eventos não são, de um modo geral,prestigiadospor outras casas. Não há um estímulo direcionado aos Centros,se aspessoas os buscarem em oportunidades de eventos, festividades.Pareceque há um clima de concorrência entre os maiores, jamaisconfessado,mas presente. Onde estão as grandes festas de fraternidades deaniversários de Centros, como as que ocorriam na década deoitenta eprincípio da de noventa? Onde estão as grandes juventudes domesmoperíodo? Onde estão os jovens, que não vemos nos Centros?Onde aspeças de teatro, o memorável show de música mediúnicaorganizado porLucia Loureiro? Acabou-se tudo.Onde o reconhecimento dos que fizeram este movimento, ashomenagenscomo estímulos aos mais jovens? Companheiros tombam naslápides daingratidão de todos, sem ter um pouco sequer de reconhecimentopeloque fizeram e foram. Nesta fila se encontram Josué Arapiraca,Sr.Juventino, Élzio Ferreira, Bernardo - ainda que tivéssemos asnossasdiferenças - mas foi inegável a sua ação de líder. Os queaí estãotambém cairão no esquecimento, inclusive eu, mas e a nossadoutrina?Será porque não temos mais que combater o elemento externo daintolerância religiosa, temos que nos combater? Será que sóvivíamoscomo protagonistas de nossa religião quando estávamos noperíodo daditadura militar e não sabemos viver no regime democrático dasdiversidades?De quando em vez, sou procurado por algum ex e atuais"federativos"para a fundação de um movimento nos moldes das USEs de SãoPaulo, mashonestamente não penso ser o caso, inclusive por não achar quetodosos equívocos estão sob o manto omisso e/ou arrogante da FEEB,não!
Há também as nossas responsabilidades individuais.Muitos companheiros espíritas estão displicentes no tratodos quevisitam as suas casas, a convite para palestras ou tais.Não sepercebe mais aquela acolhida educada, de recepção,acompanhamento,pois, afinal de contas, são pessoas que vêm à nossaInstituição,fazendo um favor. Estamos nos contaminando com as indiferençassociais, trazendo-as para os nossos Centros, que deveriam serdeirradiação de solidariedade e acolhimento.Voltarei a este assunto.
Espiritismo à deriva II
(Coluna Religião)
Honestamente, não dimensionei com precisão o alcance do meu último artigo com esse título. Hoje, está em diversos sites e blogs e cominúmeros comentários, certamente porque o objetivo é ser transparente,não deixando que o corporativismo nocivo, que vemos porto dos oslados, traga a miopia da análise, que dá brilho àsfalácias, aspseudo-avaliaçõ es de Polyana. E, como prometido naquela oportunidade,volto ao assunto.É interessante como o ser humano tem uma inclinação ímpar a nãoenfrentamento de suas crenças, parece que é tocado por umaespécie dealarme, que irrompe em grande estardalhaço dasarrumador de seus conteúdos psicológicos, quando é chamado a vislumbrar a vidacomo elaé. Falo de alguns companheiros espíritas que, fugindo dapropostaracional da nossa fé, se encobrem de dissimulações,desculpas evelados ataques aos que tiveram seus pontos de vista questionadosoumesmo colocados em xeque. Buscam, só rindo, na velha mania deevocar avaidade que subiu para cabeça, das investidas espirituais parajustificarem o óbvio, o sensato ou mesmo uma salutar discussão filosófica das idéias, seus escudos defensores.Atacam verdades, na tentativa de manter suas mentiras,fantasias,ilusões ou conteúdos equivocados. Não se dão conta de que omedo deserem confrontados faz valer os princípios maquiavélicos.Claro que temos, sim, que discutir posicionamentos até tomadosporAllan Kardec; se assim não fosse, significaria que todos queachamestar tudo pronto, arrumado, acabado concordariam com a Teoria do Belo, por exemplo, in Obras Póstumas, 1ª Parte, FEB, domestrecodificador, ao afirmar: "O negro pode ser belo para o negro,como um gato para os gatos; mas não o é no sentido absoluto, porque osseustraços grosseiros, os lábios grossos, acusam materialidade dosseusinstintos..." . Ou, então, vamos fingir que isto não foi escrito? É espírita ser honesto. Levantar pontos para reflexão não significa renegar o conjunto de seus princípios, ou desconsiderar um edifício de bendições. Não. Significa seguir Kardec, inclusive quandosugere em A Gênese, p. 40: "Espiritismo não coloca, pois, como princípioabsoluto,senão o que está demonstrado como evidência, ou que ressaltalogicamente da observação".E as evidências de que o nosso movimento se acha à derivaestão aí.Abril haverá eleições para a Federação Espírita do Estado daBahia; hámovimento para a participação das Casas? Há pedido desugestão? Semevocar Madame Beatriz ou buscar Mãe Dinah, já sei o queserá.Temos que acabar com esta história de que, se não existeconcordância,é vírus que deve ser combatido.É verdade, sou ET, e vivo em ninho, Espiritismo, onde só háaves deplumagem branca reluzente de muita luz, humildade e paz, e eu sigocoma minha de vaidade sem precedentes. Pobre de mim, estou fadado ao Umbral com os meus companheiros obsessores. Nada mais conta, jáestásentenciado: estou perdido.
Ah! Graças a Deus não existe autoridade de quilate algum para me excomungar.
Ufa! Que alívio!
COMENTÁRIOS NO YAHOO GRUPOS(NA SEQUÊNCIA):
"Pessoal,

Ja que estamos de compostura espirita,Medrado na sua autenticidade e eloquencia, aproveito para abordarmos outra questao sempre debatida cheia de dedos nos meios espíritas no que tange a nossa interrelaçao com a questao do elogio. É bom ser elogiado, ter o ego massageado como dizem porque é motivador,aumenta a autp-estima,cabendo cada um saber se proteger de vaidade e orgulho exagerados.É normal ter um pouquinho só e faz bem sim,é normal ter um pouco de medo sim que nos protege na vida. O que nao gosto é daquela hipocrisia de voce receber um elogio e outro ja dizer "olha,cuidado com a vaidade, para nao subir a cabeça os elogios".É a velha questão da falsa modéstia que nós mesmos reprimimos e nao deixamos o amigos respirar com aquela motivaçao para continuar aprendendo e crescendo. Que nao tenhamos a vergonha de dizer fiz ou faço um trabalho bom sim, meu desenvolvimento escrito ou falado foi bom,graças a Deus porque se tivermos de dizer como foi que nos saimos e dissermos foi bom,outro vai responder "voce nao é nada modesto,se acha ne?".Li um texto de Alamar sobre isso e gostei. Somos castrados a nos elogiar em nome de uma falsa falta de humildade e falsa modéstia. Reconhecer o bom trabalho feito nada tem a ver com isso. Porque estou falando tudo isso? Porque quando eu ou outro colega recebemos elogios somos obrigados pela consciencia castrada a dizer "que nada,foi nada demais nao..." e no fundo estamos felizes da vida e temos que extravasar sim e botar esta energia para fora,de maneira responsavel,vigilante,sem exageros e que ninguem diga "metido hein".
"CONCORDO plenamente contigo!! Parece que elogiar um companheiro, que fez um bom trabalho, é crime. Acredito que o elogio sincero faz bem para ambos e é um estímulo muito importante para qualquer trabalhador.

Sou do tipo que elogia e critica quando há motivo. Não me preocupo com os melindres também.

Outra questão é se achar algo menor, pequeno, como diz muito no movimento "um insignificante grão de areia". Acho isso uma babaquice (perdoe-me pela expressão). Percebo-me como Filho de Deus, com a finalidade de evoluir em todos os níveis, principalmente o espiritual.

A humildade sincera e verdadeira passa longe desses comportamentos equívocados."

Abraço e parabens a todos do Grupo pelas exposiçoes escritas e faladas seja aqui e nos Centros!!"
"Coloquei o primeiro artigo de Medrado lá no Plantão da Paz para conhecimento e análise dos voluntários. Não tinha conhecimento do segundo.

Gostei de ambos.

Percebo José Medrado, como um líder do nosso movimento. Há quem goste dele e quem não o suporte, mas não podemos deixar de reconhecer em si uma liderança. Não podemos deixar de aplaudir o trabalho social que desenvolve na Cidade da Luz. Fiquei triste quando a FEEB não o convidou para o Congresso Espírita no ano passado, por não concordar com suas opiniões.

A opinião externada por Medrado, nos citados artigos, refletem uma realidade em nosso movimento, a qual merece atenção e consideração de todos os espíritas comprometidos com a Doutrina dos Espíritos.

Achei excelente a querela criada por Medrado em relação ao "casamento espírita", que não deixa de ser uma doutrinária festiva em homenagem aos noivos. Alguns, acham uma verdadeira loucura, contra senso etc. Ninguém é obrigado casar-se dentro do Centro Espírita, mas por que não dá essa possibilidade? Casa-se quem quer. Há alguns anos, participava de uma Instituição Espírita, quase centenária, onde um casal de amigos oficializou sua união numa Doutrinária, onde houve Bolo dos Noivos etc. Ao final, todos os cumprimentaram. O que há de mais nisso? Por que não oficializar dentro da Casa Espírita a união com minha companheira? Ao lado dos meus amigos e familiares? Ao lado da minha família espiritual? Dentro de um ambiente familiar para mim e onde adoro estar?

Bem, mas, o assunto aqui não é esse e não pretendo discutí-lo, pois a análise não é tão simplista.
Finalizando, admiro José Medrado pela sua coragem, seus pelos questionamentos, pela sua autenticidade, pela pessoa humana que é. ADORO pessoas que nos fazem pensar e refletir, que nos fazem questionar sobre o que está sacramentado como o "ideal", o "correto".
É assim que evolui a humanidade!" "

Um comentário:

Anônimo disse...

Li o artigo.Tenho um colega vicentino que falara que os vicentinos precisam de jovens vicentinos para continuar com suas importantes atividades em BH-MG.Jesus Cristo é perfeito,sua doutrina,o cristianismo,é perfeito;mas o ser humano como cristão não o é,na grande maioria.O problema é de muitos lugares,cabendo nós fazermos todo o bem que pudermos,á qualquer instante,em qualquer lugar.Enquanto não aparece,nós sejamos as respostas que queiramos que surjam.Ajudemos,se queremos ajudar,ajudemos,e façamos nossa parte,os que pedem o socorro nos agradecerão.Caridade sempre.Façamos o que os outros não fizeram ainda,façamos nossa parte,que o cristo fará o resto pelo mundo.