Quão bom seria se todos os pais e profissionais de saúde, pretensos e atuais, conhecêssemos verdades espirituais! Quantas dores seriam poupadas, quanto sofrimento minimizado! O quanto seriam facilitadas e melhoradas as condições e concepção, gestação e partos vindouros! Como o aborto seria evitado, as uniões sexuais sadias e baseadas no amor e respeito mútuo, as gestações mais tranqüilas, os partos mais humanos e os primeiros cuidados com o bebê mais sadios...
Apesar de tratar-se de um tema amplo e complexo, visamos, com esse texto, levar ao despertar ou a uma possível reflexão que revelem a sua extrema importância para o pleno desenvolvimento espiritual, físico e psicológico da nova vida que reinicia mais uma existência no plano terrestre. Vale ressaltar que as ciências médicas e psicológicas paralelamente sempre ditaram as mesmas verdades, só que sob um ponto de vista que lhes são próprios, esquecendo a tão fundamental visão espiritual. Nada, portanto, será acrescido, somente reforçado e ampliado.
Diversas obras da literatura espírita procuram esclarecer sobre a forte ligação entre pais e filhos antes destes reencarnarem, devido às leis do carma ou da afinidade espiritual. Como também, nos tem revelado a importância das ligações afetivas e morais existentes entre os futuros pais além do desejo e da aceitação do novo filho, por parte de ambos, como determinantes na construção da futura personalidade e na teia de relações que aí serão geradas.
Manuel P. de Miranda, pela mediunidade de Divaldo Franco, no livro "Temas da Vida e da Morte", esclarece: "O processo da reencarnação, iniciando-se no momento da fecundação, alonga-se até a adolescência do ser, quando, pouco a pouco, atinge a plenitude. Mesmo terminando aos 7 anos, o processo reencarnatório vai se fixando, lentamente, até o momento da transformação da glândula pineal, na sua condição de zeladora do sexo.
Estabelecidos os programas cármicos referentes às necessidades de cada criatura, outros fatores contribuem, durante a gestação e o parto, para ulteriores fenômenos psicológicos do reencarnante.
Graças à simpatia ou animosidade que vinculam o reencarnante aos futuros genitores, estes reagem de forma positiva ou não, envolvendo o filho em ondas de ternura ou revolta que o mesmo assimila, transformado-se essas impressões em fobias ou desejos que exteriorizará na infância e poderá fixar, indelevelmente, na idade adulta.
Acompanhando o mergulho na organização física lucidamente, percebe-se desejado ou rejeitado, registrando os estados familiares, bem como os conflitos domésticos do meio onde irá viver.
Vezes ocorre em que o pavor se torna tão grande que o Espírito desiste da reencarnação ou, em desespero, interrompe inconscientemente o programa traçado, resultando em aborto espontâneo a gestação em andamento.
Os meses de ligação física com a mãe são, também, de vinculação psíquica, em que o recomeçante em sofrimento pede apoio e amparo ou se ditoso roga ternura para o fiel cumprimento do plano feliz que se encontra em execução".
Essas mesmas condições se estendem por toda a gestação, onde a ligação entre mãe e feto, favorecem ou não oportunidades de chances positivas para o crescimento espiritual de ambos. Durante o parto, o ambiente , os profissionais que o assistem, bem como o estado psicológico e emocional da mãe são, também, fundamentalmente determinantes. Torná-los, a gestação e o parto, mais merecedores de respeito e cuidados nunca será demais quando se trata de possibilitar aos seres envolvidos na nova jornada, maiores condições de acerto e êxito.
Os primeiros dias que se seguem ao nascimento exigem atenções não somente físicas, como uma adequada alimentação, repouso e higiene para com a mãe e o filho, mas cuidados emocionais e espirituais, dado o delicado, apesar de assistido pelo plano espiritual, estágio em que se encontram. Trata-se de um momento de encontro (ou reencontro) e adaptação, onde o sutil perispírito, ainda não adaptado por completo às condições materiais, é sensível às manifestações e expressões externas.
Esses cuidados devem ser extensivos principalmente até o final da primeira infância, período determinante para a formação, transformação ou correção de tendência que o novo ser passa a adquirir, traz de outras existências ou as possui por imposições genéticas. É, portanto, a ocasião para semear.
Quanto a importância dessa fase as teorias psicanalíticas e espirituais também convergem, o que não significa que a boa vontade de pais responsáveis e amorosos não surta efeitos ao longo do crescimento de seus filhos. Sempre há tempo de ajudar e instruir o espírito que a vida resolveu nos presentear, desde que esses cuidados não se estendam em demasia, por roubar-lhe o próprio sentido da vida.
Atendendo, porém a objetivos didáticos, enumeraremos a seguir, algumas sugestões de conduta a serem refletidas por todas as pessoas envolvidas na geração, recepção e cuidados para com o novo ser.
- Busque, na medida do possível, gerar filhos com plena consciência e aceitação, sob condições materiais e psicológicas favoráveis, onde o amor deve ser o impulso essencial e a confiança na vida e em Deus seu princípio básico- Nunca, sob quaisquer condições ou hipóteses, opte pelo aborto ou o induza a alguém. As conseqüências desse ato são espiritual, física e psicologicamente inimagináveis para todos os envolvidos.
- A maternidade é uma dádiva divina e como tal deve ser tratada. Se bem conduzida, trará enormes benefícios para todos.
Esse tópico direciona-se para as futuras mães: ao descobrir a nova gravidez, procure, desde já, criar um clima de alegria e aceitação para com a nova condição. Direcione toda a sua boa vontade e capacidade de amar ao novo ser, criando um vínculo, semelhante à cumplicidade que favoreça e conspire em favor de sua felicidade. Busque um maior contato psicológico, espiritual e afetivo com seu filho, conversando com ele, orando em seu favor, realizando ações e permitindo-se a situações, pensamentos e sentimentos positivos e sadios. Faça mentalizaçoes e visualizações que permitam imaginá-lo com saúde, mesmo que os desígnios cármicos caminhem em sentido contrário. Sinta-o forte e bom. Não interfira quanto à escolha do sexo ou condições físicas. Aceite-o como é e aceite-o desde já. Procure perceber ou manipular os estímulos externos de forma a garantir o seu conforto, saúde e tranqüilidade. Cuide da saúde do seu corpo e prepare-se para um parto tranqüilo e confortável. Sinta-se plena em sua feminilidade e espiritualidade, pois esse momento é único. Não esqueça de que da sua paz, equilíbrio e boa vontade, dependerão as de seu filho, enquanto ele depender de você, até que consiga caminhar por si mesmo.
- Agora é a vez dos pais: acolha e alegre-se com a chegada do novo filho, não importa sob quais condições isso aconteça. Lembre-se que ele é seu filho e que não é à toa que está vindo sob o seu intermédio. Com certeza, a sua aceitação, amor e dedicação serão motivo de muito crescimento e alegria para ambos. Utilize-se de toda paciência, carinho e atenção para com a mãe de seu filho, nessa época ela torna-se mais sensível e vulnerável. Fique "grávido" também, participando, estimulando, zelando e apoiando no que for possível.
- Desde cedo os pais devem se preparar quanto aos profissionais, ambiente e método sob cujos cuidados estarão a mãe e o bebê. A relação entre o profissional que assistirá o parto e os pais deverá ser a mais segura e humana possível, onde a confiança, a afetividade e o equilíbrio deverão estar presentes. Os mesmos cuidados são extensivos ao ambiente e método do parto. A assistência espiritual será maior quanto melhor a atenção para com essas variáveis;
- Os primeiros dias de vida do bebê requerem, como a gravidez, cuidados especiais, por se tratar de um período de adaptação física e espiritual de grande sensibilidade. A amamentação deve ser incentivada e a paz estimulada. A prece, a vigília amorosa tornam-se instrumentos necessários a um reencarnante tranqüilo.
A primeira infância oferece excelentes oportunidades de aprendizagem para pais e filhos. É hora de semear. Alguns cuidados devem ser intensamente lembrados, tais como o respeito ao espírito como individualidade, o atendimento de suas necessidades materiais de saúde, educação, lazer e segurança; a precoce educação espiritual, ética e moral; a administração de limites, o cultivo da disciplina e desejo de se autodesenvolver em benefício de todos. O diálogo deverá ser o instrumento, o guia será a razão e o amor o motivo maior.
(Do Livro "Guia útil Para os Pais - Uma Abordagem Educacional Espírita" - Texto escrito pela Psicóloga Eryka Florenice Pinheiro Barreto).
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