 
  O Perispírito
José Monteiro Lima
"Há corpo animal e há corpo espiritual" diz São Paulo (1 Cor. 15:44). Com efeito, esse corpo espiritual de São Paulo é o perispírito dos espíritas de hoje. O perispírito, aliás, não é coisa nova.
No Antigo Egito os sacerdotes ensinavam que além do ka", o Espírito, emanação divina, havia uma forma imaterial "sahu", o fantasma propriamente, que reproduzia exatamente os traços do corpo físico e que se manifestava aos encarnados.
Na Grécia antiga, a doutrina inspirada pelos hinos órficos ensinava: "Amai a luz, e não as trevas. Lembrai-vos da finalidade da vossa viagem. Quando as almas voltam ao mundo espiritual trazem marcadas sobre os seus corpos etéreos, em manchas horrendas, todas as faltas da sua vida e, para as apagar, é necessário voltar à Terra. Mas os puros e os fortes se vão para o sol de Dionísio".
Na Índia se fala também desse corpo espiritual, porque ele próprio se impõe como uma realidade incontestável.
Mas não desejamos deter-nos em detalhes nem em considerações dos antigos filósofos. Preferimos abordar rapidamente as importantes funções do perispírito no plano material, assim como as suas conseqüências no plano espiritual.
O corpo espiritual, isto é, o perispírito está em cada. um de nós intimamente ligado ao corpo físico e é tanto mais sutil quanto mais elevado se acha o ser na escala da perfectibilidade. Vaporoso para nós encarnados é, no entanto, bem grosseiro ainda para os desencarnados; contudo, os Espíritos purificados podem elevar-se com ele na atmosfera e transportar-se aonde queiram.
As suas funções no corpo físico são múltiplas e preside a todos os fenômenos fisiológicos da respiração, da alimentação e assimilação dos alimentos, extraindo toda a matéria aproveitável, afeiçoando-a a cada órgão e eliminando do corpo todos os elementos que lhe sejam inúteis ou nocivos. Com efeito, o nosso organismo é uma complicada máquina que funciona à nossa revelia, sem que, nem de leve, suspeitemos da sua complexidade.
Um elevado Espírito, respondendo numa sessão a um jornalista inglês que lhe perguntara sobre o perispírito, disse: "Tenho um corpo que é uma reprodução do que tive na Terra: as mesmas mãos, pernas e pés, que se movem como o fazem os vossos. Na Terra eu tinha o corpo físico interpenetrado do corpo etéreo que ora tenho. O etéreo é o corpo real e é cópia perfeita do corpo terreno. Por ocasião da morte, emergimos de nossa cobertura de carne e continuamos a nossa vida no mundo etéreo, funcionando aqui por meio do corpo etéreo, exatamente como funcionávamos na Terra, metidos no corpo físico. O corpo etéreo é aqui tão substancial para nós como o era o corpo físico quando vivíamos na Terra. Temos as mesmas sensações. Sentimos e vemos como na Terra. Embora não sejam materiais, conforme entendeis esta palavra, os nossos corpos têm forma, aspecto e expressão".
É ainda no perispírito que ficam registradas as nossas ações e os nossos atos, bons ou maus. De fato, todos os acontecimentos da nossa vida são maravilhosamente registrados em nosso perispírito, nos seus mínimos detalhes; nada se perde.
Segundo recente declaração do Dr. Wilder Penfield, diretor do Instituto de Neurologia de1 Montreal, Canadá, o nosso perispírito grava, como num filme, todos os acontecimentos da nossa vida. A recordação é de tal modo viva que é como se o indivíduo voltasse a reviver as mesmas cenas, os mesmos fatos.
Pelos fatos registrados nas obras espíritas já sabíamos que em momentos críticos, como nos acidentes graves, nas quedas perigosas, na asfixia por afogamento, etc., o indivíduo pode rever, com incrível nitidez, a sua vida até aquele momento, como se assistisse a um filme no qual ele próprio tomasse parte.
Naturalmente os seus atos bons são motivos de satisfação para o seu Espírito, enquanto os atos maus são motivo de tristeza e arrependimento. Por aí se pode avaliar a situação dolorosa de certos Espíritos libertos da carne, tendo diante de si, permanentemente, os acontecimentos deploráveis que desejariam esquecer.
Eis um fato significativo que comprova as afirmações do Dr. Penfield. O almirante Beaufort, quando ainda jovem, caiu de um navio à água do porto de Portsmouth. Antes que fosse possível ir em seu socorro, desapareceu; ia morrer afogado.
Depois de algumas considerações sobre a angústia do primeiro momento, diz ele:
"Com o enfraquecimento dos sentidos coincidiu uma superexcitação extraordinária da atividade intelectual; as idéias sucediam-se com rapidez prodigiosa. O acidente que acabara de dar-se, o descuido que o motivara, o tumulto que se lhe deveria ter seguido, a dor que iria alcançar meu pai e outras circunstâncias intimamente ligadas ao lar doméstico, foram o objeto das minhas primeiras reflexões. Depois, veio-me à memória o último cruzeiro, viagem acidentada por um naufrágio; a seguir, a escola, os progressos que nela fizera e também o tempo perdido, finalmente, as minhas ocupações e aventuras de criança. Em suma, a subida de todo o rio da vida, e quão pormenorizada e precisa"! E acrescenta: "Cada incidente da minha vida atravessava-me sucessivamente a memória, não como simples esboço, mas com as particularidades e acessórios de um quadro completo! Por outras palavras, toda a minha existência desfilava diante de mim numa espécie de vista panorâmica, cada fato com a sua apreciação moral ou reflexões sobre suas causas e efeitos. Pequenos acontecimentos sem conseqüências, há muito tempo esquecidos, se acumulavam em minha imaginação como se tivessem passado na véspera. E tudo isso sucedeu em dois minutos"
(Léon Denis, "O Problema do Ser", pág. 173)
Com efeito, todos os atos da nossa vida e são maravilhosamente registrados em nosso perispírito. Os menores detalhes são cuidadosamente guardados para, no momento preciso, na aflorarem nítidos, inconfundíveis - Eis porque Jesus, estabelecendo a nossa responsabilidade diante da vida, diz: "Até os cabelos da vossa da cabeça estão contados."
A memória do Espírito fica no perispírito?
José Henrique Baldin
Alguns livros espíritas sejam eles de autores encarnados ou de autores desencarnados cometem erros doutrinários, por isso nós espíritas devemos saber discernir os bons livros dos maus livros, independente de qual seja o autor, o espírito, o médium, etc.
Para que nós não assimilemos conceitos equivocados como corretos é imprescindível o estudo regular das obras básicas do Espiritismo, que são: Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e o Inferno, Livro dos Médiuns, A Gênese. Ainda possuímos da Revista Espírita que Allan Kardec escreveu de 1858 a 1869, Obras Póstumas e a Bíblia. Se algum conceito estiver em contradição com as Obras básicas devemos deixar de lado este conceito e ficar com o conceito das Obras Básicas, temos que analisar os outros livros espíritas com a razão e não com o coração. As vezes aceitamos todos os conceitos que vem através destas obras, só porque veio de tal espírito(que julgamos superior) ou de um médium(que julgamos infalível). Conforme Kardec nos orientou não existe na face na Terra nenhum médium perfeito e nos alertou para o cuidado na analise do que é transmitido por um espírito.
Um dos conceitos equivocados de alguns livros espíritas é que a memória do Espírito fica no perispírito. O perispírito é apenas o veiculo de manifestação do espírito, ou seja o corpo espiritual. Assim como o corpo humano que não pensa, não raciocina, e que as memórias e o patrimônio intelectual adquirido nas várias existências corpóreas do espírito não estão no corpo físico, da mesma maneira ocorre com o perispírito que é apenas um corpo de manifestação do espírito no mundo espiritual, mais etéreo do que o corpo físico, mais ainda um corpo revestido de matéria.
Quando o espírito sai deste mundo para ir a outro mundo ele precisa destruir o corpo perispiritual deste mundo e constituir um novo perispírito no mundo em que irá habitar. Isso porque o espírito constrói o perispírito de acordo com os fluídos existentes de cada planeta. E cada planeta não é exatamente igual fluidicamente a outro, porque cada mundo está numa faixa de evolução diferente por causa dos seus habitantes que também estão em diferentes graus de evolução espiritual. Se a memória ficasse no perispírito, quando o espírito destruiria o perispírito para reconstruir um outro no novo planeta, a memória se perderia.
O que a Doutrina Espírita nos diz é que: o pensamento, a vontade, as memórias(lembranças), os conhecimentos adquiridos, a moral estão no próprio espírito, e o perispírito apenas reflete o pensamento do espírito. Todos os espíritos possuirão eternamente um perispírito, mesmo os espíritos puros, pois como foi dito o perispírito é a forma de manifestação do espírito no mundo dos espíritos. Mesmo que um espírito seja perfeito, ou seja, puro, ele possuirá um perispírito que será muito mais etéreo do que de um espírito que ainda não chegou perfeição.
Pensamento e Perispírito
Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras.
Corpo intermediário entre o ser pensante, eterno, e os equipamentos físicos, transitórios, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os efeitos dela em retomo à causa geratriz.
Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados.
Constituído por campos de forças mui especiais, ele irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo amas de afinidade e repulsão de acordo com as ondas emitidas.
Assim, quando por ocasião da reencarnação o Espírito é encaminhado por necessidade evolutiva aos futuros genitores, no momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante, que naquele espermatozóide encontrou os fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve submeter.
A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros perispirituais, vão organizando o corpo que o Espírito habitará.
Como é certo que, em casos especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso.
Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição.
Espermatozóides e óvulos, em conseqüência, possuem campo de força especifico, que propele os primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento da célula ovo.
Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portador.
Desse modo, o perispírito do reencarnante sincroniza com a vibração do espermatozóide que possui a mesma carga vibratória, sobre ele incidindo e passando a plasmar no óvulo fecundado o como compatível com as necessidades evolutivas, como decorrência das catalogadas ações pretéritos. Equilíbrio da forma ou anomalia, habilidades e destreza, ou incapacidade, inteligência, memória e lucidez, ou imbecilidade, atraso mental, oligofrenia serão estabelecidos desde já pela incidência das conquistas espirituais sobre o embrião em desenvolvimento.
Sem descartarmos a hereditariedade nos processos da reencarnação, o seu totalitarismo, conforme pretendem diversos estudiosos da Embriogenia e outras áreas da ciência, não tem razão de ser.
Cada Espírito é legatário de ú mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.
Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.
Saúde e enfermidade, beleza e feiúra, altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas.
Além desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.
As alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas, são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconseqüência.
A aparente hereditariedade compulsória, assim como a injunção moral atuante em determinado indivíduo, fazendo recordar algum ancestral, explica-se em razão de ser aquele mesmo Espírito, ora renascido no clã, para dar prosseguimento a realizações que ficaram incompletas ou refazer as que foram perniciosas. Motivo este que libera "o filho de pagar pelos pais" ou avós, o que constituiria se verdadeiro, uma terrível e arbitrária imposição da Justiça que, mesmo na Terra, tem código penalógico mais equilibrado. Os pensamentos largamente cultivados levam o indivíduo a ações inesperadas, como decorrência da adaptação mental que se permitiu. Desencadeada a ação, os efeitos serão incorporados ao modus vivendi posterior da criatura.
E mesmo quando não se convertem em atitudes e realizações por falta de oportunidade, aquelas aspirações mentais, vividas em clima interior, apresentam-se como formas e fantasmas que terão de ser diluídos por meio de reagentes de diferente ordem, para que se restabeleça o equilíbrio do conjunto espiritual.
Conforme a constância mental da idéia aparece uma correspondente necessidade da emoção.
Todos esses condicionamentos estabelecem o organograma físico, mental e moral da futura empresa reencarnacionista a que o Espírito se deve submeter, ante o fatalismo da evolução.
O conjunto - Espírito ou mente, perispírito ou psicossoma e corpo ou soma - é tão entranhadamente conjugado no processo da reencarnação que, em qualquer período da existência, são articulados ou desfeitos sucessivos equipamentos que procedem da ação de um sobre o outro. O Espírito aspira e o perispírito age sobre os implementos materiais, dando surgimento a respostas orgânicas ou a fatos que retomam à fonte original, como efeito da ação física que o mesmo corpo transfere para o ser eterno, concedendo-lhe crédito ou débito que se incorpora à economia da vida planetária.
O mundo mental, das aspirações e ideais, é o grande agente modelador do mundo físico, orgânico. Conforme as propostas daquele, têm lugar as manifestações neste.
Assim se compreende porque a Terra é mundo de "provas e expiações", considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.
À medida que o ser evolve, melhores condições estatui para o próprio crescimento, dentro do mesmo critério da lei do progresso, que realiza com mais segurança os mecanismos de desenvolvimento, de acordo com as conquistas logradas. Quanto mais adiantado um povo, mais fáceis e variados são-lhe os recursos para o seu avanço.
O pensamento, desse modo, é um agente de grave significado no processo natural da vida, representando o grau de elevação ou inferioridade do Espírito, que, mediante o seu psicossoma ou órgão intermediário, plasma o que lhe é melhor e mais necessário para marchar no rumo da libertação.
Divaldo P Franco / Manoel P Miranda – em Temas da vida e da morte –FEB
Perispírito: Um elemento de ligação
André Henrique
Quando em 1637 René Descartes apresentou ao mundo a primeira edição do seu Discurso sobre o Método pôs uma sombra de dúvida nas realidades imutáveis que a filosofia fideísta havia consagrado ao longo de séculos de imposição religiosa e que a Ciência nascente haveria de revogar pela consagração da metodologia científica. Num tempo em que a Religião tomou para si o domínio da verdade e dispôs da Filosofia como servidora menor que justificava com rodeios lógicos as proposições que os dogmas antecipadamente impunham, o século XVII inaugurava a reflexão metodológica na Ciência. Descartes apresentava a dúvida pertinaz como primeiro critério para avaliação das coisas não as aceitando até que elas se mostrassem claras e distintas ao pensar humano. Entretanto, ao mesmo tempo que coloca em dúvida a realidade de todas as idéias, Descartes apresenta o "Cogito ergo sum "- Penso logo existo - como a realidade fundamental de sua filosofia e, ao mesmo tempo, oferece ao mundo a concepção dualista de Espírito e Matéria como as realidades fundamentais do Universo, os pilares centrais que sustentam todos os elementos do mundo material e espiritual. Criou, dessa forma, um sistema de idéias onde espírito e matéria representam-se como as antíteses recíprocas da dialética existencial das coisas, uma concepção que isola os dois elementos e os faz miraculosamente conviver sem jamais interagir.
À proposição de um método indutivo baseado nesta dicotomia entre espírito e matéria seguiu-se uma reflexão epistemológica, erigida inicialmente por John Locke, que propõe a matéria como a única entidade percebida pelos sentidos; e considerando que todo o nosso conhecimento é haurido por meio desses mesmos sentidos, somente a matéria deve existir; já que o espírito nada tem a ver com o mundo material. Considerando ainda que não existem contatos entre espírito e matéria - como tão bem argumentou Descartes -, resta-nos a seguinte conclusão: só a matéria existe!
A reação a tais idéias apareceu na filosofia do bispo George Berkeley que volta, por força de expressão, a filosofia contra o filósofo e argumenta que exatamente pelas razões apresentadas por Locke, o inexistente é a matéria - e não o espírito - já que ela só existe como percepção da mente humana. Não existisse o Espírito para coordenar as informações que os sentidos fornecem então não haveria matéria porque nada haveria para percebê-la. Contudo, o bispo George Berkeley não esperou muito pela resposta. O escocês David Hume analisando ainda o processo de conhecimento e compreensão humana argumentou com a mesma força de Berkeley que do mesmo modo que percebemos a matéria, inexistente para o bispo, percebemos a mente como uma idéia que não têm em si mesma substância e por trás da nossa percepção da mente não identificamos nenhuma substância para o espírito, que julgamos existir.
Em resumo, Hume destruiu a alma que estaria na mente com mesma violência com que Berkeley destruiu a matéria, que não estaria no mundo. Quando Augusto Comte apresentou ao mundo a teoria dos três estados, na qual lançava o espírito para uma concepção primitiva da história do pensamento, a Ciência optou pelas conclusões do materialismo que pareciam promissoras. O Positivismo de Comte parecia oferecer alternativas para o pensar científico que ficou impregnado de seus fundamentos, conforme o apresentamos no trabalho "A revolução do Espírito - Perspectivas da Ciência Espírita." Mas o quadro filosófico era desesperador. O espírito não passava de uma abstração absolutamente destituída de substância - o que equivale a dizer: inexistente para o pensamento da época. Sem contato com a matéria e sem realidade própria, não havia razão para a concepção do espírito como um elemento do universo. O materialismo parecia uma imposição lógica. A Ciência impregnava-se de idéias e métodos mecanicistas que apontavam para a matéria como o elemento existente e para o espírito como o mito a ser esquecido...
É nesse contexto que Allan Kardec vem propor, como resultado de pesquisas com o fenômeno mediúnico, a existência do perispírito, um elemento de substância intermediária entre o espírito e a matéria, cuja existência e propriedades seriam responsáveis pela elucidação de inúmeros fenômenos até então inexplicáveis. A própria questão da substância do espírito seria retomada pela proposição de um elemento intermediário considerando-se os limites de contato entre o espírito, a matéria e o perispírito. Kardec retoma uma discussão filosoficamente colocada por Descartes e a posiciona num contexto mais global qual seja o da Ciência, da Religião e da própria Filosofia. Seus métodos eram tão novos como novo era o problema. Embora a questão estivesse colocada no campo do espiritualismo, Kardec a vem discutir no contexto da Ciência porque ela era de fundamental importância para a explicação dos fenômenos mediúnicos e para retirar o espírito do campo do maravilhoso e do sobrenatural. Na abordagem do problema, o Codificador do Espiritismo optou por trabalhar em cima dos fatos. Erigiu uma concepção do perispírito que para muitos parece simplista demais. Os motivos que o levaram a esta posição foram de caráter metodológico: o Espiritismo não poderia trabalhar com suposição num campo tão novo. Para ele a questão do perispírito foi colocada de maneira clara: é o elemento semi-material que serve de intermediário entre o espírito e a matéria. Kardec trata-o como fluido assim como a Física tratava a eletricidade. Para a posteridade ficaria a incumbência de trazer mais elementos e enriquecer os métodos de modo a detalhar - e aprofundar - os conhecimentos sobre a natureza do perispírito.
O campo permanece aberto às conjecturas. O Espiritismo apresenta seu ponto de vista com os respectivos argumentos. O conhecimento exige a consideração desses argumentos e deste novo elemento - o perispírito.
Natal, 27 de agosto de 1996
Perispírito ou Espírito
Henrique Rodrigues
O Espírito é consciência, eterna, evolui e demonstra isso nas múltiplas manifestações físicas e psíquicas. Não está condicionado a espaço, tempo e massa. Perispírito é uma forma projetada pelo espírito para aparecer moldando o físico nas dimensões físicas e psíquicas, em suas variadas formas. Em outra dimensão ele ainda é uma forma, que ocupa um espaço e deve ter massa, sutil. O que os videntes vêem não são os espíritos, mas seus perispíritos, tanto que os identificam. Com o avanço da ciência acadêmica, esse corpo energético, ganhou outros nomes, o que para nós os espíritas, reforça um dos pilares básicos da reencarnação. O prof. Hernani Guimarães Andrade em seu livro "Teoria Corpuscular do Espírito", deu‑lhe o nome de "Modelo Organizador Biológico". Em meu livro, "A Ciência do Espírito", denominei‑o "Campo Estruturador das Formas". Finalmente o Prof. Rupert Sheldrake, especialista em bioquímica e biologia celular, membro da Frank Knox, em Harward e doutorado em Cambridge, no livro "Diálogos com Sábios e Cientistas", de Renee Weber, editado pela Cultrix, afirma que para que haja uma formação biológica, existe um campo "Campo morfogenético" (de morfo‑forma e genético‑vir a ser). Ele diz: "Algo mais profundo do que o acaso cego domina e governa o mundo material. Esses campos invisíveis, matrizes de todas as formas, mostram o comportamento da evolução, e operam ao longo do tempo e do espaço, numa ligação "teleativa" de organismos que também têm implicações na Parapsicologia". Bastaria isso, mas vamos adiante:
"A teoria dos morfogenéticos propõe a existência de um campo, ou estrutura espacial que é responsável pelo desenvolvimento do corpo". E mais: "Porque o campo Inorfogenético de um frango se associa ao ovo de uma galinha e não ao de uma perdiz ou de uma fême humana? Isso se liga à questão de origem pois não existe geração espontânea. O ADN, em minha opinião tem sido superestimado. Os biólogos teimam em projetar nele papéis e possibilidades que estão além do que são capazes de fazer. Assim, aquilo que começou como uma teoria rigorosa e bem delineada de como o ADN codifica o ARN e como o ARN codifica as proteínas, logo se transformou numa espécie de teoria mística, na qual o ADN se reveste de misteriosos poderes e propriedades que não podem ter, de modo algum, especificados em termos moleculares exatos. Tais são, ao meu ver, as fantasias projetadas no ADN, coisas que dizem que ele faz, masque sabemos não poder fazer.
Essas coisas, na verdade, são feitas pelos campos (corpos) morfogenéticos (Perispírito).
Mas vamos além para provar a existência do períspirito, que é uma fôrma para fazer a forma física. Uma fôrma, que se transforma em forma, pelo construtor que é o ESPÍRITO, com defeitos e perfeições...
Entre outras coisas extraíveis do Livro "Psychic Discoveries Behind the Iron Curtam"(Experiências atrás da Cortina de Ferro, Russia) de Sheyla Ostrander e Lin Schoeder, em 1971 consta:
"Experiências conclusivas revelam que um braço embrionário enxertado na posição destinada à perna de um animal em formação, desenvolverá a partir daí como uma perna e não como um braço, o que evidencia a existência de uni campo organizador (perispírito) que impõe à matéria a sua programação. Em outras palavras, onde esse corpo bioplásmico do ser em formação tem uma perna, vai surgir uma perna, e não um braço, mesmo que ele seja ali enxertado com a intenção de modificar os planos do perispírito". Quantas provas podemos tirar de tudo isso... para os processos da reencarnação, como enfermidades, e deformações? Cada vez mais P Ciência oficial vai solidificando este postulado básico da Doutrina Espírita...
Alguns espíritas acreditam e até afirmam, que a consciência está no perispírito. Esta também nele e no corpo carnal. Mas o perispírito é também um corpo, existente na dimensão em que o processo evolutivo passa por um aprisionamento do corpo carnal que ele constrói. Mas um dia o perispírito morrerá também No Livro de André Luiz, "Obreiros da Vida Eterna" está relacionado uni acontecimento que prova isso. Lá está o relato da invocação que desencarnados fizeram para obter a presença de Bitencourt Sampaio. E usado um aparelho, a guisa de "médium de formação" naquela dimensão, já que essa entidade invocada, não possuía mais perispírito E continuava existindo, já que o espírito é consciência e nele está a possibilidade de construir uma forma, no plano dos desencarnados... Ele, Bittencout, aparece inicialmente como um foco de luz que com o auxílio do aparelho, e só nele toma sua forma para ser reconhecido.
Os espíritos ainda perispiritáveis, que voltarão a reencarnar, não podem passar através de outros da mesma dimensão. Não gosto quando dizem que o "espírito de fulano incorporou cm fulano". Espírito não entra no corpo de ninguém. Obsessões ou possessões, são sintomas que se estabelecem entre o obsessor e o obsediado. E como um receptor de rádio em nossa casa que entra em sintonia com a estação emissora. E, para as dimensões onde não existem os perispíritos, um consegue (espírito) atravessar o outro'' Creio que não, mas a temática está em aberto. Isso só vamos saber, quando chegarmos lá.
Mas, que fique bem claro. CONSCIÊNCIA é a prova da existência do ESPÍRITO. Já dizia o querido Descartes: ‑ "Penso, logo existo". E quem disse isso, foi o espírito que era Descartes, e não o perispírito ou o corpo dele...
Evangelho e Ação – Maio/2000
O Perispírito ou Corpo Astral, segundo Geley
Prospero Musso De La Consciência
Perispírito tem na Doutrina Espírita uma importância capital, constitui o princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, o meio de união entre a Alma e o corpo, as condições necessárias para as relações entre o Moral e o físico.
É composto á quinta essência dos elementos combinados das relações anteriores. Evoluciona e progride com a Alma e tanto mais sutil é e tanto menos material, quanto mais elevado e perfeito é o indivíduo.
O Perispírito assegura a conservação da individualidade, fixa os progressos já conseguidos, sintetiza, numa palavra, o avanço do estado do ser. Serve de molécula, de molde orgânico para toda nova encarnação, condensando-se no embrião; agrupa em uma ordem dada, moléculas materiais e assegura o desenvolvimento normal do organismo. Sem o Perispírito, o resultado da fecundação não seria mais que um tumor informe.
O Dr. Gustavo Geley, diz: O Perispírito assegura também a sustentação do corpo e suas reparações em idêntica ordem durante a perpétua renovação das células. Sabe-se que o corpo se transforma por completo no espaço de alguns meses.
Sem a força misteriosa do Perispírito a personalidade do ser variaria constantemente em cada uma destas mudanças.
O Perispírito não está estreitamente aprisionado ao corpo do encarnado; irradia mais ou menos fora dele, segundo sua pureza. Esta irradiação constitui o que se chama aura. Inclusive, pode às vezes, mesmo em pouca proporção, separar-se momentaneamente do encarnado ao qual só permanece ligado por ligeiro fluido.
Neste estado de desencarnação relativa, o ser pode tomar conhecimento de fatos ocorridos longe dele e demonstrar que possui faculdade anormal.
Se o Perispírito leva moléculas materiais consigo, em grande número, poderá agir a grande distância e também exercer certa influência sobre a vista ou os outros sentidos das pessoas que encontre em seu caminho; neste caso representa exatamente o que se chama em termo espiritista, o duplo exato do seu corpo.
O Dr. Geley, diz: A Alma. Esta síntese compreende numerosos elementos que podem agrupar-se nas categorias
1.°) elementos adquiridos em encarnações anteriores;
2.°) elementos adquiridos na encarnação atual.
No primeiro caso, são as recordações das personalidades passadas e o conhecimento de todos os fatos importantes das existências sucessivas.
Esses elementos não estão na consciência normal; esquecidos na aparência, são conservados integralmente pelo Perispírito. A consciência total, isto é, o produto dos progressos realizados desde o começo da evolução.
A Alma : é a parte essencial da individualidade, a que constitui seu verdadeiro grau de avanço e aperfeiçoamento ; é o eu real, que a personalidade atual oculta mais ou menos. Toda nova encarnação a dissimula momentaneamente, pelos elementos que leva consigo.
Da herança : A herança é dupla, física e psíquica.
A herança física é evidente e muito importante, visto que dela depende, em parte, o bom estado do instrumento orgânico (dos Pais). A herança intelectual e moral, quase sempre ausente (em absoluto).
Pelo que precede, vê-se claramente que a consciência normal de um ser encarnado não constitui toda sua individualidade pensante. De acordo com as teorias da ciência, a doutrina espírita, admite que a síntese psíquica é muito mais extensa.
A Alma compreenderia uma parte consciente e outra inconsciente, ou melhor, subconsciente ; esta última é, sem duvida, a mais importante.
Com efeito, admitindo a teoria das existências múltiplas, a parte subconsciente da Alma compreenderia uma série infinita de recordações veladas momentaneamente, mas gravadas no Perispírito.
A parte subconsciente compreenderia : a consciência total, o eu real, produto de todos os progressos passados, e muito superior em todos os seres, avançados do que o seu eu aparente.
Revista Internacional de Espiritismo – Julho de 1961
Extraído do site: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/perispirito/
http://www.espirito.org.br/
José Monteiro Lima
"Há corpo animal e há corpo espiritual" diz São Paulo (1 Cor. 15:44). Com efeito, esse corpo espiritual de São Paulo é o perispírito dos espíritas de hoje. O perispírito, aliás, não é coisa nova.
No Antigo Egito os sacerdotes ensinavam que além do ka", o Espírito, emanação divina, havia uma forma imaterial "sahu", o fantasma propriamente, que reproduzia exatamente os traços do corpo físico e que se manifestava aos encarnados.
Na Grécia antiga, a doutrina inspirada pelos hinos órficos ensinava: "Amai a luz, e não as trevas. Lembrai-vos da finalidade da vossa viagem. Quando as almas voltam ao mundo espiritual trazem marcadas sobre os seus corpos etéreos, em manchas horrendas, todas as faltas da sua vida e, para as apagar, é necessário voltar à Terra. Mas os puros e os fortes se vão para o sol de Dionísio".
Na Índia se fala também desse corpo espiritual, porque ele próprio se impõe como uma realidade incontestável.
Mas não desejamos deter-nos em detalhes nem em considerações dos antigos filósofos. Preferimos abordar rapidamente as importantes funções do perispírito no plano material, assim como as suas conseqüências no plano espiritual.
O corpo espiritual, isto é, o perispírito está em cada. um de nós intimamente ligado ao corpo físico e é tanto mais sutil quanto mais elevado se acha o ser na escala da perfectibilidade. Vaporoso para nós encarnados é, no entanto, bem grosseiro ainda para os desencarnados; contudo, os Espíritos purificados podem elevar-se com ele na atmosfera e transportar-se aonde queiram.
As suas funções no corpo físico são múltiplas e preside a todos os fenômenos fisiológicos da respiração, da alimentação e assimilação dos alimentos, extraindo toda a matéria aproveitável, afeiçoando-a a cada órgão e eliminando do corpo todos os elementos que lhe sejam inúteis ou nocivos. Com efeito, o nosso organismo é uma complicada máquina que funciona à nossa revelia, sem que, nem de leve, suspeitemos da sua complexidade.
Um elevado Espírito, respondendo numa sessão a um jornalista inglês que lhe perguntara sobre o perispírito, disse: "Tenho um corpo que é uma reprodução do que tive na Terra: as mesmas mãos, pernas e pés, que se movem como o fazem os vossos. Na Terra eu tinha o corpo físico interpenetrado do corpo etéreo que ora tenho. O etéreo é o corpo real e é cópia perfeita do corpo terreno. Por ocasião da morte, emergimos de nossa cobertura de carne e continuamos a nossa vida no mundo etéreo, funcionando aqui por meio do corpo etéreo, exatamente como funcionávamos na Terra, metidos no corpo físico. O corpo etéreo é aqui tão substancial para nós como o era o corpo físico quando vivíamos na Terra. Temos as mesmas sensações. Sentimos e vemos como na Terra. Embora não sejam materiais, conforme entendeis esta palavra, os nossos corpos têm forma, aspecto e expressão".
É ainda no perispírito que ficam registradas as nossas ações e os nossos atos, bons ou maus. De fato, todos os acontecimentos da nossa vida são maravilhosamente registrados em nosso perispírito, nos seus mínimos detalhes; nada se perde.
Segundo recente declaração do Dr. Wilder Penfield, diretor do Instituto de Neurologia de1 Montreal, Canadá, o nosso perispírito grava, como num filme, todos os acontecimentos da nossa vida. A recordação é de tal modo viva que é como se o indivíduo voltasse a reviver as mesmas cenas, os mesmos fatos.
Pelos fatos registrados nas obras espíritas já sabíamos que em momentos críticos, como nos acidentes graves, nas quedas perigosas, na asfixia por afogamento, etc., o indivíduo pode rever, com incrível nitidez, a sua vida até aquele momento, como se assistisse a um filme no qual ele próprio tomasse parte.
Naturalmente os seus atos bons são motivos de satisfação para o seu Espírito, enquanto os atos maus são motivo de tristeza e arrependimento. Por aí se pode avaliar a situação dolorosa de certos Espíritos libertos da carne, tendo diante de si, permanentemente, os acontecimentos deploráveis que desejariam esquecer.
Eis um fato significativo que comprova as afirmações do Dr. Penfield. O almirante Beaufort, quando ainda jovem, caiu de um navio à água do porto de Portsmouth. Antes que fosse possível ir em seu socorro, desapareceu; ia morrer afogado.
Depois de algumas considerações sobre a angústia do primeiro momento, diz ele:
"Com o enfraquecimento dos sentidos coincidiu uma superexcitação extraordinária da atividade intelectual; as idéias sucediam-se com rapidez prodigiosa. O acidente que acabara de dar-se, o descuido que o motivara, o tumulto que se lhe deveria ter seguido, a dor que iria alcançar meu pai e outras circunstâncias intimamente ligadas ao lar doméstico, foram o objeto das minhas primeiras reflexões. Depois, veio-me à memória o último cruzeiro, viagem acidentada por um naufrágio; a seguir, a escola, os progressos que nela fizera e também o tempo perdido, finalmente, as minhas ocupações e aventuras de criança. Em suma, a subida de todo o rio da vida, e quão pormenorizada e precisa"! E acrescenta: "Cada incidente da minha vida atravessava-me sucessivamente a memória, não como simples esboço, mas com as particularidades e acessórios de um quadro completo! Por outras palavras, toda a minha existência desfilava diante de mim numa espécie de vista panorâmica, cada fato com a sua apreciação moral ou reflexões sobre suas causas e efeitos. Pequenos acontecimentos sem conseqüências, há muito tempo esquecidos, se acumulavam em minha imaginação como se tivessem passado na véspera. E tudo isso sucedeu em dois minutos"
(Léon Denis, "O Problema do Ser", pág. 173)
Com efeito, todos os atos da nossa vida e são maravilhosamente registrados em nosso perispírito. Os menores detalhes são cuidadosamente guardados para, no momento preciso, na aflorarem nítidos, inconfundíveis - Eis porque Jesus, estabelecendo a nossa responsabilidade diante da vida, diz: "Até os cabelos da vossa da cabeça estão contados."
A memória do Espírito fica no perispírito?
José Henrique Baldin
Alguns livros espíritas sejam eles de autores encarnados ou de autores desencarnados cometem erros doutrinários, por isso nós espíritas devemos saber discernir os bons livros dos maus livros, independente de qual seja o autor, o espírito, o médium, etc.
Para que nós não assimilemos conceitos equivocados como corretos é imprescindível o estudo regular das obras básicas do Espiritismo, que são: Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e o Inferno, Livro dos Médiuns, A Gênese. Ainda possuímos da Revista Espírita que Allan Kardec escreveu de 1858 a 1869, Obras Póstumas e a Bíblia. Se algum conceito estiver em contradição com as Obras básicas devemos deixar de lado este conceito e ficar com o conceito das Obras Básicas, temos que analisar os outros livros espíritas com a razão e não com o coração. As vezes aceitamos todos os conceitos que vem através destas obras, só porque veio de tal espírito(que julgamos superior) ou de um médium(que julgamos infalível). Conforme Kardec nos orientou não existe na face na Terra nenhum médium perfeito e nos alertou para o cuidado na analise do que é transmitido por um espírito.
Um dos conceitos equivocados de alguns livros espíritas é que a memória do Espírito fica no perispírito. O perispírito é apenas o veiculo de manifestação do espírito, ou seja o corpo espiritual. Assim como o corpo humano que não pensa, não raciocina, e que as memórias e o patrimônio intelectual adquirido nas várias existências corpóreas do espírito não estão no corpo físico, da mesma maneira ocorre com o perispírito que é apenas um corpo de manifestação do espírito no mundo espiritual, mais etéreo do que o corpo físico, mais ainda um corpo revestido de matéria.
Quando o espírito sai deste mundo para ir a outro mundo ele precisa destruir o corpo perispiritual deste mundo e constituir um novo perispírito no mundo em que irá habitar. Isso porque o espírito constrói o perispírito de acordo com os fluídos existentes de cada planeta. E cada planeta não é exatamente igual fluidicamente a outro, porque cada mundo está numa faixa de evolução diferente por causa dos seus habitantes que também estão em diferentes graus de evolução espiritual. Se a memória ficasse no perispírito, quando o espírito destruiria o perispírito para reconstruir um outro no novo planeta, a memória se perderia.
O que a Doutrina Espírita nos diz é que: o pensamento, a vontade, as memórias(lembranças), os conhecimentos adquiridos, a moral estão no próprio espírito, e o perispírito apenas reflete o pensamento do espírito. Todos os espíritos possuirão eternamente um perispírito, mesmo os espíritos puros, pois como foi dito o perispírito é a forma de manifestação do espírito no mundo dos espíritos. Mesmo que um espírito seja perfeito, ou seja, puro, ele possuirá um perispírito que será muito mais etéreo do que de um espírito que ainda não chegou perfeição.
Pensamento e Perispírito
Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Portador de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras.
Corpo intermediário entre o ser pensante, eterno, e os equipamentos físicos, transitórios, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os efeitos dela em retomo à causa geratriz.
Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados.
Constituído por campos de forças mui especiais, ele irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo amas de afinidade e repulsão de acordo com as ondas emitidas.
Assim, quando por ocasião da reencarnação o Espírito é encaminhado por necessidade evolutiva aos futuros genitores, no momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante, que naquele espermatozóide encontrou os fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve submeter.
A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros perispirituais, vão organizando o corpo que o Espírito habitará.
Como é certo que, em casos especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso.
Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição.
Espermatozóides e óvulos, em conseqüência, possuem campo de força especifico, que propele os primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento da célula ovo.
Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portador.
Desse modo, o perispírito do reencarnante sincroniza com a vibração do espermatozóide que possui a mesma carga vibratória, sobre ele incidindo e passando a plasmar no óvulo fecundado o como compatível com as necessidades evolutivas, como decorrência das catalogadas ações pretéritos. Equilíbrio da forma ou anomalia, habilidades e destreza, ou incapacidade, inteligência, memória e lucidez, ou imbecilidade, atraso mental, oligofrenia serão estabelecidos desde já pela incidência das conquistas espirituais sobre o embrião em desenvolvimento.
Sem descartarmos a hereditariedade nos processos da reencarnação, o seu totalitarismo, conforme pretendem diversos estudiosos da Embriogenia e outras áreas da ciência, não tem razão de ser.
Cada Espírito é legatário de ú mesmo. Seus atos e sua vida anterior são os plasmadores da sua nova existência corporal, impondo os processos de reabilitação, quando em dívida, ou de felicidade, se em crédito, sob os critérios da Divina Justiça.
Certamente, caracteres físicos, fisionômicos e até alguns comportamentais resultam das heranças genéticas e da convivência em família, jamais os de natureza psicológica que afetam o destino, ou de ordem fisiológica no mapa da evolução.
Saúde e enfermidade, beleza e feiúra, altura e pequenez, agilidade e retardamento, como outras expressões da vida física, procedem do Espírito que vem recompor e aumentar os valores bem ou mal utilizados nas existências pretéritas.
Além desses, os comportamentos e as manifestações mentais, sexuais, emocionais decorrem dos atos perpetrados antes e que a reencarnação traz de volta para a indispensável canalização em favor do progresso de cada ser.
As alienações, os conflitos e traumas, as doenças congênitas, as deformidades físicas e degenerativas, assim como as condições morais, sociais e econômicas, são capítulos dos mecanismos espirituais, nunca heranças familiares, qual se a vida estivesse sob injunções do absurdo e da inconseqüência.
A aparente hereditariedade compulsória, assim como a injunção moral atuante em determinado indivíduo, fazendo recordar algum ancestral, explica-se em razão de ser aquele mesmo Espírito, ora renascido no clã, para dar prosseguimento a realizações que ficaram incompletas ou refazer as que foram perniciosas. Motivo este que libera "o filho de pagar pelos pais" ou avós, o que constituiria se verdadeiro, uma terrível e arbitrária imposição da Justiça que, mesmo na Terra, tem código penalógico mais equilibrado. Os pensamentos largamente cultivados levam o indivíduo a ações inesperadas, como decorrência da adaptação mental que se permitiu. Desencadeada a ação, os efeitos serão incorporados ao modus vivendi posterior da criatura.
E mesmo quando não se convertem em atitudes e realizações por falta de oportunidade, aquelas aspirações mentais, vividas em clima interior, apresentam-se como formas e fantasmas que terão de ser diluídos por meio de reagentes de diferente ordem, para que se restabeleça o equilíbrio do conjunto espiritual.
Conforme a constância mental da idéia aparece uma correspondente necessidade da emoção.
Todos esses condicionamentos estabelecem o organograma físico, mental e moral da futura empresa reencarnacionista a que o Espírito se deve submeter, ante o fatalismo da evolução.
O conjunto - Espírito ou mente, perispírito ou psicossoma e corpo ou soma - é tão entranhadamente conjugado no processo da reencarnação que, em qualquer período da existência, são articulados ou desfeitos sucessivos equipamentos que procedem da ação de um sobre o outro. O Espírito aspira e o perispírito age sobre os implementos materiais, dando surgimento a respostas orgânicas ou a fatos que retomam à fonte original, como efeito da ação física que o mesmo corpo transfere para o ser eterno, concedendo-lhe crédito ou débito que se incorpora à economia da vida planetária.
O mundo mental, das aspirações e ideais, é o grande agente modelador do mundo físico, orgânico. Conforme as propostas daquele, têm lugar as manifestações neste.
Assim se compreende porque a Terra é mundo de "provas e expiações", considerando-se que os Espíritos que nela habitam estagiam na sua grande generalidade em faixas iniciais, inferiores, portanto, da evolução.
À medida que o ser evolve, melhores condições estatui para o próprio crescimento, dentro do mesmo critério da lei do progresso, que realiza com mais segurança os mecanismos de desenvolvimento, de acordo com as conquistas logradas. Quanto mais adiantado um povo, mais fáceis e variados são-lhe os recursos para o seu avanço.
O pensamento, desse modo, é um agente de grave significado no processo natural da vida, representando o grau de elevação ou inferioridade do Espírito, que, mediante o seu psicossoma ou órgão intermediário, plasma o que lhe é melhor e mais necessário para marchar no rumo da libertação.
Divaldo P Franco / Manoel P Miranda – em Temas da vida e da morte –FEB
Perispírito: Um elemento de ligação
André Henrique
Quando em 1637 René Descartes apresentou ao mundo a primeira edição do seu Discurso sobre o Método pôs uma sombra de dúvida nas realidades imutáveis que a filosofia fideísta havia consagrado ao longo de séculos de imposição religiosa e que a Ciência nascente haveria de revogar pela consagração da metodologia científica. Num tempo em que a Religião tomou para si o domínio da verdade e dispôs da Filosofia como servidora menor que justificava com rodeios lógicos as proposições que os dogmas antecipadamente impunham, o século XVII inaugurava a reflexão metodológica na Ciência. Descartes apresentava a dúvida pertinaz como primeiro critério para avaliação das coisas não as aceitando até que elas se mostrassem claras e distintas ao pensar humano. Entretanto, ao mesmo tempo que coloca em dúvida a realidade de todas as idéias, Descartes apresenta o "Cogito ergo sum "- Penso logo existo - como a realidade fundamental de sua filosofia e, ao mesmo tempo, oferece ao mundo a concepção dualista de Espírito e Matéria como as realidades fundamentais do Universo, os pilares centrais que sustentam todos os elementos do mundo material e espiritual. Criou, dessa forma, um sistema de idéias onde espírito e matéria representam-se como as antíteses recíprocas da dialética existencial das coisas, uma concepção que isola os dois elementos e os faz miraculosamente conviver sem jamais interagir.
À proposição de um método indutivo baseado nesta dicotomia entre espírito e matéria seguiu-se uma reflexão epistemológica, erigida inicialmente por John Locke, que propõe a matéria como a única entidade percebida pelos sentidos; e considerando que todo o nosso conhecimento é haurido por meio desses mesmos sentidos, somente a matéria deve existir; já que o espírito nada tem a ver com o mundo material. Considerando ainda que não existem contatos entre espírito e matéria - como tão bem argumentou Descartes -, resta-nos a seguinte conclusão: só a matéria existe!
A reação a tais idéias apareceu na filosofia do bispo George Berkeley que volta, por força de expressão, a filosofia contra o filósofo e argumenta que exatamente pelas razões apresentadas por Locke, o inexistente é a matéria - e não o espírito - já que ela só existe como percepção da mente humana. Não existisse o Espírito para coordenar as informações que os sentidos fornecem então não haveria matéria porque nada haveria para percebê-la. Contudo, o bispo George Berkeley não esperou muito pela resposta. O escocês David Hume analisando ainda o processo de conhecimento e compreensão humana argumentou com a mesma força de Berkeley que do mesmo modo que percebemos a matéria, inexistente para o bispo, percebemos a mente como uma idéia que não têm em si mesma substância e por trás da nossa percepção da mente não identificamos nenhuma substância para o espírito, que julgamos existir.
Em resumo, Hume destruiu a alma que estaria na mente com mesma violência com que Berkeley destruiu a matéria, que não estaria no mundo. Quando Augusto Comte apresentou ao mundo a teoria dos três estados, na qual lançava o espírito para uma concepção primitiva da história do pensamento, a Ciência optou pelas conclusões do materialismo que pareciam promissoras. O Positivismo de Comte parecia oferecer alternativas para o pensar científico que ficou impregnado de seus fundamentos, conforme o apresentamos no trabalho "A revolução do Espírito - Perspectivas da Ciência Espírita." Mas o quadro filosófico era desesperador. O espírito não passava de uma abstração absolutamente destituída de substância - o que equivale a dizer: inexistente para o pensamento da época. Sem contato com a matéria e sem realidade própria, não havia razão para a concepção do espírito como um elemento do universo. O materialismo parecia uma imposição lógica. A Ciência impregnava-se de idéias e métodos mecanicistas que apontavam para a matéria como o elemento existente e para o espírito como o mito a ser esquecido...
É nesse contexto que Allan Kardec vem propor, como resultado de pesquisas com o fenômeno mediúnico, a existência do perispírito, um elemento de substância intermediária entre o espírito e a matéria, cuja existência e propriedades seriam responsáveis pela elucidação de inúmeros fenômenos até então inexplicáveis. A própria questão da substância do espírito seria retomada pela proposição de um elemento intermediário considerando-se os limites de contato entre o espírito, a matéria e o perispírito. Kardec retoma uma discussão filosoficamente colocada por Descartes e a posiciona num contexto mais global qual seja o da Ciência, da Religião e da própria Filosofia. Seus métodos eram tão novos como novo era o problema. Embora a questão estivesse colocada no campo do espiritualismo, Kardec a vem discutir no contexto da Ciência porque ela era de fundamental importância para a explicação dos fenômenos mediúnicos e para retirar o espírito do campo do maravilhoso e do sobrenatural. Na abordagem do problema, o Codificador do Espiritismo optou por trabalhar em cima dos fatos. Erigiu uma concepção do perispírito que para muitos parece simplista demais. Os motivos que o levaram a esta posição foram de caráter metodológico: o Espiritismo não poderia trabalhar com suposição num campo tão novo. Para ele a questão do perispírito foi colocada de maneira clara: é o elemento semi-material que serve de intermediário entre o espírito e a matéria. Kardec trata-o como fluido assim como a Física tratava a eletricidade. Para a posteridade ficaria a incumbência de trazer mais elementos e enriquecer os métodos de modo a detalhar - e aprofundar - os conhecimentos sobre a natureza do perispírito.
O campo permanece aberto às conjecturas. O Espiritismo apresenta seu ponto de vista com os respectivos argumentos. O conhecimento exige a consideração desses argumentos e deste novo elemento - o perispírito.
Natal, 27 de agosto de 1996
Perispírito ou Espírito
Henrique Rodrigues
O Espírito é consciência, eterna, evolui e demonstra isso nas múltiplas manifestações físicas e psíquicas. Não está condicionado a espaço, tempo e massa. Perispírito é uma forma projetada pelo espírito para aparecer moldando o físico nas dimensões físicas e psíquicas, em suas variadas formas. Em outra dimensão ele ainda é uma forma, que ocupa um espaço e deve ter massa, sutil. O que os videntes vêem não são os espíritos, mas seus perispíritos, tanto que os identificam. Com o avanço da ciência acadêmica, esse corpo energético, ganhou outros nomes, o que para nós os espíritas, reforça um dos pilares básicos da reencarnação. O prof. Hernani Guimarães Andrade em seu livro "Teoria Corpuscular do Espírito", deu‑lhe o nome de "Modelo Organizador Biológico". Em meu livro, "A Ciência do Espírito", denominei‑o "Campo Estruturador das Formas". Finalmente o Prof. Rupert Sheldrake, especialista em bioquímica e biologia celular, membro da Frank Knox, em Harward e doutorado em Cambridge, no livro "Diálogos com Sábios e Cientistas", de Renee Weber, editado pela Cultrix, afirma que para que haja uma formação biológica, existe um campo "Campo morfogenético" (de morfo‑forma e genético‑vir a ser). Ele diz: "Algo mais profundo do que o acaso cego domina e governa o mundo material. Esses campos invisíveis, matrizes de todas as formas, mostram o comportamento da evolução, e operam ao longo do tempo e do espaço, numa ligação "teleativa" de organismos que também têm implicações na Parapsicologia". Bastaria isso, mas vamos adiante:
"A teoria dos morfogenéticos propõe a existência de um campo, ou estrutura espacial que é responsável pelo desenvolvimento do corpo". E mais: "Porque o campo Inorfogenético de um frango se associa ao ovo de uma galinha e não ao de uma perdiz ou de uma fême humana? Isso se liga à questão de origem pois não existe geração espontânea. O ADN, em minha opinião tem sido superestimado. Os biólogos teimam em projetar nele papéis e possibilidades que estão além do que são capazes de fazer. Assim, aquilo que começou como uma teoria rigorosa e bem delineada de como o ADN codifica o ARN e como o ARN codifica as proteínas, logo se transformou numa espécie de teoria mística, na qual o ADN se reveste de misteriosos poderes e propriedades que não podem ter, de modo algum, especificados em termos moleculares exatos. Tais são, ao meu ver, as fantasias projetadas no ADN, coisas que dizem que ele faz, masque sabemos não poder fazer.
Essas coisas, na verdade, são feitas pelos campos (corpos) morfogenéticos (Perispírito).
Mas vamos além para provar a existência do períspirito, que é uma fôrma para fazer a forma física. Uma fôrma, que se transforma em forma, pelo construtor que é o ESPÍRITO, com defeitos e perfeições...
Entre outras coisas extraíveis do Livro "Psychic Discoveries Behind the Iron Curtam"(Experiências atrás da Cortina de Ferro, Russia) de Sheyla Ostrander e Lin Schoeder, em 1971 consta:
"Experiências conclusivas revelam que um braço embrionário enxertado na posição destinada à perna de um animal em formação, desenvolverá a partir daí como uma perna e não como um braço, o que evidencia a existência de uni campo organizador (perispírito) que impõe à matéria a sua programação. Em outras palavras, onde esse corpo bioplásmico do ser em formação tem uma perna, vai surgir uma perna, e não um braço, mesmo que ele seja ali enxertado com a intenção de modificar os planos do perispírito". Quantas provas podemos tirar de tudo isso... para os processos da reencarnação, como enfermidades, e deformações? Cada vez mais P Ciência oficial vai solidificando este postulado básico da Doutrina Espírita...
Alguns espíritas acreditam e até afirmam, que a consciência está no perispírito. Esta também nele e no corpo carnal. Mas o perispírito é também um corpo, existente na dimensão em que o processo evolutivo passa por um aprisionamento do corpo carnal que ele constrói. Mas um dia o perispírito morrerá também No Livro de André Luiz, "Obreiros da Vida Eterna" está relacionado uni acontecimento que prova isso. Lá está o relato da invocação que desencarnados fizeram para obter a presença de Bitencourt Sampaio. E usado um aparelho, a guisa de "médium de formação" naquela dimensão, já que essa entidade invocada, não possuía mais perispírito E continuava existindo, já que o espírito é consciência e nele está a possibilidade de construir uma forma, no plano dos desencarnados... Ele, Bittencout, aparece inicialmente como um foco de luz que com o auxílio do aparelho, e só nele toma sua forma para ser reconhecido.
Os espíritos ainda perispiritáveis, que voltarão a reencarnar, não podem passar através de outros da mesma dimensão. Não gosto quando dizem que o "espírito de fulano incorporou cm fulano". Espírito não entra no corpo de ninguém. Obsessões ou possessões, são sintomas que se estabelecem entre o obsessor e o obsediado. E como um receptor de rádio em nossa casa que entra em sintonia com a estação emissora. E, para as dimensões onde não existem os perispíritos, um consegue (espírito) atravessar o outro'' Creio que não, mas a temática está em aberto. Isso só vamos saber, quando chegarmos lá.
Mas, que fique bem claro. CONSCIÊNCIA é a prova da existência do ESPÍRITO. Já dizia o querido Descartes: ‑ "Penso, logo existo". E quem disse isso, foi o espírito que era Descartes, e não o perispírito ou o corpo dele...
Evangelho e Ação – Maio/2000
O Perispírito ou Corpo Astral, segundo Geley
Prospero Musso De La Consciência
Perispírito tem na Doutrina Espírita uma importância capital, constitui o princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, o meio de união entre a Alma e o corpo, as condições necessárias para as relações entre o Moral e o físico.
É composto á quinta essência dos elementos combinados das relações anteriores. Evoluciona e progride com a Alma e tanto mais sutil é e tanto menos material, quanto mais elevado e perfeito é o indivíduo.
O Perispírito assegura a conservação da individualidade, fixa os progressos já conseguidos, sintetiza, numa palavra, o avanço do estado do ser. Serve de molécula, de molde orgânico para toda nova encarnação, condensando-se no embrião; agrupa em uma ordem dada, moléculas materiais e assegura o desenvolvimento normal do organismo. Sem o Perispírito, o resultado da fecundação não seria mais que um tumor informe.
O Dr. Gustavo Geley, diz: O Perispírito assegura também a sustentação do corpo e suas reparações em idêntica ordem durante a perpétua renovação das células. Sabe-se que o corpo se transforma por completo no espaço de alguns meses.
Sem a força misteriosa do Perispírito a personalidade do ser variaria constantemente em cada uma destas mudanças.
O Perispírito não está estreitamente aprisionado ao corpo do encarnado; irradia mais ou menos fora dele, segundo sua pureza. Esta irradiação constitui o que se chama aura. Inclusive, pode às vezes, mesmo em pouca proporção, separar-se momentaneamente do encarnado ao qual só permanece ligado por ligeiro fluido.
Neste estado de desencarnação relativa, o ser pode tomar conhecimento de fatos ocorridos longe dele e demonstrar que possui faculdade anormal.
Se o Perispírito leva moléculas materiais consigo, em grande número, poderá agir a grande distância e também exercer certa influência sobre a vista ou os outros sentidos das pessoas que encontre em seu caminho; neste caso representa exatamente o que se chama em termo espiritista, o duplo exato do seu corpo.
O Dr. Geley, diz: A Alma. Esta síntese compreende numerosos elementos que podem agrupar-se nas categorias
1.°) elementos adquiridos em encarnações anteriores;
2.°) elementos adquiridos na encarnação atual.
No primeiro caso, são as recordações das personalidades passadas e o conhecimento de todos os fatos importantes das existências sucessivas.
Esses elementos não estão na consciência normal; esquecidos na aparência, são conservados integralmente pelo Perispírito. A consciência total, isto é, o produto dos progressos realizados desde o começo da evolução.
A Alma : é a parte essencial da individualidade, a que constitui seu verdadeiro grau de avanço e aperfeiçoamento ; é o eu real, que a personalidade atual oculta mais ou menos. Toda nova encarnação a dissimula momentaneamente, pelos elementos que leva consigo.
Da herança : A herança é dupla, física e psíquica.
A herança física é evidente e muito importante, visto que dela depende, em parte, o bom estado do instrumento orgânico (dos Pais). A herança intelectual e moral, quase sempre ausente (em absoluto).
Pelo que precede, vê-se claramente que a consciência normal de um ser encarnado não constitui toda sua individualidade pensante. De acordo com as teorias da ciência, a doutrina espírita, admite que a síntese psíquica é muito mais extensa.
A Alma compreenderia uma parte consciente e outra inconsciente, ou melhor, subconsciente ; esta última é, sem duvida, a mais importante.
Com efeito, admitindo a teoria das existências múltiplas, a parte subconsciente da Alma compreenderia uma série infinita de recordações veladas momentaneamente, mas gravadas no Perispírito.
A parte subconsciente compreenderia : a consciência total, o eu real, produto de todos os progressos passados, e muito superior em todos os seres, avançados do que o seu eu aparente.
Revista Internacional de Espiritismo – Julho de 1961
Extraído do site: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/perispirito/
http://www.espirito.org.br/
 
 
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