terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A vida é feita de concessões

 

 

por Maria Silvia Orlovas - morlovas@terra.com.br

Quantas coisas aprendemos observando a vida. O que vou relatar neste texto realizei vendo uma revista de decoração...
Pois é, amigo leitor, o Universo conversa com a gente em todos os momentos. Aprendi ao longo da minha caminhada, que ouvir a voz de Deus é possível em todos os momentos desde que estejamos conectados. Deus não nos fala apenas quando meditamos ou rezamos, ele se dirige a nós o tempo todo, inclusive, através das negativas que recebemos da vida.

Como você já sabe, reformar a casa é sempre complicado. A motivação é fazer algo novo, arrumar coisas que não funcionem, enfim, criar um ambiente melhor para nós. Objetivos lindos, mas até alcançá-los, ouso dizer, que rolam gotas de suor e até eventualmente algumas lágrimas.

As revistas são encantadoras, tudo lindo, fotos maravilhosas que nem acreditamos como conseguimos viver, até então, sem aquela sala maravilhosa ou aquela cozinha dos sonhos... Mas, vivemos. E para conseguir fazer da nossa vida um espaço mais feliz quantos acertos precisamos fazer diariamente. Quanta coisa temos que enfrentar, e quantas concessões temos que fazer para conciliar nossas necessidades às das pessoas à nossa volta. E foi justamente isso que um arquiteto falava na revista. Ele dizia que os moradores da casa precisavam entrar num acordo antes de começar o projeto, que as pessoas precisavam estabelecer suas prioridades, seus sonhos e objetivos antes de sair comprando um novo piso para a cozinha ou reformar um banheiro.

Sabiamente, o artigo dizia que em muitos lares falta diálogo honesto e também autoconhecimento no que diz respeito às suas necessidades. Falava o artigo que, por não saber definir prioridades e entrar num acordo, muitas famílias após uma dispendiosa reforma continuam se sentindo insatisfeitas com os resultados.

Neste mesmo dia, eu e meu marido levando a planta do nosso apartamento a uma loja de cozinhas, chegamos a uma profunda reflexão sobre nossas prioridades. Eu queria uma cozinha aberta, onde pudesse cozinhar conversando com meus filhos, amigos, convidados... e meu marido queria ouvir seus filmes na TV sem barulhos no sábado de manhã. O arquiteto vendo isso disse: Vocês precisam conversar...

Minha reação foi dar risada enquanto pensava: "Meu Deus, mais conversa?"

Felizmente, temos uma relação com diálogo, mas é impressionante observar que, somente quando mexemos em algo importante, percebemos que nem tudo falamos, nem tudo colocamos limites, nem tudo comentamos com as pessoas, inclusive, porque imaginamos que o outro já saiba das nossas necessidades e por isso nos equivocamos e ficamos tristes.

Como sempre falo, nem tudo é espiritual. Às vezes, nas coisas mais simples do dia-a-dia nos perdemos, e não conseguimos respeitar o ponto de vista dos outros. Com isso, não cedemos, não fazemos concessões e deixamos de aproveitar as coisas boas que temos juntos. Concessões com sabedoria resolvem dificuldades numa reforma e também muitos conflitos do cotidiano.

Quando abrimos a mente e o coração para perceber o outro, respeitando nossas necessidades, com certeza, estamos mais próximos de um ponto de equilíbrio e amor, sem concessões doloridas nem limites desrespeitados.


Enviado por Maria Luíza/BA

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