Em Carreira e Emprego:
Fuja de 8 atitudes que levam à demissão
Aprenda a evitar os comportamentos que afundam sua carreira, dê a volta por cima e conquiste seu chefe
por Lana de Paula e Joyce Moysés
É preciso estar bem preparado para
enfrentar as situações diárias
na empresa
Foto: Getty Images
Seu chefe não é nada simpático com você? Não pede a sua opinião nem a inclui em reuniões e projetos importantes? Cuidado: esses são sinais de que você está indo pelo caminho errado, aquele que desemboca na rua. A boa notícia é que dá para reverter a situação.
Que a vida de quem trabalha está mais difícil por causa da globalização a gente sabe. Para acompanhar os avanços tecnológicos e a concorrência cada vez mais acirrada, as empresas reduzem custos, enxugam estruturas, investem em novas áreas - e, claro, exigem quase o sangue de seus funcionários. Em outras palavras, o salve-se-quem-puder nunca foi tão real.
Por isso, o lema que você precisa ter em mente é: vence a luta pelo emprego quem estiver mais preparado. ''O melhor caminho para evitar a demissão é a atualização contínua'', diz Thomas Case, presidente do Grupo Catho, especializado na recolocação de executivos. Ele fala com conhecimento de causa: segundo pesquisa realizada pela sua equipe, o principal motivo da dispensa (28%) está relacionado com a falta de resultados no trabalho. ''Você precisa avaliar quanto está envolvida com o trabalho e, se necessário, voltar para a escola'', aconselha Case.
Especialistas em Recursos Humanos apontam as posturas que costumam levar à demissão e as formas de você escapar dela:
1. Relacionar-se mal com os colegas e com a chefia
Solução: Os atritos podem ser evitados se você conseguir ser mais tolerante. Adote como máxima aceitar o outro, respeitá-lo, para poder exigir que ele faça o mesmo com você. Também observe o que está revelando por meio de gestos, palavras e olhares. Evite falar de problemas particulares no escritório e não reclame por tudo e por nada, nem faça comentários maldosos sobre os outros. Lembre-se: o trabalho em equipe está em alta. Agora, se não suporta o novo chefe, melhor batalhar uma transferência antes que ele se livre de você.
2. Fugir dos riscos
Solução: Muitas vezes, a pessoa tem boa vontade, faz seu serviço direito, mas não quer dar um passo além, encarar novos desafios. Pode ser flexível, mas teme arriscar sua carreira, seu posto, seu salário, sua sala, seu conhecimento. Pensa: ''Há oito anos trabalho assim, agora vou ter de mudar totalmente?'' Para Adriana Zanni, gerente de Recursos Humanos da empresa de softwares JDEdwards, ''um risco, mesmo que seja pequeno, é uma alavanca para subir''. Estamos falando, por exemplo, de aceitar uma promoção, por mais que a função nova exija outras responsabilidades.
3. Ter dificuldade de se comunicar
Solução: Você pode ser tímida ou extrovertida, não ter o dom da oratória... mas precisa encontrar uma maneira própria de interagir com seus colegas e superiores. ''Para que seu talento seja reconhecido, é essencial expor suas opiniões e mostrar que tem visão crítica das coisas'', explica Adriana Zanni. Ninguém vai saber que você é uma profissional nota 10 se não fizer alarde. ''Comunicar é dialogar, trocar, gerar entendimento e, acima de tudo, comprometer-se'', lembra a expert em etiqueta empresarial Suzana Doblinski, no livro Será que Pega Bem? (Editora Campus).
4. Demonstrar pouco dinamismo
Solução: Fazer exercícios físicos aumenta a energia. Engajar-se num novo projeto do seu departamento também dá motivação ao trabalho de sempre. Que tal ainda se dedicar a um hobby nas horas livres para melhorar o ânimo? Como conseqüência, além de lidar mais tranqüilamente com novas situações e dificuldades, conseguirá cumprir prazos e metas determinadas. A secretária Maria Júlia, 32 anos, adotou pequenas atitudes pró-ativas: deu um fim na bagunça das suas gavetas, pôs uma foto da sua última viagem sobre a mesa, começou a variar o caminho para o escritório... e multiplicou sua disposição.
5. Estar desatualizada
Solução: ''Você tem que cultivar o hábito de ler diariamente. Estudar seria o ideal, mas não se esqueça de ler jornais e revistas'', orienta o livro Guia Prático do Emprego (Ronaldo Medeiros, Ediouro). ''Não há desculpas: hoje, temos acesso a uma enxurrada de dados. Cabe a cada um focar suas prioridades'', alerta Márcia Brito. Não sabe em que precisa se atualizar? Observe, nos anúncios de emprego, quais são os requisitos exigidos pelo mercado para o seu cargo e compare com o seu currículo. Funcionária dedicada, a gerente de câmbio Maria Antônia, 34 anos, cumpria suas tarefas à risca, mas não ia além disso, por causa dos filhos pequenos e de outras preocupações. Até que os novos programas para otimizar o seu serviço e a redução de funcionários fizeram com que ela corresse atrás do prejuízo. Matriculou-se em alguns cursos, participou de seminários, aconselhou-se com um consultor de carreiras e virou noites em busca de boas idéias para sugerir aos seus superiores. Conseguiu firmar terreno e, o que é melhor, até ganhou um aumento.
6. Não se encaixar no perfil desejado pela empresa
Solução: Se você pesquisar qual é o estilo do local em que trabalha (mais formal ou informal, por exemplo) e o que é valorizado nos funcionários, poderá adaptar seu jeito de ser e de atuar aos interesses da empresa e do cargo. Na prática, ''seja curiosa e participante'', aconselha a psicóloga e consultora empresarial Suely de Almeida Martins. Nada impede que você converse abertamente com seu chefe para saber o que ele espera do seu trabalho. Depois, é só seguir a cartilha.
7. Não conseguir realizar todas as funções que o cargo exige
Solução: Identifique suas falhas e corrija-as. Se precisa mandar e-mails em inglês para a matriz mas não domina o idioma, volte a estudá-lo com urgência. O consultor Laerte Cordeiro lembra que as funções evoluem (é o caso da secretária) e exigem da profissional reciclagem constante, mesmo sem o patrocínio da empresa, para não ficar para trás.
8. Faltar muito (e outros sinais de falta de profissionalismo)
Solução: Por mais que você tenha razões para as faltas e os atrasos, em excesso não pegam bem. Se o motivo for um curso de especialização ou uma necessidade particular (rodízio de veículos ou um tratamento médico inadiável), negocie com a chefia um horário flexível de trabalho ou a compensação da ausência.
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