sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A lei da REENCARNAÇÃO e a Evolução do Espírito


A lei da REENCARNAÇÃO e a Evolução do Espírito

14/07/2005  

Escrito por:

Benê

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As leis da Reencarnação e do Carma.

A Evolução do Espírito.


"Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo"


1. As Leis da Reencarnação e do Carma

Aprendemos na doutrina espírita que Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.

Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo- poderoso, soberanamente justo e bom.


Eterno: (Que oura para sempre, imortalizado, imortal) se ele tivesse tido um começo, teria saído do nada ou teria sido criado, ele mesmo, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontados ao infinito e a eternidade.

Imutável: Se estivesse sujeito à mudança, as leis que regem o universo não teriam nenhuma estabilidade.

Imaterial: Sua natureza difere de tudo o que chamamos de matéria.

Único: Se houvessem vários deuses, não haveria unidade de poder no ordenamento do universo.

Todo- Poderoso: Porque é único e não há nada mais poderoso que ele.

Soberanamente justo e bom: A sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores coisas, como nas maiores e esta sabedoria não permite duvidar da sua justiça, e nem da sua bondade.


"Mas se Deus é justo e bom, como explicar que alguns nada têm, enquanto outros possuem muito (no sentido material), e como explicar que alguns já nascem com graves problemas físicos ou com doenças graves, enquanto outros nascem perfeitos e saudáveis?"


- Deus é o criador de todas as coisas, criou o espírito simples, ignorante e dotado de faculdades a serem desenvolvidas através das experiências reencarnatórias.


A reencarnação se baseia nos princípios da misericórdia e da justiça de Deus.


Segundo a etimologia (estudo da origem e formação das palavras) reencarnação pode significar o ingresso repetido num invólucro (aquilo que envolve, cobre ou reveste, envoltório) físico ou carnal.

Este raciocínio implica na existência de qualquer coisa permanente que sobrevive ao invólucro que lhe serve de veste.

Jesus:

Jesus falou várias vezes sobre a reencarnação.

Exemplos:

1- Após a transfiguração, os discípulos o interrogam dizendo:

"Por que, pois, os escribas dizem que é preciso que Elias venha antes?"

Jesus respondeu: "É verdade que Elias deve vir e restabelecer todas as coisas, mas eu vos declaro que Elias já veio, e não o conheceram, mas o trataram como lhes aprouve. É assim que eles farão sofrer o filho do homem."

Ele estava falando que João Batista era Elias, que havia reencarnado.

2- Quando Jesus disse a Nicodemos (senador dos Judeus):
"Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo".

Nicodemos pergunta: "Como pode nascer um homem que está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe, para nascer uma segunda vez?".

Jesus responde: "O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do espírito é espírito".

Kardec pergunta aos Espíritos: Como a alma que não alcançou a perfeição na vida corpórea acaba de depurar-se? (L.E. Q.166)

R - Suportando a prova de uma nova existência.

Assim, a justiça divina começa a fazer sentido, também toma forma o conceito de um Deus bom e justo, caindo por terra a idéia de um Deus cruel e vingativo.

Então o que é a reencarnação? Seria uma punição?

A reencarnação não é punição, é nova oportunidade de crescimento espiritual. Oportunidade de reparação de atos delituosos cometidos por nós em outras oportunidades.

Se excluirmos a possibilidade da reencarnação, e tomando por base um irmão que tenha nascido com uma doença terrível ainda viver uma única vez, esta doença representaria um castigo terrível, um capricho de Deus, esta criatura não teria a oportunidade de progredir.

A Lei da reencarnação preenche as lacunas, explicando esses fatos e torna notório o quanto Deus é justo, bom e misericordioso. Nós, seres criados por Deus, muitas vezes transgredimos suas leis e, por isso mesmo, somos forçados a sofrer as conseqüências.

A terceira Lei da Física, de Isaac Newton diz: "A toda ação corresponde uma reação de igual intensidade e direção, mas em sentido contrário".

No plano moral, ou espiritual, a Lei de Ação e Reação pode ser enunciada conforme diz Emmanuel.

"É livre a semeadura, porém obrigatória a colheita".

Uma boa ação na vida presente terá uma boa reação na vida presente ou futura, enquanto que uma ação má terá uma reação má, se não agora, numa próxima reencarnação que representará uma oportunidade de reparar o débito contraído.

Assim, a Lei de Ação e Reação nos ensina que somos responsáveis pelo nosso sofrimento ou pela nossa felicidade. A causa de nossa infelicidade ou felicidade deve ser buscada dentro de nós e não fora; com a reencarnação o espírito é direcionado à conscientização e à prática do bem.


Evidência científica – As principais são:


Gênios precoces: São crianças-prodígio, que desde a idade mais tenra mostram possuir conhecimentos de tal ordem a respeito dos mais diversos temas, que seria impossível explicar sem a certeza de que viveram antes.

Kardec tratou deste assunto na questão 219 L.E., onde pergunta: Qual a origem das faculdades extraordinárias de indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, como línguas, cálculos etc.?

R: Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas do qual não tem consciência. O corpo muda, mas o espírito não, apenas troca de vestimenta.


Recordações espontâneas de vidas passadas: Caracteriza-se pelo fato de pessoas, especialmente crianças, passarem a se recordar espontaneamente de vidas anteriores.


Regressão de Memória a Vidas Anteriores: Desde o final do século passado o francês Alberto Rochas, realizando experiências com regressão de memória, conseguiu levar uma das suas pacientes a uma existência precedente. A partir daí vários outros cientistas de diversas partes do mundo começaram a desenvolver essas técnicas, conseguindo anotar milhares de referências concordantes com o princípio da Palingênese.


Recentemente, esse processo foi desenvolvido com fins terapêuticos. Esses processos, ainda no campo experimental, portanto não-aceitos pela ciência oficial, receberam o nome de TVP (Terapia de Vidas Passadas). Em medos do ano 2004, a revista "ISTO É" publicou uma matéria na qual entrevista vários especialistas que trabalham com isso e já existem alguns casos positivos, porém, há também uma corrente contrária. Em breve poderemos ver a ciência comprovando a reencarnação.

Objetivos da Reencarnação



A reencarnação é uma necessidade evolutiva, porque somente ao contato com a matéria física consegue o espírito certos elementos necessários ao seu progresso.


A esse respeito o espírito São Luiz diz o seguinte (E.S.E cap. IV):

"A passagem dos espíritos para a vida corpórea é necessária, para que eles possam realizar, com a ajuda do elemento material, os propósitos cuja execução Deus lhes confiou. É ainda necessária, por eles mesmos, pois a atividade que então se vêem obrigados a desempenhar ajuda-os a desenvolver a inteligência. Deus, sendo soberanamente justo, deve aquinhoar equivalentemente a todos os seus filhos. É por isso que ele concede a todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de ação".

De acordo com Kardec, didaticamente podemos classificar em três tipos:

Expiação



Segundo o dicionário, expiar é: 1- Sofrer as conseqüências de; 2- obter perdão, reparar, resgatar; 3- Purificar-se de crimes ou pecados.

A expiação surge como objetivo encarnatório. Quando o indivíduo, por excessos, maldade ou por imprudência fere a lei geral que cuida dos nossos destinos, torna-se incurso na lei de causa e efeito, para que, através do sofrimento, se reeduque.

"A expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que são conseqüentes a uma falta, seja na vida atual, seja na vida espiritual, após a morte, ou ainda em nova existência corporal."

Característica: Sempre dolorosa
Sempre ligada a uma falta

Prova ou Provação



Prova: Exame, concurso – ensaio, experiência.

Provação: situação aflitiva.


"A prova é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual."

As provas são uma série de situações apresentadas ao espírito encarnado objetivando o seu crescimento. Através do esforço próprio, das lutas e do sacrifício, ele vai burilando a sua personalidade, desenvolvendo a sua inteligência e se iluminando espiritualmente.

"Não se deve crer que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se, freqüentemente, de simples provas escolhidas pelo espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento". (E.S.E – Cap V – item 9)

Kardec lembra que nem toda prova é uma expiação, mas em toda expiação há uma prova, porque diante do sofrimento expiatório, o homem ver-se-à convidado a desenvolver (luta) pelos valores de resignação.

Característica:

- Não está vinculada a uma falta.
- Não é sempre dolorosa, embora possa ser.
- Representa sempre luta para crescimento pessoal.

Missão:

1- Função ou poder conferido a alguém para fazer alguma coisa, encargo, incumbência;

2- Comissão diplomática.

3- O trabalho dos missionários.


"Um espírito querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso." (E.S.E – Cap V – item 9)

A missão é uma tarefa específica que objetiva o bem da criatura.
Todo homem, sobre a terra, tem uma missão, seja ela pequena ou grande, porém, o objetivo é sempre o bem.

Característica:

- Tarefa especifica.
- Pressupõe certa condição evolutiva prévia.
- Objetiva o melhoramento de algo ou de alguém.


Capitulo VII L.E

Retorno à vida corporal

Prelúdio do retorno
O momento da reencarnação é acompanhado de uma perturbação maior e mais longa se comparado à perturbação da desencarnação. Na morte o espírito sai da escravidão; no nascimento, entra nela. É como um viajante que embarca para a travessia perigosa e não sabe se encontrará a morte nas ondas que enfrenta.

Assim, o espírito conhece o gênero de provas às quais se submete, mas não sabe se sucumbirá. (L.E livro II – Cap. VII - Questões 389 a 341).



Bibliografia

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Entendendo o Espiritismo – Editora Aliança
Iniciação Espírita – Editora Aliança - Autores diversos
Apostila do curso de Introdução à Doutrina Espírita – IDE – www.cvdee.org.br
O Consolador – Emmanuel / Francisco Xavier

 Conceituação Espírita

Lei da Evolução é o nome utilizado com mais freqüência hoje em dia pelos adeptos e estudiosos do espiritismo para se referir à Lei do Progresso, uma das dez "Leis Morais" a que alude Allan Kardec na Parte Terceira de O Livro dos Espíritos.

Segundo esse princípio, tudo o que existe está em contínua evolução, o Universo, os mundos e os seres, tanto os animados quanto os inanimados, isoladamente ou em conjunto.

"Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada na Natureza permanece estacionário."[1]

A Lei da Evolução é intimamente relacionada à Lei de causa e efeito e à Lei da Reencarnação, sendo essencial o entendimento das três leis para compreensão do todo.

[editar] A Evolução do Espírito e a Pluralidade das Existências

A Doutrina Espírita chama de "Espírito" ao "princípio inteligente" após alcançar o reino hominal, isto é, após atingir a consciência moral. O mito do paraíso perdido, constante do livro bíblico "A Gênese", pode ser intepretado como a perda da ingenuidade moral.

"As almas que animavam os humanóides viviam no Éden da ingenuidade. Não tendo ainda adquirido a consciência moral, isto é, sendo incapazes de discernir entre o certo e o errado, não eram responsáveis pelos seus atos, não sendo, portanto, submetidas a expiações. Quando essas almas provaram do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, isto é, quando sua consciência tornou-se madura e se tornaram Espíritos, elas foram expulsas do Éden da ingenuidade e passaram a comer "o pão com o suor do seu rosto", isto é, tornaram-se responsáveis pelos seus atos, submetendo-se, a partir de então, à Lei da Causalidade".[2]

A Lei da Evolução, aplicada ao Espírito, diz que, através de sucessivas encarnações, o mesmo auto-aperfeiçoa-se gradativamente nas dimensões intelectual e moral, deixando sua condição inicial de "simplicidade e ignorância" para se elevar à condição de pureza espiritual.

[editar] Evolução e Causalidade

Ensina a Doutrina Espírita que "O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la."[3] .

Sendo o Espírito dotado de livre-arbítrio[4] sobre suas ações e sendo ele responsável pelos seus atos, sempre que o indivíduo (espírito encarnado) pratica uma ação contra a lei de Deus, ele pratica o mal, devendo, portanto, reparar, em oportunidade futura, o mal que cometeu, o que fará tendo que repetir em piores condições experiência relacionada àquela onde ele errou, o que é chamado de expiação. Se, por outro lado, ele pratica uma ação conforme à lei de Deus, ele pratica o bem, nada tendo a reparar e credenciando-se a novas experiências que são chamadas de provas. Tal é a expressão da Lei de Causa e Efeito.

[editar] Evolução e as Diferentes Categorias de Mundos Habitados

A evolução dos mundos habitados[5] ocorre no mesmo ritmo da dos seres que habitam em cada um deles. Os mundos habitados, segundo o Espiritismo, podem ser classificados do seguinte modo:

  • Mundos Primitivos: destinados às primeiras encarnações do Espírito. São os mundos formados há menos tempo. Neles se encontram todos os seres nas suas fases iniciais de progresso.
  • Mundos de expiação e provas, onde domina o mal entre os Espíritos. Nesses mundos, algumas espécies animais já demonstram um certo grau de raciocínio e consciência. A exploração dos animais pelo ser humano e o desrespeito à natureza são preponderantes.
  • Mundos de regeneração, nos quais os Espíritos que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta. As demais espécies de seres vivos estão mais evoluídas e poucos são os seres humanos que as exploram para o trabalho ou para deles se alimentarem. É maior, também, o respeito pela natureza em geral.
  • Mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal. Nesses mundos a exploração das espécies animais pelo ser humano e o desrespeito pela natureza são reduzidos.
  • Mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. Todos os outros seres, nestes mundos, encontram-se no seu estágio final de desenvolvimento antes de passarem para o reino seguinte na escala evolutiva. Reinando somente o bem nesses mundos, a harmonia entre todos os seres é total.

A Terra pertence, ainda, à categoria de mundo de expiação e provas. É inegável, no entanto, que o mal, sob uma perspectiva histórica, vem diminuindo de forma sistemática e que já se pode dizer que as iniciativas voltadas para o bem são, pelo menos, tão numerosas quanto as voltadas para o mal. Pode-se concluir, portanto, que a Terra está entrando em uma fase de transição para mundo de regeneração. Mensagens espirituais que vem sendo recebidas no movimento espírita desde o final do século XX têm confirmado tal percepção.

[editar] Paralelos com o Budismo

Para o Budismo, há seis tipos de existência: Deuses, Semideuses, Humanos, Animais, Fantasmas famintos e Seres do Inferno; o renascimento em formas superiores ou inferiores seria determinado pelos bons ou maus atos, ou karma, produzido durante vidas anteriores.

Nas diversas vertentes do Budismo não existe a idéia de um Plano Espiritual onde vivem os espíritos desencarnados, como existe no Espiritismo. Para elas, a alma transita continuamente entre os diversos reinos acima, cada um com suas características distintas.

Outra diferença entre o Budismo e o Espiritismo é com respeito à questão da evolução entre os reinos. Para o Espiritismo, os reinos possuem fases progressivas de aprendizado. Assim, quem já reencarna como ser humano, nada mais tem a aprender como animal. Para o Budismo, por outro lado, alguns humanos podem precisar viver existências como animais em função de seu karma.

[editar] A Evolução nos Reinos da Natureza

As ciências que estudam o comportamento animal, tanto a Etologia, quanto a Psicologia Comparativa surgiram no século XX, após, portanto, Kardec ter escrito a Codificação. Assim sendo, para se ter uma melhor compreensão de como o princípio inteligente evolui através dos reinos da natureza, é recomendável um estudo das obras que constam de uma bibliografia não exaustiva sobre o assunto que consta ao final deste artigo.

É importante observar, para compreensão dessas obras, que, para o Espiritismo, a humanidade está em um reino à parte dos demais animais, reino este que é chamado de hominal, como visto mais acima, uma vez que somente o ser humano possui a consciência moral.

[editar] Quadro demonstrativo

No quadro ao lado pode-se ter uma idéia de como se procede a Evolução do Espírito, através das sucessivas reencarnações.

Por este quadro vê-se que, quando mais próximo do grau zero, menos evoluído será o indivíduo, ao passo que aquele que mais se aproximar de 10 será uma pessoa com alto grau de conhecimento e amor, ou seja, de sabedoria e, depois dele, terá atingido um grau comumente chamado de angelitude, o que na "escala espírita[6] correponde ao estágio de Espírito Puro.

[editar] Referências

  1. Item 19 do Capítulo III de O Evangelho segundo o Espiritismo
  2. Trecho do artigo Adão e Eva, que faz uma interpretação do mito sob a luz do Espiritismo.
  3. Resposta à questão 630 de O Livro dos Espíritos, que foi: "Como se pode distinguir o bem do mal?"
  4. O livre-arbítrio faz parte da Lei da Liberdade, uma das Leis Morais, sendo tratado em O Livro dos Espíritos da questão 843 à 850.
  5. A progressão dos mundos e as diferentes categorias e mundos habitados são assuntos tratados no Capítulo III de O Evangelho Segundo o Espiritismo
  6. Questões 100 a 113 do Livro 2, Capítulo I de O Livro dos Espíritos.

Livre-Arbítrio

Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas

Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é construído todos os dias. Através de pensamentos e ações, o espírito e seu grupo cultural escolhem e determinam seus caminhos, exercitando uma característica indissociável do ser inteligente: o livre-arbítrio.

A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso.

O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa, tanto no polissistema espiritual como no material.

Ao somar conhecimentos novos, o ser modifica a visão que tem de si mesmo, dos outros, do mundo e de Deus, ou seja, amplia a sua consciência, evolui. O conhecimento e o comportamento resultantes das situações enfrentadas delimitam um caminho próprio para cada ser inteligente. De acordo com as suas escolhas, ele tem experiências diferentes e, em conseqüência, conhecimentos diferentes, que desenham uma seqüência própria que lhe confere individualidade. Na construção do perfil que caracteriza como único cada espírito (inteligência, afeto, sentimento, valor, consciência) a liberdade de escolha, o exercício do livre-arbítrio, é o que permite ao ser inteligente alcançar os objetivos da vida.

Os segmentos de conhecimento acumulados pelo espírito no decorrer de suas experiências determinam, proporcionalmente, uma capacidade de entendimento, compreensão e construção. O conhecimento que o espírito possui permite que ele solucione várias situações da vida. Dentro do limite do que já é conhecido pelo espírito as situações não se constituem em dificuldade e a sua resolução contribui para que os que convivem com o espírito alcancem, também, o conhecimento que ele domina.

Entretanto, como as experiências vividas são limitadas, o que o espírito sabe também é limitado. As dificuldades apresentadas na superação de algumas situações indicam as limitações do espírito.

A solução, o conhecimento capaz de resolver a dificuldade, no entanto, não se encontra pronta; deve ser construída, adaptada às características únicas da situação e das pessoas envolvidas. A construção da resposta se faz da própria experiência do espírito ou da experiência acumulada pelo outro, encarnado ou desencarnado, que será adaptada ao edifício de conhecimentos do espírito, de acordo com a sua capacidade de raciocínio, seus sentimentos, seus valores e seu entendimento. É a liberdade de escolha que determina quais segmentos de conhecimento, tanto em qualidade como em quantidade, serão assimilados e como serão acomodados e equilibrados em relação aos conhecimentos que já constituem o ser, de forma coerente, para sustentar comportamentos.

As situações que o espírito enfrenta ao longo de sua trajetória, tanto no polissistema espiritual como no material, podem ser uma conseqüência direta de suas atitudes anteriores, ou podem ser condicionadas por variáveis além do seu controle. Entretanto, a escolha que o espírito adota diante da situação apresentada é de sua completa responsabilidade. Dentro dos limites de seu entendimento, o espírito é responsável pelas conseqüências, efeitos, desdobramentos e novas situações geradas a partir de suas decisões.

Diante do desafio e de acordo com sua liberdade de escolha, a resposta do espírito poderá estar situada entre o "hediondo" e o "sublime". No entanto, com maior probabilidade, a resposta será compatível, coerente, com as decisões anteriores que a pessoa já tomou. Haverá escolhas mais ou menos adequadas para um certo espírito em um dado momento. Como os caminhos são múltiplos e as situações enfrentadas são diferentes, as respostas deverão ser diversas. O critério para se encontrar a resposta mais adequada será sempre individual. A coerência entre a verdade alcançada e a sua prática deverá nortear a escolha consciente. Quanto maior o cruzamento de experiências que puder ser mobilizado e considerado antes da tomada de decisão, maior a probabilidade dela estar coerente com a história de vida da pessoa até então; maior a chance da decisão preencher a necessidade do espírito naquele momento. O auto-conhecimento, portanto, é fundamental, para o exercício pleno do livre-arbítrio.

Escolhas que afastem o ser inteligente da coerência com sua história propiciam desdobramentos com menor qualidade ou quantidade de experiências e, conseqüentemente, reduzem o aproveitamento daquela seqüência de experiências.

Muitas vezes, no entanto, as conseqüências de uma atitude ou pensamento podem não ser tão significativas. A escolha pode alterar a ênfase e a direção da trajetória, modificando as possibilidades existentes, mas sem conotação positiva ou negativa. As experiências possíveis, após a decisão, passam a ser diferentes das planejadas, mas igualmente significativas para a evolução do espírito na medida em que segmentos diferentes de conhecimento são explorados.

As conseqüências que se seguem ao exercício de escolha, propiciam experiências que vão contribuir para o crescimento do espírito na medida em que ele, consciente, se empenhe em aproveitá-las. O espírito cresce na medida em que se esforça por preservar ou ampliar as experiências que são favoráveis ou modificar as que não são adequadas.

O exercício do livre-arbítrio sofre a influência dos chamados paradigmas da cultura, da inteligência e da contingência, que podem potencializar ou dificultar o seu exercício pleno.

As influências sobre o livre-arbítrio são em primeiro lugar relativas ao conhecimento alcançado. Quanto maior o domínio sobre um segmento de conhecimento, tanto maior será o entendimento e a responsabilidade sobre as decisões. As decisões tomadas por uma pessoa, no exercício de seu livre-arbítrio, podem alterar, potencializar ou limitar o exercício do livre-arbítrio de outras pessoas.

O exercício do livre-arbítrio é tanto uma atividade individual como do grupo social. As limitações e as capacidades do espírito se relacionam com as do grupo. As limitações e as capacidades do grupo refletem a soma da mentalidade de seus membros, determinando uma massa crítica que sustenta ou inibe algum tipo de comportamento. O meio cultural, no qual um espírito está encarnado, determina um quadro dentro do qual ele passa a se mover. Este quadro facilita atitudes e comportamentos na medida em que algumas soluções já experimentadas estão à disposição como exemplo. Em contrapartida, pode limitar, ao aceitar apenas comportamentos com características aceitas pelo grupo, dificultando a exteriorização das potencialidades do espírito. Atitudes que atuem contra a mentalidade dominante do meio cultural exigem maior esforço para a sua sustentação, necessitando do apoio de um referencial diferenciado.

O grupo cultural evolui, muda seu comportamento, na medida em que seus membros evoluem, ou seja, esforçam-se para romper suas limitações, que também são, em parte, as do grupo. O grupo, não esquecendo de considerar aqui a família, pode determinar, criticar, inibir, sustentar, reforçar, permitir, propiciar, direcionar, induzir, limitar e estimular pensamentos e atitudes. O meio cultural é a maneira pela qual uma pessoa compartilha suas experiências com os outros.

A inteligência, como capacidade de resolver problemas, determina uma ou algumas abordagens preferenciais que selecionam o que será considerado como problema, as respostas alcançadas e os caminhos que serão utilizados. Se há facilidade por um lado, por outro limitam-se as opções. A forma pela qual a cultura, associada às características biológicas estruturou a inteligência, direciona a solução de problemas.

Há ainda, afetando o livre-arbítrio, as chamadas contingências, entendidas como incertezas sobre se uma coisa acontecerá ou não, o que pode ou não suceder, o eventual, o incerto, determinado por variáveis fora do controle da vontade da pessoa ou grupos envolvidos.

O espírito que reencarna se submete a algumas condições pelo fato de estar na Terra que também afetam o exercício do livre-arbítrio. A alimentação, o sono, o envelhecimento, as limitações do físico, da visão, da audição, as formas de comunicação, as condições do meio ambiente, etc.

Dentre os conceitos fundamentais que compõe o núcleo do Espiritismo, o livre-arbítrio é o aspecto da lei maior que sustenta a evolução do universo inteligente. Livre-arbítrio é a ação do espírito no limite de seu conhecimento, e responsável na medida de seu entendimento.

 

 

A Humildade

Raul Franzolin Neto

Não há dúvida alguma de que a característica comportamental do ser humano, a humildade, influi de maneira decisiva nos rumos da vida em sociedade. Desde os tempos mais longínquos de vida na Terra, em que a natureza obrigava o homem a empregar grandes esforços na sua luta pela sobrevivência em um mundo hostil, é de se esperar que a união em harmonia e equilíbrio promova melhores resultados do que a sociedade onde impera a vaidade, o orgulho, o individualismo e a falta de humildade em atos e ações.

Nos dias modernos, com o avanço científico e tecnológico, onde a transformação de bens materiais brutos em componentes imprescindíveis à vida do homem moderno, cada vez mais a competitividade na geração do trabalho pessoal e coletivo torna-se maior e mais forte, sendo o fator humildade o grande diferencial para o sucesso de uma reencarnação produtiva e mais feliz.

Assim, estudarmos a humildade como componente do comportamento humano, visando melhor desempenho da sociedade, é fundamental a fim de promover as reestruturações e adaptações no novo mundo regenerado.

Analisar a humildade do ponto de vista de bens materiais é o mesmo que analisar uma pedra como fator responsável pela morte de uma criatura atirada para tal finalidade. É necessário, portanto, avaliar a humildade como característica intrínseca do indivíduo, herdada desde a criação do Espírito, como centelha componente do amor Divino e sujeita a todas as leis da evolução humana, rumo à perfeição.

É muito comum definir como sinônimo de humildade, a pobreza, ou seja, o homem com deficiência ou ausência de bens materiais os quais não podem promover o conforto de uma vida saudável e tranqüila para ele em nosso planeta. Assim, quanto mais miserável for a pessoa, mais ausente de bens materiais, mais humilde ela seria. Essa análise é absolutamente materialista e improcedente, pois se a característica é intrínseca ao Espírito, ela não pode ser extremamente materialista.

Devemos sim, respeitar todas as formas de crenças e aqueles que se julgam com necessidade de estar entre a miséria para aproximar-se da humildade devem mesmo seguir a ordem natural das coisas. Aliás, muitas dessas pessoas estão de fato no caminho da verdadeira humildade espiritual, levando uma vida de simplicidade, de amor a natureza com desprendimento material. Mas o que é uma vida ligada à matéria e o que é o significado de desprendimento material?

Caso o conceito de humildade signifique a pobreza, a miséria, seria lógico raciocinar de duas, uma. Ou a humildade não significa nada na evolução do homem, ou a pobreza, miséria, riqueza não estão totalmente ou parcialmente ligada a ela. Como já dissemos que a humildade é de fato importantíssima na evolução da humanidade, ela se exterioriza nos atos e ações do espírito e não nas situações de posição social a que ele se encontra no momento.

Evidentemente, como o espírito caminha em evolução eterna no seu aprimoramento pessoal, na sua passagem pela matéria terrestre, os bens materiais não devem ser importantes para a sua evolução espiritual. Cabe ressaltar que o conhecido ditado popular - "a pessoa não leva nada dos bens adquiridos aqui depois da morte" não é correto, pois mantém as atitudes e gostos vivenciados quando reencarnada, após o seu desencarne. Na sua nova jornada, no plano espiritual, continua normalmente a luta em seu aprimoramento pessoal.

A forma e não o fundo é o diferencial importante. Por exemplo, um indivíduo adquire um carro bom, confortável, com boa segurança, necessário a sua atividade de vida e compra com recursos do seu próprio esforço. Para ele, o carro é um meio de vida, assim ele o vê e o usufrui. Outra pessoa, bem mais pobre, adquire um bom carro com a intenção de se sentir melhor do que os outros, mais poderosa, mesmo a duras penas, as aparências são mantidas. Neste caso, o carro satisfaz a sua vaidade, o seu orgulho, nada mais. Onde está o desenvolvimento mais aperfeiçoado da humildade? Certamente não é na posição social em questão. A forma é a visão que se tem do bem, o fundo é a visão que se tem do indivíduo com base na sua posição social. Um homem rico pode ser muito mais humilde que um pobre, pois a condição de riqueza e pobreza é uma condição que deve mesmo ser definida antes da reencarnação, sendo, portanto, temporária.

A verdadeira humildade está no espírito e não na condição reencarnatória. O espírito utiliza de todos os meios possíveis para sua evolução e assim, aliás deve experimentar as mais diversas formas de condições reencarnatórias, passando inclusive pela reencarnação em locais de miséria, pobreza, riqueza, diferentes culturas, raças, credos, na deficiência de meio intelectual, nos meios científicos e acadêmicos, etc. É dessa forma, que ele evolui mais rapidamente passando por muitos caminhos, e principalmente, naquele que mais se despreza, que mais odeia no momento. Nesse ponto, há a total desarmonia espiritual e somente através do sentimento real daquela situação, promove a oportunidade de luz para resgatar o seu equilíbrio pessoal. Por isso, veremos sempre pessoas de grande humildade vivendo momentaneamente entre os meios mais ricos, e certamente, aproveitam essa oportunidade com grande propriedade promovendo a verdadeira caridade, além da material, do seu exemplo de vida em favor do bem comum. Por outro lado, veremos também o inverso, a falta visível de humildade na pobreza, denotando vaidade, orgulho e sem o mínimo interesse pelo seu semelhante.

Numa reencarnação na condição de riqueza, há uma responsabilidade muito maior para a evolução do espírito, pois o meio é muito mais propício a ambição, vaidade, orgulho, etc.

Graças à doutrina espírita temos agora a nossa visão ampliada da humildade, pois observamos o indivíduo como um todo, com sentimentos, atos e ações adquiridos ao longo do tempo, quer no plano espiritual quer no plano terrestre. E tudo se confunde. Não é a simples visão da sua condição reencarnatória atual que deve ser apenas considerada. No plano espiritual, a visão se amplia, e muito.

"Vindo de dentro do ser humano, a humildade é característica daqueles que têm a caridade como meta na evolução do espírito.

Ser humilde não significa ser desprovido de bens materiais, mas ser capaz de aceitar a sua condição na escala evolutiva a que todos estamos sujeitos.

Ser humilde é ser capaz de aprender com pequenos gestos e estar sempre aberto a novos conhecimentos em prol da humanidade.

O maior bem que pode um ser humano almejar é a humildade, pois ela é capaz de construir caminhos que levam à luz, caminhos que permitem o companheirismo sem interesses e egoísmo.

Ser humilde é reconhecer no outro o seu valor. É elevar a auto-estima do amigo e pessoas de jornada evolutiva, através do seu exemplo de vida, sempre fundado na verdade e no bem.

Sede humilde e conseguirás a sabedoria, pois ela é a fonte da inspiração a que todos buscamos nessa jornada.

Estejas sempre atento às atitudes grotescas que destroem a harmonia do seu ambiente no lar, escola, trabalho, etc.

Estejas pronto a ajudar os menos favorecidos que você.

Sejas humilde o suficiente para ensinar aquilo que um dia alguém teve a paciência de transmitir a você. A felicidade depende dessa sua estada.

Quanto mais humilde, mais oportunidade de conhecimento terás e maior será a tua recompensa.

Ajude um amigo e sempre será ajudado quando precisares. Não que esse seja o objetivo da caridade, mas é a lei que rege todo o universo: quanto mais amor for dado, mais amado serás..."

(Mensagem psicografada em reunião familiar)

Muita Paz,

Raul Franzolin Neto
Editor GEAE

(Publicado no Boletim GEAE Número 475 de 18 de maio de 2004)

 




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