segunda-feira, 8 de setembro de 2008

QUANDO O AMOR ADOECE



Quando se inicia a mágica da paixão, do flerte e do calor humano que aflora na pele o corpo reage como resultado da movimentação celular, hormonal, orgânica, enérgica, simbiótica do encontro de auras, interceptação de campos que tem como resultado o êxtase da paixão e da incondicional fusão de corpos e sentimentos.
Momentos se sucedem, tornam-se inesquecíveis e as sensações ficam impregnadas no perispirito que às vezes reconhece as marcas de outrora, quando não é algo completamente novo e desconhecido no espírito que se encanta e começa a perceber que este encontro parece fazer tornar um novo e único corpo, pela lei da afinidade e sintonia regada a atração física e surreal. Depois de um tempo começam a aflorar as diferenças, os mal entendidos e mal comunicados, que a principio parece ser contornado com o jeito e o tempo,ou o controle e a vontade impostos. É o fator emocional que tenta se amoldar, ou relevar sem entender que é necessário ceder e respeitar, face a diferentes formações culturais,educacionais, internalizadas em vidas passadas e que faz-se necessário um esforço intimo que não se está disposto a fazer visto que o melhor é que o outro faça força em mudar. Mais momentos se sucedem as diferenças se mostram cada vez mais consolidadas,repetitivas e nossa reação inerte faz adiar o inevitável: a doença do amor.
Não se questiona aqui a nobreza inconfundível do amor e a sua transcendência mas aquilo que expressamos e sentimos no nosso evolutivo ser o amor,portanto ele não se torna aquilo que esperamos e daí começamos a misturar os diversos tipos de sentimentos que o corrompem, tais como o ciúme,o desrespeito, a posse, o descontrole, a raiva, a indiferença, a falta de paz interna, o apego que nos deixam cegos para tomar a decisão de seguir adiante tentando mudar ou partir para uma nova felicidade.Mas já estamos presos, perdidos,sofrendo e as lembranças construídas insistem em não sair da mente e do coração que alega sentir saudade e aperto. Afinal o que se sente quando o amor adoece? Ou será que não era amor que era sentido e foi confundido com algo diferente. “O amor é bom, não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece”, “ é chama que arde sem se ver”, “é ferida que dói e não se sente”,”é cuidar que se ganha em se perder” são trechos de Luis de Camões que foram lembradas na canção Monte Castelo de Renato Russo. Quando o amor adoece tudo que alimentamos de bom e passou a fazer parte da nossa alma, parece agora querer sair como a lava de um vulcão prestes a explodir e traz dor e desilusão. Falta o ar,perde-se o sono,a auto-estima é abalada e o mundo nos deixa mais tonto. É assumir a doença da alma que insiste em nos fazer sofrer e abalar,desequilibrar nossos pensamentos. É o caminho da cura, mesmo que os efeitos colaterais insistam e tentar nos derrubar.
Afinal o que é o verdadeiro amor,que nos cura, nos alimenta e nos traz a vida. É necessário um novo para esquecer o velho que nos fez sofrer?Sera que Deus planeja para nós um novo tendo como condicionante a superação do antigo? Afinal o que é o amor?

Manoel Trajano
13/06/07 – 23:00 a 23:12

Nenhum comentário: