sábado, 31 de outubro de 2009

Bens Verdadeiros

Os verdadeiros bens são aquêles que têm caráter inalienável. O que transita não constitui posse, antes é mordomia. Nesse particular, os tesouros terrenos valem pela tônica que lhes emprestamos, caracterizados pelas paixões que envilecem, aquêles que os dominam parcialmente ou pela dinâmica do trabalho valioso que fomentam.
A posse monetária, no entanto, em si mesma não é responsável pelos bens que produz nem pelos males que gera.

Manipulando a posse encontra-se sempre o espírito, que a faz nobre ou perniciosa.
O dinheiro, de tão desencontradas conceituações, não é o responsável direto pela miséria social nem o autor das glórias culturais.

A moeda que compra consciências é a mesma que adquire leite para a orfandade; o dinheiro que entorpece o caráter é aquêle que também salva uma vida, doando sangue a alguém que esteja à beira da desencarnação; o numerário que corrompe moçoilas invigilantes, fascinadas pelo momentâneo ouropel da glória social, faculta igualmente sucesso às grandes conquistas do conhecimento.

Se êle favorece o tráfico de entorpecentes e narcóticos, a prostituição e rapina, também estimula o progresso entre as Nações, drena as regiões pantanosas e transforma os desertos em abençoados pomares, educa...
Em mãos abençoadas pela caridade, êle dá lume e pão, distribui reconfôrto e alegria, difunde o alfabeto e a arte, amplia a fraternidade e o amor, atenuando as asperezas da senda. por onde transitam os infelizes.

Movimentado por ociosos consome-se na usura e, insensatamente, vai conduzindo para perverter, malsinando vidas e destroçando-as.

As legítimas fortunas são as que têm fôrça indestrutível.

Valem muitas vêzes menos, porque desconsideradas pelo egoísmo geratriz dos males que infestam os espíritos multimilenarmente. Raros as disputam. São os valôres morais.
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Certamente a ganância, resultante da má educação religiosa e social do homem, fomenta os crimes que são catalogados como conseqüências das riquezas mal dirigidas. A ganância. de uns engendra a miséria de muitos e a ambição desmedida de poucos faz-se a causa da ruína generalizada que comanda multidões.

O Evangelho de Jesus, no entanto - inapreciável fortuna de paz e amor ao alcance de todos -, possui a solução para o magno problema da riqueza e da pobreza, em se referindo às leis do amor e da caridade que um dia. unirão todos os homens como verdadeiros irmãos.
E o Espiritismo, confirmando as lições do Senhor, leciona, soberano, graças à informação dos imortais, que o mau uso da riqueza impõe o recomeço difícil na miséria, àquele que a tenha malbaratado.

Multiplica, então, os bens verdadeiros de que disponhas nas leiras do amor e reparte os valôres transitórios de que te faças detentor na seara da Caridade para que tranqüilos sejam os teus dias no Orbe e feliz o teu renascimento futuro, quando de volta à Terra
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"Vendei o que possuís e dai esmolas. fazei para vós bolsas que não envelheçam, um tesouro inexaurível nos céus, onde o ladrão não chega nem a traça roi". Lucas: capítulo 12º, versículo 33.
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"O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16º - Item 9.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 48. Salvador, BA: LEAL.


Enviado por Francisco Cortizo/BA

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