O CASAMENTO RELIGIOSO E O ESPIRITISMOCarlos Augusto ParchenVamos abordar aqui a questão do casamento, mais especificamente do casamento religioso. Para esta abordagem, devemos que nos lembrar que o Espiritismo Kardecista não tem nenhum ritual. Nenhum, absolutamente. Não só do casamento, mas nenhum outro.A prática religiosa Espírita é baseada exclusivamente no Amor a Deus e na Fé raciocinada. Para o Espírita Kardecista, ter religião significa "estar ligado a Deus', pois a palavra "religião" significa exatamente isso: ligar-se a Deus.Se analisarmos o Evangelho do Mestre Jesus, veremos que não está instituído, em nenhum momento dele, o casamento como ato de ligação a Deus (ato religioso) ou de fé. Veremos que o Cristo fala, a respeito da união de Homem e Mulher "....não separe o Homem o que Deus uniu....", que foi tomado como base teológica para o ritual (sacramento) do casamento e da indissolubilidade eterna do casamento religioso.Em verdade, o que o Cristo pretendeu nos dizer, é que o amor verdadeiro entre Homem e Mulher, é conseqüência do Amor Divino que é, assim, verdadeiramente abençoado por Deus, e que o Homem (ser humano), não deve tentar separar as pessoas que se unem pelo amor verdadeiro, pois a esses, Deus (AMOR) uniu.Na verdade, o casamento religioso foi, durante muitos séculos, a única forma de "legalizar", de "oficializar" a ligação estável entre Homem e Mulher, de estabelecer regras de conduta e de responsabilidade para o "casamento", para a vida familiar. Devemos nos lembrar que a época, não havia registros, não havia cartórios, sistemas de documentações, certidões, leis, etc.Inicialmente, apenas o poder moral da Religião e o medo da "punição Divina" garantia os direitos e deveres no casamento. O Sacerdote ou o Pastor ou o Pajé ou o Curandeiro ou o Monge, exerciam o papel de "fiador" do compromisso, em nome da Divindade, do Ser Superior.Mais tarde, as Igrejas, as Ordens Religiosas, os Templos, quando já existia a escrita, mantida apenas em grupos herméticos e de iniciados, passaram também a proceder e manter o registro formal das uniões (casamento), ampliando a estabilidade das mesmas, pela possibilidade de encontrar-se registro de quem era ou não casado.Em muitas culturas e religiões, antigamente e mesmo hoje em dia, o casamento não é um ritual religioso, mas sim uma cerimônia familiar, onde o compromisso de Homem e Mulher é assumido, pelos noivos, perante a comunidade, perante a família e perante o representante da Religião, sendo o casamento celebrado pelo Patriarca ou Matriarca da família, e não pelo Sacerdote ou representante religioso. Mas também desse modo cumpre seu efeito de "fiador" e estabilizador da união.Também é importante lembrar uma realidade estatística: - todas as Religiões Judaico-Cristãs do mundo, somados todos os seus adeptos declarados, constituem cerca de 1/3 (33%) da população mundial. Portanto, cerca de 2/3 da população mundial não segue o Cristianismo, e têm outros conceitos a respeito do casamento e da forma de celebrá-lo.Com a evolução da sociedade, com a criação das Constituições dos países, das Leis, do avanço e aperfeiçoamento do registro público, o casamento civil passou a ser o controlador da estabilidade, dos direitos e dos deveres do casamento, da proteção da mulher e dos filhos, da garantia de herança e sucessão.O casamento religioso ficou como o rito ou Sacramento específico das Religiões, especialmente as Judaico-Cristãs. Mais modernamente, veio se transformando muito mais numa ocasião social do que num ato de fé verdadeira, o que está sobejamente demonstrado pelo enorme número de separações que ocorre entre uniões com menos de 5 anos de duração, quase todos casados também em cerimônia religiosa.Quando o Espiritismo surgiu, o casamento civil já era uma realidade. Não havia mais necessidade do casamento religioso como "regulador". O Espiritismo, baseado na fé raciocinada, na fé verdadeira, na lógica e na razão, não trouxe para seu seio nenhum ritual. A sociedade já podia dispensá-los. A ligação com Deus (Religião) nunca precisou deles. O Evangelho do Cristo era para ser praticado no dia-a-dia, e não transformado em rituais.Não estamos aqui falando mal do casamento religioso. Muito pelo contrário. O extremo respeito que o Espiritismo tem pelas Religiões, já nos impediria disso. Cada um deve seguir o que preceitua sua crença religiosa. Só estamos explicando porque o Espiritismo Kardecista não tem a cerimônia ou ritual de casamento, e porque os Espíritas formalizam sua união no civil, não necessitando do casamento religioso enquanto ritual, cerimônia ou preceito religioso.Para os espíritas, existe um guia seguro para que os casais aprenderem a consolidar sua união no dia-a-dia. É a prática da própria Doutrina Espírita, em sua integralidade. E tudo pode ser resumido em três palavras: Amor, Tolerância e Perdão. E num exercício diário: o do aprendizado constante.Ao decidir pelo casamento, Homem e Mulher estão assumindo uma grande responsabilidade, um grande compromisso. Estão iniciando uma nova família. A família é, e sempre será, a grande escola de evolução, de aprendizado, de crescimento espiritual, se bem aproveitada. Cabe a cada casal fazer com que sua família seja a melhor das escolas, a que ensina o caminho de apreender-se a felicidade.Para isso, devem ter em mente que sua nova família deve ensinar amor e caridade. Para ensinar, é necessário praticar. Praticar diariamente. Aprender com os erros. Aprender a não mais errar. Aprender a acertar cada dia mais. Aprender a ser feliz.Esse é o casamento verdadeiramente abençoado por Deus. E ele independe das religiões.(Artigo escrito em outubro de 2002 e reproduzido do site do Centro Espírita Luz Eterna - CELE - com a autorização do autor)Enviado por Teylo Vasconcelos/BA
Concordo com a abordagem do texto,portanto só discordo da especificaçao Espiritismo Kardecista. Na verdade é apenas ESPIRITISMO.Complementos como esse é invenção do homem para segregar,separar,dicossiar diante de seus interesses excludentes e que nada tem a ver com a Doutrina,basta ler as grande obras. Daí surgiram-se tambem termos como Centro Espírita Ubamdista,Kardecista,Universalista e por aí vai...Para completar discordo da passagem " Espiritismo Kardecista não tem a cerimônia ou ritual de casamento, e porque os Espíritas formalizam sua união no civil, não necessitando do casamento religioso enquanto ritual, cerimônia ou preceito religioso.". Nao existe essa restrição,ora bolas,de onde o autor tirou isso? A liberdade que temos de casar de acordo com o consenso com o parceiro,companheiro é que torna a coisa linda. Sou católico de batismo e hoje sou espírita mas respeito todas as religiões e se minha companheira quiser casar no religioso,que mal tem isso? Farei com prazer,da mesma forma se quiser ser na praia,hawaiano,com hula-hula. Quando o ator CAIO BLAT casou em cerimônia espírita numa praia,senao me engano,achei massa. Idem para aquele Henri Castelli. Ambos ja separaram de suas esposas(pura coincidencia).
Gente,vamos ser é feliz. O espiritismo como Cristianismo da Era Moderna não proíbe,condena,julga,censura nada.ISSO É COISA DO BICHO HOMEM!
Grande beijo,
Trajano
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