No Espiritismo não existem rituais. Também não são ministrados sacramentos ou concessão de indulgências. O batismo é um ritual de alguns segmentos religiosos, principalmente da Igreja Católica e das novas orientações protestantes. Para o espírita, o batismo, enquanto procedimento ritual, não tem significado algum.
Segundo João Evangelista (Capítulo 4 – Versículo 1), Jesus nunca batizou ninguém. Mas como era uma prática muito antiga, já presente naquela época, por tradição era seguida. Jesus respeitou a prática, mas não a levou adiante. Seus discípulos é que o fizeram posteriormente. Quanto a Jesus, ele nunca se referiu ao batismo, e sim ao renascimento da água e do espírito (Evangelho de João, Capítulo 3), isto é, à reencarnação e à mudança de pensamentos e sentimentos.
Lucas, no Capítulo 3, Versículos 1 a 10, destaca que João Batista pregava o batismo do arrependimento para remissão dos pecados. Na seqüência, diz o Batista:
"Eu, na verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo; a sua pá ele a tem na sua mão, e limpará bem a sua eira; e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará palha em fogo inextinguível."
Cairbar Schutel, no livro 'O Batismo', publicado pela Editora O Clarim, lembra que o trigo representa aqueles que ouvem a palavra do Senhor e praticam a virtude, que se resume no amor a Deus e ao próximo; a palha representa os amigos do culto, das exterioridades, das cerimônias vãs, que terão de desaparecer da maneira como desaparece a palha sob a ação do fogo.
O batismo do Espírito Santo – o Batismo de Jesus – importa na comunhão do indivíduo com o 'Espírito Santo', ou seja, com o conjunto dos Bons Espíritos, seguidores de Jesus Cristo. Já o Batismo de Fogo é a destruição dos dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas e à raiz das quais está posto o machado, a fim de serem cortadas e lançadas ao fogo.
Portanto, para a Doutrina Espírita, mais importante que os cultos exteriores é a renovação interior do indivíduo, magnificamente expressa no 'Evangelho Segundo o Espiritismo' Capítulo XVII – Item 4:
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações."
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