terça-feira, 1 de junho de 2010

VOCÊ SABE O QUE É "O FIO DE ARIADNE" ?(EXPRESSÃO)



O Fio de Ariadne

Segundo a  mitologia grega, um jovem herói ateniense chamado Teseu ao saber que   sua cidade deveria pagar a Creta um tributo anual composto de  sete rapazes e sete moças, para serem entregues ao insaciável Minotauro que se alimentava de carne humana, solicitou ser incluído dentre eles.
O Minotauro vivia em um labirinto, constituído de salas e passagens intrincadas do palácio de Knossos, cuja construção é atribuída ao arquiteto ateniense Dédalo.
Ao chegar em  Creta, Teseu  conheceu  Ariadne, a filha do rei Minos,  que se apaixonou por ele.  Ariadne, resolvida a salvar Teseu, pediu a Dédalo a planta do palácio. Ela acreditava que Teseu poderia matar o Minotauro, mas não saberia sair do labirinto.
Ariadne deu um novelo a Teseu recomendando que o  desenrolasse à medida que   entrasse no labirinto, onde o Minotauro vivia encerrado, para encontrar a saída. Teseu usou essa estratégia, matou o Minotauro e, com a ajuda do fio de Ariadne, encontrou o caminho de volta.
Retornando a Atenas levou consigo a princesa. Depois de uma noite de amor, Teseu deixou-a na ilha de Naxos e ela nunca mais viu Teseu.
 
 

Desenrolando o fio de Ariadne

 

Planta baixa do palácio do rei Minos, Knossos, Creta
cerca de 1600 AC



Conforme a mitologia Teseu, um jovem herói ateniense, sabendo que a sua cidade deveria pagar a Creta um tributo anual, sete rapazes e sete moças, para serem entregues ao insaciável Minotauro que se alimentava de carne humana, solicitou ser incluído entre eles. Em Creta, encontrando-se com Ariadne, a filha do rei Minos, recebeu dela um novelo que deveria desenrolar ao entrar no labirinto, onde o Minotauro vivia encerrado, para encontrar a saída. Teseu adentrou o labirinto, matou o Minotauro e, com a ajuda do fio que desenrolara, encontrou o caminho de volta. Retornando a Atenas levou consigo a princesa.



Labirintos, é claro, não têm saída, a menos que encontremos o seu segredo, reconheçamos as suas encruzilhadas e tenhamos o fio que nos conduza por seus trajetos. Ao usarmos a metáfora do labirinto para introduzir nosso estudo sobre o hipertexto temos como objetivo desvendar os segredos, percorrer os trajetos, marcar encruzilhadas e confluências de uma linguagem nascente, aquela usada na comunicação, através do hipertexto disponível na Internet, tendo como fio condutor uma reflexão que nos permita encontrar saídas sem que nos percamos em críticas estabelecidas a priori ou em deslumbramento equivocado, mapeando as suas possibilidades e limitações.

Entendemos que esta nova linguagem propicia uma nova maneira de escrever e ler, abre caminhos para uma escritura-leitura não linear em que, à maneira das histórias de As 1001 Noites, na verdade infinitas, cada palavra pode ser o elo para um novo texto ou imagem, para uma nova história sobre o mesmo assunto, sob outro enfoque. Assim infinitas portas vão se abrindo no sentido de se aprofundar ou se ampliar conhecimentos sobre determinado tema à semelhança de um labirinto que se abre em novas salas e estas, por sua vez, conduzem a passagens que se abrem em outras, à semelhança, também, de um contador de histórias ou uma Princesa Sherazade que se dispõem a "contar outra" a cada "link" (interconexão ou nexo) ou palavra motivadora.

As razões que direcionaram nosso interesse para este tema se relacionam à visão de que cabe, não só àqueles envolvidos com as áreas tecnológicas, mas a todos aqueles que se dedicam à produção e transmissão do conhecimento, até porque este se encontra, hoje, no cerne das discussões, reconhecer a existência desta nova linguagem, refletir sobre ela, analisando-a sob os mais diversos aspectos e procurando verificar as mudanças que pode acarretar para o mundo do conhecimento, seja para sua transmissão, aquisição ou geração.

Sabe-se que a partir da segunda metade da década de sessenta, com a expansão do uso dos eletro-eletrônicos e sua conseqüente aplicação no ensino, alguns educadores se apresentaram, inicialmente, otimistas e entusiasmados para manuseá-los em sala de aula, entretanto por despreparo para enfrentar a mediação dos áudio-visuais, pela ausência de uma análise crítica que avaliasse seu alcance, problemas, limitações e, sobretudo, imposições mercadológicas não colheram os resultados esperados. Outros, exageradamente céticos, até mesmo preconceituosos, se postaram absolutamente contrários a quaisquer outros recursos que não o livro e a lousa.

Estas posturas, uma e outra, de forma bastante significativa no caso brasileiro, postergaram, com raras exceções por parte dos educadores, a discussão sobre as denominadas "tecnologias educacionais", na qual se insere o trabalho a que nos propomos.

Hoje, quando o tema volta a ocupar o centro das atenções, não há como deixar de tomar uma posição frente à aplicação, cada vez mais ampla, de uma enorme gama de recursos eletrônicos na educação, sejam eles da eletrônica espetáculo como a televisão, o cinema, a música, os jogos, sejam eles da eletrônica informática como os computadores, cuja tecnologia possibilita o hipertexto a que nos dedicaremos, as calculadoras e aparelhos programados.

Tais recursos, com enorme rapidez, vêm ocupando mais e mais espaço dentro da sala de aula e fora dela no intuito de fornecer informações cada vez mais completas e abrangentes num espaço de tempo cada vez mais reduzido, superando distâncias cada vez maiores entre aquele que ensina e aquele que aprende.

Os programas de educação continuada e à distância, por exemplo, até algum tempo atrás, dependentes de postagem, por isso mesmo lentos e complexos, em nossos dias, graças à televisão, aos aparelhos de vídeo e, mais recentemente, graças aos computadores conectados em rede, possibilitam aos alunos acessar, quase que instantaneamente, um sem número de conhecimentos.

É importante anotar, ainda, que a tendência dos recursos da eletrônica espetáculo e informática é uma intercomplementariedade cada vez mais intensa, adequando ao texto sons, imagens e animações, configurando-se, hoje, o que se prenunciava nos anos 80, pois a Informática, até então restrita aos usos técnicos e industriais, passou a fundir-se com as telecomunicações, a editoração, o cinema e a televisão.

Assim as tecnologias eletrônico-digitais colocam-se em nossos dias como infra-estrutura do ciberespaço - novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas, ao mesmo tempo, novo mercado de informação e de conhecimento (Lévy, 1999).

Não há, porém, porque deslumbrar-se com o nível de sofisticação das modernas tecnologias em um país como o Brasil que, em plena virada do milênio, apresenta, lado a lado, computadores de alta geração e um elevado índice de analfabetismo. Considerações como esta merecem e estão clamando por uma discussão mais aprofundada, pois, se não temos como nos impedir de constatar que a eletrônica, de uma maneira geral, vem moldando, em parte desta geração, um novo padrão de comportamento cultural, enorme parcela da população se encontra completamente alijada das ações educativas. Mais ainda, diante dos avanços tecnológicos, é necessário e urgente repensar a própria educação tendo presentes as mudanças, redimensionando, mesmo, os limites e formas do saber que a ela compete estimular e transmitir.

Sem sombra de dúvidas, a grande disseminação da tecnologia está alterando, de modo impressionante, nosso modus-vivendi. Postula-se até a necessidade de uma verdadeira "alfabetização áudio-visual" a ser ministrada pela escola, tal a carga de comunicação, a que estão expostos crianças e jovens. Entretanto, como afirmamos anteriormente, há que se pensar a questão, também, sob outro prisma: no que diz respeito à tecnologia, nossa história de colonizados nos situa, por um lado, numa posição de dupla subordinação, enquanto consumidores e usuários de produtos prontos, acabados, dos quais, a maioria das vezes, desconhecemos os princípios básicos. Por outro lado, o aumento e o uso pouco crítico, quase que desenfreado, do aparato tecnológico em projetos educacionais, em nosso país, evidencia, ainda mais intensamente, o contraste entre bolsões altamente desenvolvidos, onde a sofisticação tecnológica se impõe em níveis de primeiro mundo e regiões em que a pobreza clama pelo mais básico.

É importante, sim, que a tecnologia seja tema de debates, mas que, ao mesmo tempo, se encaminhe, também, uma discussão sobre os problemas existentes em lugares onde ela não está, estes talvez mais angustiantes e, porque não dizer, relacionados à supremacia dos lugares onde ela está.

O que nos cabe é procurar pensar o hipertexto, enquanto recurso ligado às novas tecnologias aplicadas à educação, deixando claro, porém, o seguinte: por parte daqueles envolvidos de forma mais direta no processo educacional, proclamar os avanços, cada vez mais rápidos, das novas tecnologias e de suas implicações, cada vez maiores, no campo pedagógico, em detrimento da discussão de problemas candentes como o analfabetismo, por exemplo, é impedir uma reflexão mais abrangente no que diz respeito à educação brasileira.

Neste sentido, ao assumirmos o estudo do hipertexto como tema de nosso trabalho temos presente a possibilidade de, através dele, acrescentar um dado àquele debate realizando um movimento que busque situar o avanço tecnológico em nosso contexto educacional.

Sabemos, porém, que uma das grandes dificuldades de se escrever sobre hipertexto, além do ainda limitado número de estudos existentes sobre o assunto em nosso país, é transpor a sua característica virtual, sua escrita não seqüencial, vinculada a um recurso tecnológico específico - o computador, ao formato linear da página convencional. Desta forma, com o intuito de adentrar o labirinto hipertextual, para explorá-lo, desvendando seus segredos, optamos por elaborar um hipertexto sobre o hipertexto em que conteúdo e forma, tema e seu tratamento se intercomplementam e se constituem num todo em mútua explicitação, à luz de uma abordagem de caráter recursivo. Tal abordagem se nos afigura como das melhores para orientar nossa reflexão frente às indagações de diferentes ordens que o próprio hipertexto nos coloca:

  1. indagações de ordem técnica, para as quais as respostas são, a nosso ver, mais facilmente encontradas, posto que a informática vem sendo o objeto sobre o qual se debruçam um sem número de pesquisas;
  2. indagações de ordem pedagógica, cujas respostas se relacionam à mediação do computador para a transmissão e aquisição de conhecimentos e, neste sentido, está a preocupação com o "saber usar", o conhecer o meio tecnológico estabelecendo os seus limites e possibilidades;
  3. indagações relacionadas à sua natureza enquanto produto cultural. Indagações desta ordem situam-se no campo do "saber fazer" e nos levam a verificar o hipertexto no momento em que se apresenta como uma nova forma de escrita e de leitura patrocinada pelo recurso à tecnologia informática.

É, pois, no estabelecimento de uma confluência entre as possíveis respostas às indagações do "saber usar" que se relaciona com o conhecimento e a aplicabilidade de uma outra linguagem - a linguagem hipertextual - e do "saber fazer", estas últimas centradas em suas possíveis relações com a teoria cultural, especialmente postulações de autores que enfatizaram a idéia de "texto" que nosso trabalho se situa.

Pretendemos com esta confluência elaborar uma reflexão e uma conseqüente discussão que caminhem no sentido de verificar realmente as possibilidades de relacionamento entre a existência e natureza do hipertexto e as propostas de alguns dos teóricos pós-estruturalistas. Tal relacionamento pode, conforme estudos recentes sobre os quais tecemos considerações em nosso trabalho, imprimir ao hipertexto o caráter de concretização de algumas das formulações teóricas dos pós-estruturalistas em relação ao texto impresso e ainda auxiliar a compreensão, principalmente por parte dos estudantes e interessados em trabalhos sobre a teoria do texto, daquelas mesmas formulações.

Pretendemos, também, que tal reflexão avance para uma análise cuidadosa das postulações daqueles autores e de outros que trabalharam com a noção de entrelaçamento intertextual, buscando esclarecer as razões pelas quais tanto teorias informáticas, como teorias culturais se posicionam no sentido de que se deve deixar de lado sistemas conceituais baseados nas noções de centro, hierarquia e linearidade e substituí-los por outros baseados na multilinearidade, nos nexos e redes. Esta mudança de paradigmas terá, segundo Landow, profundas repercussões tanto na literatura como no ensino (Landow, 1995, p. 14).

Há, pois, muitos pontos de interesse que justificam o estabelecimento de paralelismos entre a teoria cultural e o hipertexto, como vários trabalhos na área vêm atestando. O mais importante deles, em nossa forma de entender, é o surgimento de um novo enfoque para o estudo e a compreensão do texto contemporâneo.

Quanto às possíveis respostas de ordem pedagógica, buscamos avaliar o hipertexto, em sua aplicabilidade para o campo do ensino e da aprendizagem, enquanto criador de oportunidades para que o estudante descubra, em um assunto a ser estudado, aquilo que mais lhe interessa, escolhendo seu próprio trajeto hipertextual, pois é sobejamente conhecido o papel fundamental do envolvimento do aluno no processo de aprendizagem. Quanto mais ativamente uma pessoa participar da aquisição de um conhecimento, mais ela irá reter aquilo que aprender. O hipertexto, graças à sua dimensão reticular, não linear, favorece uma atitude exploratória, ou mesmo lúdica, face ao conteúdo a ser assimilado, suas possibilidades interativas convidam à ação e à participação de quem aprende através dele e, no caso específico do planejamento didático, motiva e demanda a ação interdisciplinar e o trabalho cooperativo pois envolve diferentes áreas para um esforço conjunto de troca de experiências.

Voltando à metáfora do labirinto, para estabelecermos aquele ponto de encontro entre o "saber fazer" e o "saber usar" o hipertexto, lançamos mão de alguns recursos:

  1. a noção de trajetos que, tanto para o labirinto, como para a natureza do hipertexto, tem sentido essencial;
  2. a edição de texto no padrão html que faculta ao leitor usuário o acesso aos primeiros;
  3. a justaposição de textos afins, lado a lado em algumas páginas, no texto impresso, à semelhança do texto derrideano "Glas".

Os trajetos, segundo teóricos do hipertexto, se constituem em diferentes possibilidades de ligações, entre blocos de textos, gráficos, sons ou imagens interligados, através de links eletrônicos, de que o leitor pode fazer uso, de acordo com seu interesse, para acessar as informações que mais lhe convenham, criando, dessa forma, seu próprio texto (Snyder, 1996, 9).

A edição deste estudo no padrão html - o hipertexto sobre o hipertexto - tornará mais visível aquela intercomplementariedade entre forma e conteúdo, a que fizemos menção, permitindo ao leitor, ao mesmo tempo que lê "sobre", vivenciar a experiência hipertextual a que se referem os trajetos que porventura escolher. A opção do leitor por um determinado trajeto supõe seu interesse ou envolvimento por este ou aquele tema, por este ou aquele aspecto de um determinado assunto. Por sua vez este interesse intelectual ou afetivo é que orientará as escolhas feitas e dará origem a um novo texto - o texto do leitor.

Ao organizarmos nossos trajetos, cujas ligações nos parecem melhor responder às indagações do hipertexto, nós os apresentamos como sugestão ao leitor que poderá segui-los na ordem que melhor lhe convier ou mais lhe interessar, acionando as palavras ou expressões-âncora correspondentes.

Em uma versão impressa o trabalho assume a feição de pequenos ensaios, de certa forma, independentes. Entretanto, o recurso aos trajetos de livre escolha do leitor imprimem ao estudo realizado o caráter de experiência hipertextual que se constitui um de nossos objetivos.

Os trajetos que procuramos apresentar refletem os rumos que nossos estudos sobre o hipertexto foram tomando à medida que buscávamos respostas às indagações que nos fizemos e que o próprio tema nos colocou. Assim traçamos um percurso dos aspectos tecnológicos do hipertexto retrocedendo às pesquisas e propostas que estão em suas origens. Procuramos mapear as características de nossa contemporaneidade em que o hipertexto se insere, enquanto produto cultural, para tanto percorremos os caminhos da modernidade até o Iluminismo, cujos princípios regem ainda, em muitos aspectos, nosso viver.

Traçamos, também, um percurso sobre a própria idéia de texto, desde sempre um espaço de desbordamento em que, muitas vezes, comentários se incorporaram ao texto original. Alcançamos o texto, hoje, à luz da noção de intertextualidade, como em constante entrelaçamento com outros textos, relacionando a noção de hipertexto com as postulações de alguns teóricos pós-estruturalistas.

Finalmente traçamos um percurso sobre as tecnologias educacionais relacionadas à sua aplicabilidade partindo da perspectiva de que o hipertexto pode ser um dos caminhos para se repensar a educação à luz da teoria cultural que coloca em questão, não só o conhecimento que cabe à escola transmitir, mas todos os princípios sobre os quais a instituição escolar foi montada.


Fonte: http://www.unicamp.br/~hans/mh/fio.html
 
 
 
O fio de Ariadne
O fio de Ariadne
:: Graziella Marraccini ::


A mitologia grega conta que Teseu, um jovem herói ateniense, filho de Egeu, rei de Atenas, após ter regressado vitorioso de uma longa viagem, resolve ser incluído no grupo de sete rapazes e sete moças que eram sacrificados anualmente ao monstro Minotauro, (meio touro e meio homem) que morava num labirinto construído pelo rei Minos na ilha de Creta. Este sacrifício era o castigo que Minos havia impingido a Atenas após a morte de seu filho único e herdeiro ocorrido misteriosamente naquela cidade. Teseu prometeu ao pai que mataria o Minotauro e voltaria vitorioso para Atenas. Ao chegar no palácio de Minos, Teseu conheceu a bela Ariadne, filha do rei, e se apaixonou perdidamente. Ariadne em vão tentou persuadi-lo a fugir para escapar da terrível morte que o esperava certamente no perigoso labirinto. Não conseguindo, deu a Teseu um novelo de fio de ouro explicando-lhe para desenrolá-lo ao entrar no labirinto. Desta maneira, após ter matado o monstro, ele poderia encontrar facilmente o caminho de volta e não se perderia como muitos haviam feito antes dele. O terrível Minotauro devorava a cada ano sete rapazes e sete moças aplacando desta feita sua ira, mas acabou sendo derrotado pelo esperto Teseu que cegou o monstro atirando areia em seus olhos e depois o golpeou mortalmente. Teseu ainda cortou um punhado dos cabelos do monstro e retomou o caminho de volta, seguindo o fio de ouro que Ariadne lhe havia dado. Ao chegar ao palácio entregou o cabelo ao rei que perdoou Atenas pela divida e também entregou-lhe Ariadne que, apaixonada, seguiu o herói até uma ilha onde foi, por este, posteriormente abandonada. Mas essa é outra história...

Iniciei este artigo com o mito de Ariadne porque, sempre que quero descrever a astrologia, me lembro desta lenda já que a astrologia pode realmente nos oferecer o fio de Ariadne. Nós humanos somos como Teseu quando nos dispomos a percorrer o labirinto –da vida– voluntaria e corajosamente, e quando nos dispomos a lutar contra o monstro voraz que nos espera. Esse monstro pode estar em nosso interior (medos, dificuldades, defeitos, vícios) e pode nos devorar a qualquer momento, e também pode estar no exterior (obstáculos, dificuldades, doenças, tristezas) e poderá nos derrotar nos fazendo perder o caminho. Porém, como conseguiremos matar o monstro, terminar a tarefa, e voltar para a casa do Pai, vitoriosos e felizes pelo dever cumprido, sem uma 'ajuda do céu? Eu creio que astrologia pode ser nosso 'fio de Ariadne, nossa ajuda do céu, pois nos oferece uma valiosa ferramenta para percorrer os inúmeros corredores do labirinto, superar as armadilhas traiçoeiras e inesperadas, e chegar até o monstro que queremos eliminar. Quantas vezes ao longo da vida já nos sentimos impotentes diante de algum 'monstro? Quantas vezes nos entregamos ao destino como os pobres jovens Atenienses sem ter ao menos uma chance de lutar? Percorrer o caminho da vida, nossa encarnação, sem ter ao menos um fio para nos guiar, é como nos entregar ao destino sem exercer nosso livre-arbítrio. É por essa razão que o homem, desde a antiguidade, recorre aos oráculos, quaisquer eles sejam. O homem tem uma inclinação natural para conhecer o futuro, talvez para afastar os perigos e afastar principalmente a tão temida morte. Porém, mesmo se o oráculo nos ajuda a tomar as decisões, nós é que devemos agir! Um oráculo em Atenas havia predito a Teseu que o amor o salvaria do labirinto. E foi isso que aconteceu: ao acreditar no amor de Ariadne, no fio que ela lhe entregava, Teseu se salvou! No entanto, a astrologia não é somente um oráculo, mesmo que possa ser usada como tal. A astrologia é algo mais: ela é uma ferramenta de autoconhecimento que, ao nos oferecer os meios para lutarmos contra nossos monstros interiores e exteriores, nos ajuda a fazer nossas escolhas para não sucumbir no emaranhado dos corredores sem fim que a vida nos apresenta. Aqueles que desconhecem a astrologia podem diminuir seu valor, relegando-a a uma mera superstição, mas, creiam-me, eles são somente ignorantes já que querem crer somente naquilo que seus olhos físicos enxergam! Apesar de a astrologia ter tomado um rumo psicológico desde que Jung se interessou por ela, ela não faz parte da psicologia, ainda que utilize os mitos (ou arquétipos) como fazia Jung. A psicologia não faz previsões, mas é uma ferramenta de autoconhecimento. Jung certamente usou, entre outras coisas, o conhecimento fornecido pela astrologia quando explica a tipologia das 4 funções da consciência - pensamento, sentimento, sensação e intuição - que tem uma relação imediata com os 4 elementos - ar, água, terra e fogo - respectivamente. Os conceitos de inconsciente coletivo e dos arquétipos se adequam bem àquilo que a astrologia entende por Zodíaco e pelos signos e planetas. Até mesmo a sincronicidade dos acontecimentos é algo que a astrologia explica no pensamento hermético 'o que está embaixo é como o que está em cima'. A astrologia nos fornece um 'mapa da vida' muito claro, seja pela analise do mapa natal, seja pelas previsões anuais que não devem ser tomadas como meros exercícios de adivinhação, do contrário, de nada adiantariam! Apesar de publicar anualmente neste site as previsões para o Brasil, as previsões Mundiais, pouco ainda é levado em conta daquilo que os astrólogos predizem, apesar da publicidade midiática de cada final de ano. Como influenciar os poderosos chefes das nações (será que isso seria possível)? Em nível pessoal, no entanto, cada vez mais pessoas buscam a astrologia para orientá-los em suas escolhas e atestam sua precisão, ano após ano.

Em minha caminhada no conhecimento astrológico não paro de me surpreender. Uma divisão muito recente da astrologia, a Astrocartografia' parece descrever com exatidão certos acontecimentos naturais (catástrofes como tsunamis ou até acidentes com o vôo AF447), mas, como evitá-los? Prever os fatos nos ajuda a viver mais felizes e como astróloga eu sempre procuro esclarecer o significado dos fatos que nos ajudam a exercitar nosso livre-arbítrio. Como ser humano, muitas vezes tenho que atestar somente nossa impotência diante do destino, pois a que serve "pós-ver"? Encontrar no céu os sinais da catástrofe iminente? Se algum passageiro do AF447 tivesse consultado um astrólogo, não viajaria para seu destino? Hoje me pergunto: Plutão retrógrado no ASC, no momento em que o avião levantou vôo no Rio (19:03 hs), a linha de Plutão coincidindo com a rota do avião (dados da Astro-cartografia) seria um sinal suficientemente claro para evitar a catástrofe? Quem ouviria um astrólogo: o piloto, a Air France, quem?

Essa semana, caros leitores, gostaria que se unissem a mim para vibrar de todo coração muito amor para todos aqueles que sofrem pela perda dos entes queridos!
O Gênio Cabalistico Cahetel – nº 8 - afastará os pensamentos negativos e ajudará a aliviar a dor e o estresse. Seu salmo de oração é o de nº 94.

 

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