segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mensagem psicografada nas mediúnicas do dia 18 e 20 de maio de 2010









"...Através desse relato o mundo Espiritual nos mostra como certas ocorrências se dão através da invigilância dos indivíduos, que se deixam influenciar por energias prejudiciais, dando vazão aos estados da consciência irrefletida, afastados do bem e da moral."

"...Vemos assim como um ato impensado, arregimentado por um falso orgulho ferido, pode levar um homem ao infortúnio generalizado. Sem mencionarmos todas as responsabilidades que ficaram pendentes em relação à infelicidade e prejuízos que ele causou as famílias que perderam seus entes queridos, chegando ao apogeu da possibilidade do nosso irmão levar séculos para reparar essa ação maldosa, concatenando no mais alto grau de um verdadeiro fracasso coletivo, na obra arquitetada pelas sombras com o seu auxílio..."

 



 

Acidente premeditado

 

 

Esboçava um sorriso de desdém, enquanto os braços do salvamento se desdobravam para socorrer as vítimas daquele acidente.

Enquanto a massa estarrecida comentava a fatalidade e desventura dos passageiros do automóvel, ele recordava o dia anterior, quando aquele advogado arrogante tinha adentrado a oficina mecânica e dirigindo-se ao dono do estabelecimento teceu duras críticas aos serviços prestados no seu veículo. Chamado a frente do cliente aborrecido, ele tentou se explicar, mas fora engolido pelas palavras ásperas e presunçosas do advogado. Foi chamado de relapso e mecânico de quinta categoria.

Houve pequena discussão no fervor das emoções discordantes entre cliente e empregado, e então, ele fora interrompido duramente pelo patrão que lhe chamou a atenção de forma severa, humilhando-o na frente dos outros funcionários.

Saiu injuriado, insultado na própria honra, bastante envergonhado pela ressalva pública que o advogado lhe impusera sem ao menos poder se explicar. Tisnando de ódio, jurou que de alguma forma se vingaria.

Afastou-se para os fundos da loja, cheio de cólera e odiosidade no coração.

Tantos eram os seus problemas, a mulher grávida do terceiro filho, as contas atrasadas eram inúmeras, dívidas no comercio local que lhe tiravam o sono, dificuldades financeiras que geravam briga e aborrecimentos no lar. No entanto, teria que engolir a seco, ser abatido na própria honra e no sentimento imediato de revide, pois não podia perder aquele emprego, o dinheiro era pouco, mas era o único sustento da família.

Mais tarde foi chamado pelo patrão na gerencia. Mais humilhação e gritos ao ouvido. Tudo por causa daquele advogado presunçoso. Ferido e a procura de vingança, contudo, resolveu baixar a cabeça e pedir desculpas, lembrando ao empregador a condição delicada de sua esposa.

Agradeceu a nova chance mostrando entendimento da situação ocorrida, externando uma compreensão falsa. Intimamente ansiava pela oportunidade de reparação do orgulho ferido. Proibido de seguir adiante com o trabalho, foi mandado mais cedo para casa e o dia lhe seria descontado como lição.

No outro dia, chegando bem cedinho pela manhã reparou o carro do advogado odiento parado no pátio, já pronto, lavado e esperando pelo desafeto vir buscá-lo.

Servindo de antena de captação aos adversários do bem, inimigos invisíveis do próprio advogado, entidades que estão sempre a postos para apresentar aos ouvidos sintonizados com o desequilíbrio as loucuras do ódio e da vingança, nosso irmão aquiesceu ao chamado do mal.

Manietado por mentes assassinas, decidiu vingar-se usando da sua experiência mecânica para mexer no sistema de frenagem do veículo, orquestrando tudo de maneira escondida, só daria incapacidade ao automóvel de forma gradual, assim que o carro circulasse pelas vias da metrópole.

A consciência lhe gritava o erro contundente, mas o coração e a mente embebidos no fel da vingança não davam atenção às advertências divina.

Sem deixar marca alguma ou mesmo ser visto, armou todo o crime no intuito de prejudicar o arrogante desafeto da véspera.

Quase ao meio-dia o advogado adentrou a loja. Pelo espelho retrovisor do veículo no qual trabalhava, nosso irmão pode olhar com todo ódio para sua desafeição. Lá estava o advogado com o mesmo ar petulante, a mesma maneira altaneira do dia anterior, destratando as pessoas humildes da oficina.

Como já estava na hora do intervalo para o almoço, pediu a um colega mecânico a moto dele emprestada, alegando que necessitava comprar com urgência um remédio para sua senhora grávida.

Esperou o advogado assinar os documentos e sair com o carro para dar a partida na moto e também deixar a oficina. Queria seguir o veículo. Queria ser testemunha daquele acidente premeditado. Queria tanto vê-lo depois com o carro destruído, quem sabe, até ferido.

A alguns poucos quilômetros viu o automóvel parar em frente a um prédio. Dois homens também bem vestidos adentraram o carro do advogado e partiram em direção a via expressa.

Logo já não conseguia mais seguir o veículo, que numa velocidade adiantada se perdeu por entre os carros.

Rodou um pouco mais atento aos carros que iam já lá à frente e estava decidido a voltar à oficina, parando antes num posto para abastecer a motocicleta, quando ouviu uma sirene. Os carros todos começaram a parar devagar no tráfego que se formava. Com a facilidade de estar numa moto foi entrecortando os veículos, mas à frente então, viu um desastre horrível.

Um carro tinha descido o viaduto pela lateral, caindo na pista logo abaixo. O veículo parecia um amassado irreconhecível. Os bombeiros e os paramédicos já tinham chegado ao local e tentavam retirar as vítimas ainda presas às ferragens.

O carro perdera o governo, batera no meio fio e voara pelo acostamento antes da ponte, precipitando-se no vão abaixo.

Por obra de pura sorte, diziam os observadores, nenhum outro automóvel fora atingido, mas o carro encontrara do outro lado da transversal abaixo um poste, onde fora lançado contra com violência.

Nosso irmão, só aí então, observando todo o ocorrido e a comoção das pessoas, sentiu enfim a proporção da sua ação irrefletida.

Não só o advogado falecera no ato do impacto, igualmente os outros dois integrantes do veículo.

Enquanto nosso irmão mecânico se entregava a uma dementada agonia psíquica, lutando com a consciência que lhe martelava o íntimo em agudo remorso, os adversários espirituais, cúmplices do crime horroroso, partiam céleres na tentativa de sugar as energias daqueles que estavam desencarnando, que eram todos os três, seus inimigos do ontem, tendo igualmente débitos a resgatar em expiação coletiva como a ocorrida por meio do desastre.

Enquanto nova minuta se escreveria no mundo invisível, nosso irmão mecânico sentia o início de um surto psíquico que o levaria futuramente a dar entrada num manicômio, visto que sua mente não mais se libertaria das injunções pesadas daquele ato impensado e engendrado com total irresponsabilidade.

Através desse relato o mundo Espiritual nos mostra como certas ocorrências se dão através da invigilância dos indivíduos, que se deixam influenciar por energias prejudiciais, dando vazão aos estados da consciência irrefletida, afastados do bem e da moral.

Como toda má ação cobra uma outra ação de reparação desse mal, imaginemos imediatamente o quanto em saldo devedor nosso irmão haverá de restituir as Leis Divinas, que lhe cobrarão pelo envolvimento no acidente que ocasionou as três mortes.

Além de, após a conclusão desse ato sem piedade, ele ter se colocado sem defesa alguma, a mercê das mesmas mentes maliciosas e co-autoras do crime, que retornariam em ataques repetitivos, dia após dia, até que o levassem a uma anomalia psíquica.

O que realmente se deu, caracterizando-o como um individuo perigoso para viver junto à sociedade, devido a uma variabilidade do humor em comportamentos dentre uma cólera irascível, ao ponto de agredir pessoas desconhecidas na rua, a um quadro de emotividade excessiva, quando nosso irmão chegava a parecer uma criança pequena, assustada e indefesa em acessos de loucura e instabilidade pessoal, que culminaram infelizmente na sua internação num manicômio por parte do próprio estado em proteção da comunidade.

Vemos assim como um ato impensado, arregimentado por um falso orgulho ferido, pode levar um homem ao infortúnio generalizado. Sem mencionarmos todas as responsabilidades que ficaram pendentes em relação à infelicidade e prejuízos que ele causou as famílias que perderam seus entes queridos, chegando ao apogeu da possibilidade do nosso irmão levar séculos para reparar essa ação maldosa, concatenando no mais alto grau de um verdadeiro fracasso coletivo, na obra arquitetada pelas sombras com o seu auxílio.

Uma ação apenas que gerou e há de gerar uma seqüência de movimentos que, a depender das individualidades envolvidas, durará muito tempo numa batalha de ida e volta atrelada ao ódio e a vingança entre os embaraçados nesse drama, envolvendo-os em expiações dolorosas.

Igualmente, como bem podemos testemunhar na sociedade contemporânea, qualquer um, até mesmo indivíduos de maior perspicácia, melhor formação e grande inteligência, não apenas um mecânico humilde, são criaturas capazes de cometer um crime, segundo possuam um conceito analítico da vida afastados das bases cristãs do amor e do respeito à vida alheia, que sinaliza o perdão como grande motivador do equilíbrio e da serenidade.

Devemos por bem e por proteção aos próprios processos mentais conscientes ou inconscientes, usarmos da vigilância e da prece, arrefecidos pelo amor e pelo perdão das ofensas, nos defendendo contra as armadilhas da cólera, da falta de humildade que nos impede aceitarmos um ultraje, nessa fraqueza e perturbação do orgulho ferido, nesses impulsos violentos a que podemos ser acometidos de uma hora para outra, diante daquilo que nos ofende, fere ou indigna, evitando que sejamos parceiros do mal e reféns de nós mesmos... num instante de desequilíbrio apenas.

 

Alberto Fonseca

Mensagem recebida na reunião mediúnica da

Fraternidade Espírita Irmã Scheilla em 18 e 20/05/2010

 












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